quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os 10 Mandamentos do Amigo do Planeta


O decálogo do Amigo do Planeta, de autoria do Vilmar Berna, tem por objetivo estimular um maior aprofundamento sobre o sentido de cidadania ambiental que deve reger o nosso cotidiano e o passo a passo para a formação de um Clube dos Amigos do Planeta na Escola, bem como sugestões de ações práticas a serem realizadas pelos alunos.

1 - Só Jogue Lixo no Lugar Certo
É horrível quando a gente vê alguém jogando lixo no chão. As ruas, praças e qualquer logradouro público não são terra de ninguém, mas pertencem a todos. Você não jogaria lixo na casa de alguém, jogaria? Pois é, a rua pertence a todos, tem muitos donos. O lixo espalhado, além de atrair ratos, moscas, mosquitos, cria um aspecto horrível de poluição em sua cidade. E, depois, custa muito dinheiro de impostos para limpar, dinheiro que podia estar sendo usado para outras obras. Um Amigo do Planeta só joga seu lixo nos locais apropriados, ou guarda no bolso e traz para colocar na lixeira da própria casa.

2 - Poupe Água e Energia
A água que você usa não sai da parede. Ela vem de algum rio ou manancial. Os rios estão sendo agredidos pela poluição e pelo desmatamento, o que torna a água potável cada vez menos disponível, o que eleva o custo de seu tratamento. Quanto à energia, existe a elétrica ou então vem de fontes como gás, petróleo, lenha e carvão. Elas vão escassear cada vez mais e algumas não são renováveis, como o petróleo, por exemplo.

3 - Não Desperdice
Evite consumir além do necessário. Adquira o indispensável em alimentos, objetos, roupas, brinquedos etc. As lojas e supermercados estão cheios de inutilidades que só fazem gastar mais e mais recursos naturais na fabricação. Reflita antes de comprar. Rejeite produtos descartáveis, como copos, garrafas etc. Além de poluírem e aumentarem o volume de lixo, também apressam o esgotamento dos recursos naturais. Reutilize as sacolas de compra. Prefira alimentos naturais, evitando enlatados, empacotados, refrigerantes, os alimentos industrializados, além de mais caros, podem causar alergias e outros males e, às vezes, nem têm grandes funções nutritivas.

4 - Proteja os Animais e as Plantas
Cada animal ou planta é um ser vivo como você e tem tanto direito à vida, à liberdade e ao bem estar quanto nós. Embora você não perceba, sua vida está interligada com a de todos os outros seres. É essa interligação que forma a `teia da vida' que garante a sobrevivência de todos. Por ter perdido esta noção, nossa espécie vem causando tanto prejuízo e poluição à natureza, com conseqüências cada vez mais graves para a nossa qualidade de vida. Os seres humanos são os únicos com capacidade de modificar em profundidade seu meio ambiente. Nós temos usado essa capacidade para piorar as coisas. Agora precisamos fazer o contrário, para nossa própria sobrevivência.

5 - Proteja as Árvores
Para fabricar papel é preciso cortar árvores, logo, poupar papel é uma forma de defender as árvores. Utilize os dois lados da folha de papel. Leve sua sacola de compras ao supermercado. Faça coleta seletiva em sua casa. Recicle o papel, fabricando novo papel a partir do papel usado. A outra forma de ajudar é defendendo as árvores existentes e plantando novas árvores. Adote uma árvore. Cuide dela com carinho e respeito.

6 - Evite Poluir Seu Meio Ambiente
Use o menos possível o automóvel, programando suas saídas. Ele provoca poluição do ar. Acostume-se a ouvir música sem aumentar muito o volume do som. Som alto provoca poluição sonora. Enfim, reveja seu dia-a-dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais corretas e adequadas para você. Não espere que alguém venha fazer isso por você. Faça você mesmo.

7 - Faça Coleta Seletiva do Lixo
É fácil separar o lixo seco (inorgânico: papel, plástico, metal, vidro) do lixo molhado (orgânico: restos de comida, cascas de frutas etc.). Você estará contribuindo para poupar os recursos naturais, aumentar a vida útil dos depósitos públicos de lixo, diminuir a poluição. É só ter duas vasilhas diferentes a lado da pia da cozinha e um lugar para depositar o lixo seco até alcançar um volume que permita sua venda ou doação - e boa vontade.

8 - Só Use Biodegradáveis
Existem certos produtos de limpeza que não se degradam na natureza, como sabões, detergentes etc. Procure certificar-se, ao comprar estes produtos, de que são biodegradáveis. Evite o uso de venenos e inseticidas. Uma casa limpa é suficiente para afastar insetos e ratos. Os inseticidas são altamente nocivos para o meio ambiente e para a saúde das pessoas.

9 - Conheça Mais a Natureza
Estude e leia mais sobre a natureza, mesmo que não seja tarefa da escola. Tenha em casa livros, revistas que falem sobre a natureza. Faça um álbum de recortes com figuras de animais e plantas. Procure no dicionário palavras como saúde do trabalhador, reciclagem, reaproveitamento, habitat, biodegradáveis etc. Quanto mais você souber, melhor poderá agir em defesa da natureza.

10 - Participe Dessa Luta
Não adianta você ficar só estudando e conhecendo mais sobre a natureza. É preciso combinar estudo e reflexão com ação. Você pode agir sozinho, procurando políticos ou a imprensa, por exemplo, para denunciar ou protestar contra os abusos, poluições, depredações. Também pode agir em grupo. Quando estamos unidos, somos mais fortes e capazes de encontrar soluções para enfrentar os problemas ambientais.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Agenda 21 - Global

A Organização das Nações Unidas – ONU realizou, no Rio de Janeiro, em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD). A CNUMAD é mais conhecida como Rio 92, referência à cidade que a abrigou, e também como “Cúpula da Terra” por ter mediado acordos entre os Chefes de Estado presentes.
179 países participantes da Rio 92 acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um programa de ação baseado num documento de 40 capítulos, que constitui a mais abrangente tentativa já realizada de promover, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, denominado “desenvolvimento sustentável”. O termo “Agenda 21” foi usado no sentido de intenções, desejo de mudança para esse novo modelo de desenvolvimento para o século XXI.
A Agenda 21 pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

Documento Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

 
acesso aos documentos: http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&idConteudo=575

 
Agenda 21 - Documento na íntegra
O documento de 40 capítulos da Agenda 21 pode ser consultado neste site de três diferentes formas: pelo resumo, por uma consulta da íntegra dos seus capítulos e pela obtenção do arquivo compactado (download de 1.2 MB

  •  Cap 01 - Preâmbulo (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 02 - Cooperação Internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas internas correlatadas (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 03 - Combate à pobreza (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 04 - Mudança dos padrões de consumo (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 05 - Dinâmica demográfica e sustentabilidade (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 06 - Proteção e promoção das condições da saúde humana (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 07 - Promoção do Ddesenvolvimento Sustentável dos assentamentos humanos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 08 - Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 09 - Proteção da atmosfera (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 10 - Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 11 - Combate ao desflorestamento (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 12 - Manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 13 - Gerenciamento de ecossistemas frágeis: DS das montanhas (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 14 - Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 15 - Conservação da diversidade biológica (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 16 - Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 17 - Proteção de oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive mares fechados - e das zonas costeiras e proteção. Uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 18 - Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 19 - Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída na prevenção do tráfico internacional dos produtos tóxicos e perigosos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 20 - Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos. Incluindo a prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 21 - Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com esgotos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 22 - Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 23 - Preâmbulo (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 24 - Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentável eqüitativo (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 25 - A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 26 - Reconhecimento e fortalescimento do papel das populações indígenas e suas comunidades (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 27 - Fortalecimento do papel das Organizações Não-Governamentais: parceiros para um DS (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 28 - Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21 (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 29 - Fortalecimento do papel dos trabalhadores e de seus sindicatos (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 30 - Fortalecimento do papel do comércio e da indústria (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 31 - Comunidade científica e tecnológica (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 32 - Fortalecimento do papel dos agricultores (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 33 - Recursos e mecanismos de financiamento (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 34 - Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 35 - A ciência para o Desenvolvimento Sustentável (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 36 - Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 37 - Mecanismos nacionais e cooperação internacional para fortalecimento institucional nos países em desenvolvimento (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 38 - Arranjos institucionais internacionais (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 39 - Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais (Arquivos para Download Word ou PDF).
  • Cap 40 - Informação para a tomada de decisões (Arquivos para Download Word ou PDF)

Agenda 21 - Brasileira

Agenda 21 Brasileira é um processo e instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável e que tem como eixo central a sustentabilidade, compatibilizando a conservação ambiental, a justiça social e o crescimento econômico. O documento é resultado de uma vasta consulta à população brasileira, sendo construída a partir das diretrizes da Agenda 21 global. Trata-se, portanto, de um instrumento fundamental para a construção da democracia participativa e da cidadania ativa no País.
A primeira fase foi a construção da Agenda 21 Brasileira. Esse processo que se deu de 1996 a 2002, foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS) e teve o envolvimento de cerca de 40 mil pessoas de todo o Brasil. O documento Agenda 21 Brasileira foi concluído em 2002.
A partir de 2003, a Agenda 21 Brasileira não somente entrou na fase de implementação assistida pela CPDS, como também foi elevada à condição de Programa do Plano Plurianual, (PPA 2004-2007), pelo atual governo. Como programa, ela adquire mais força política e institucional, passando a ser instrumento fundamental para a construção do Brasil Sustentável, estando coadunada com as diretrizes da política ambiental do Governo, transversalidade, desenvolvimento sustentável, fortalecimento do Sisnama e participação social e adotando referenciais importantes como a Carta da Terra.
Portanto, a Agenda 21, que tem provado ser um guia eficiente para processos de união da sociedade, compreensão dos conceitos de cidadania e de sua aplicação, é hoje um dos grandes instrumentos de formação de políticas públicas no Brasil.

Implementação da Agenda 21 brasileira (a partir de 2003)

A posse do Governo Luíz Inácio Lula da Silva, coincidiu com o início da fase de implementação da Agenda 21 Brasileira. A importância da Agenda como instrumento propulsor da democracia, da participação e da ação coletiva da sociedade foi reconhecida no Programa Lula, e suas diretrizes inseridas tanto no Plano de Governo quanto em suas orientações estratégicas.
Um outro grande passo foi a utilização dos princípios e estratégias da Agenda 21 Brasileira como subsídios para a Conferência Nacional de Meio Ambiente, Conferência das Cidades e Conferência da Saúde. Esta ampla inserção da Agenda 21 remete à necessidade de se elaborar e implementar políticas públicas em cada município e em cada região brasileira.
Para isso, um dos passos fundamentais do atual governo foi transformá-la em programa no Plano Plurianual do Governo (PPA 2004/2007), o que lhe confere maior alcance, capilaridade e importância como política pública. O Programa Agenda 21 é composto por três ações estratégicas que estão sendo realizadas com a sociedade civil: implementar a Agenda 21 Brasileira; elaborar e implementar as Agendas 21 Locais e a formação continuada em Agenda 21.
A prioridade é orientar para a elaboração e implementação de Agendas 21 Locais com base nos princípios da Agenda 21 Brasileira que, em consonância com a Agenda global, reconhece a importância do nível local na concretização de políticas públicas sustentáveis. Atualmente, existem mais de 544 processos de Agenda 21 Locais em andamento no Brasil, quase três vezes o número levantado até 2002.

Em resumo, são estes os principais desafios do Programa Agenda 21:
  • Implementar a Agenda 21 Brasileira. Passada a etapa da elaboração, a Agenda 21 Brasileira tem agora o desafio de fazer com que todas as suas diretrizes e ações prioritárias sejam conhecidas, entendidas e transmitidas, entre outros, por meio da atuação da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS);implementação do Sistema da Agenda 21; mecanismos de implementação e monitoramento; integração das políticas públicas; promoção da inclusão das propostas da Agenda 21 Brasileira nos Planos das Agendas 21 Locais.
  • Orientar para a elaboração e implementação das Agendas 21 Locais. A Agenda 21 Local é um dos principais instrumentos para se conduzir processos de mobilização, troca de informações, geração de consensos em torno dos problemas e soluções locais e estabelecimento de prioridades para a gestão de desde um estado, município, bacia hidrográfica, unidade de conservação, até um bairro, uma escola. O processo deve ser articulado com outros projetos, programas e atividades do governo e sociedade, sendo consolidado, dentre outros, a partir do envolvimento dos agentes regionais e locais; análise, identificação e promoção de instrumentos financeiros; difusão e intercâmbio de experiências; definição de indicadores de desempenho.
  • Implementar a formação continuada em Agenda 21. Promover a educação para a sustentabilidade através da disseminação e intercâmbio de informações e experiências por meio de cursos, seminários, workshops e de material didático. Esta ação é fundamental para que os processos de Agendas 21 Locais ganhem um salto de qualidade, através da formulação de bases técnicas e políticas para a sua formação; trabalho conjunto com interlocutores locais; identificação das atividades, necessidades, custos, estratégias de implementação; aplicação de metodologias apropriadas, respeitando o estágio em que a Agenda 21 Local em questão está.
Agenda 21 brasileira em ação

No âmbito do Programa Agenda 21, as principais atividades realizadas em 2003 e 2004 refletem a abrangência e a capilaridade que a Agenda 21 está conquistando no Brasil. Estas atividades estão sendo desenvolvidas de forma descentralizada, buscando o fortalecimento da sociedade e do poder local e reforçando que a Agenda 21 só se realiza quando há participação das pessoas, avançando, dessa forma, na construção de uma democracia participativa no Brasil. Destacamos as seguintes atividades:

  • Ampliação da CPDS: Criada no âmbito da Câmara de Políticas dos Recursos Naturais, do Conselho de Governo, a nova constituição da CPDS se deu por meio de Decreto Presidencial de 03 de fevereiro de 2004. Os novos membros que incluem 15 ministérios, a Anamma e a Abema e 17 da sociedade civil tomaram posse no dia 1º. de junho de 2004. A primeira reunião da nova composição aconteceu no dia 1º de julho, e a segunda em 15 de setembro de 2004.
  • Realização do primeiro Encontro Nacional das Agendas 21 Locais, nos dias 07 e 08 de novembro de 2003, em Belo Horizonte, com a participação de cerca de 2.000 pessoas de todas as regiões brasileiras. O II Encontro das Agendas 21 Locais será realizado em janeiro de 2005, durante o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre-RS.
  • Programa de Formação em Agenda 21, voltado para a formação de cerca de 10 mil professores das escolas públicas do País que, através de cinco programas de TV, discutiram a importância de se implementar a Agenda 21 nos municípios, nas comunidades e na escola. Esse programa, veiculado pela TVE em outubro de 2003, envolveu, além dos professores, autoridades governamentais e não governamentais, e participantes dos Fóruns Locais da Agenda 21, da sociedade civil e de governos.
  • Participação na consolidação da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento Sustentável e Apoio às Agendas 21 Locais. Esta frente, composta de 107 deputados federais e 26 senadores, tem como principal objetivo articular o poder legislativo brasileiro, nos níveis federal, estadual e municipal, para permitir uma maior fluência na discussão dos temas ambientais, disseminação de informações relacionadas a eles e mecanismos de comunicação com a sociedade civil.
  • Elaboração e monitoramento, em conjunto com o FNMA, do Edital 02/2003 - Construção de Agendas 21 Locais, que incluiu a participação ativa no processo de capacitação de gestores municipais e de ONGs, em todos os estados brasileiros, para a confecção de projetos para o edital. Ao todo foram cerca de 920 pessoas capacitadas em 25 eventos. No final do processo, em dezembro de 2003, foram aprovados, com financiamento, 64 projetos de todas as regiões brasileiras.
  • Publicação da Série Cadernos de Debate Agenda 21 e Sustentabilidade com o objetivo de contribuir para a discussão sobre os caminhos do desenvolvimento sustentável no País. São seis os Cadernos publicados até o presente: Agenda 21 e a Sustentabilidade das Cidades; Agenda 21: Um Novo Modelo de Civilização; Uma Nova Agenda para a Amazônia; Mata Atlântica o Futuro é Agora; Agenda 21 e o Setor Mineral; Agenda 21, o Semi-Árido e a Luta contra a Desertificação.
  •  Publicação de mil exemplares da segunda edição da Agenda 21 Brasileira: Ações Prioritárias e Resultado da Consulta Nacional, contendo apresentação da Ministra Marina Silva e a nova composição da CPDS.

 Ainda, foram efetivadas parcerias e convênios com o Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério das Cidades, Ministério da Cultura, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério da Integração Nacional, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério de Minas e Energia; Fórum Brasileiro das ONGs para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento; Confea/CREA, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e prefeituras brasileiras. 
 
- Agenda 21 Brasileira - Ações Prioritária 2ª edição
- Agenda 21 Brasileira - Resultado da Consulta Nacional 2ª edição
 
fonte: Ministério do Meio Ambiente - http://www.mma.gov.br/

Agenda 21 - Local

A Agenda 21 Local é um instrumento de planejamento de políticas públicas que envolve tanto a sociedade civil e o governo em um processo amplo e participativo de consulta sobre os problemas ambientais, sociais e econômicos locais e o debate sobre soluções para esses problemas através da identificação e implementação de ações concretas que visem o desenvolvimento sustentável local.

O capítulo 28 da Agenda 21 global estabelece que "cada autoridade em cada país implemente uma Agenda 21 local tendo como base de ação a construção, operacionalização e manutenção da infra-estrutura econômica, social e ambiental local, estabelecendo políticas ambientais locais e prestando assistência na implementação de políticas ambientais nacionais". Ainda segundo a Agenda 21, como muitos dos problemas e soluções apresentados neste documento têm suas raízes nas atividades locais, a participação e cooperação das autoridades locais são fatores determinantes para o alcance de seus objetivos.

 Para o governo brasileiro, a construção da Agenda 21 Local vem ao encontro com a necessidade de se construir instrumentos de gestão e planejamento para o desenvolvimento sustentável. O processo de Agenda 21 Local pode começar tanto por iniciativa do poder público quanto da sociedade civil. De fato, a Agenda 21 Local é processo e documento de referência para Planos Diretores e orçamento municipais, entre outros, podendo também ser desenvolvida por comunidades rurais, e em diferentes territorialidades, em bairros, áreas protegidas, bacias hidrográficas. E, reforçando ações dos setores relevantes, a Agenda 21 na escola, na empresa, nos biomas brasileiros é uma demanda crescente, cuja maioria das experiências existentes têm-se mostrado muito bem sucedidas.

 Principais desafios
Os principais desafios da Agenda 21 Local consistem no planejamento voltado para a ação compartilhada, na construção de propostas pactuadas, voltadas para a elaboração de uma visão de futuro entre os diferentes atores envolvidos; condução de um processo contínuo e sustentável; descentralização e controle social e incorporação de uma visão multidisciplinar em todas as etapas do processo. Desta forma, governo e sociedade estão utilizando este poderoso instrumento de planejamento estratégico participativo para a construção de cenários consensuados, em regime de co-responsabilidade, que devem servir de subsídios à elaboração de políticas públicas sustentáveis, orientadas para harmonizar desenvolvimento econômico, justiça social e equilíbrio ambiental.

Processo de construção da Agenda 21 Local
O ponto de partida é a formação de um grupo de trabalho composto por representantes da sociedade e governo (no caso de um município ou determinada territorialidade), podendo ter a liderança de qualquer segmento da comunidade (governo, ONG, instituição de ensino, por exemplo). As atribuições desse grupo devem envolver desde a mobilização e a difusão dos conceitos e pressupostos da Agenda 21, até a elaboração de uma matriz para a consulta à população sobre problemas enfrentados e possíveis soluções, incluindo o estabelecimento de ações sustentáveis prioritárias a serem implementadas no processo de construção da Agenda 21 Local, envolvendo:

  •  O estabelecimento de uma metodologia de trabalho;
  • A reunião de informações sobre as questões chaves de desenvolvimento local ;
  • A identificação dos setores da sociedade que devem estar representados, em função das particularidades locais;
  • Os papéis dos diferentes participantes do processo;
  • A identificação de meios de financiamento para a elaboração da Agenda 21 Local;
  • Negociações junto ao poder local sobre a institucionalização do processo de construção e implementação da Agenda 21 Local.
A criação de um Fórum permanente de desenvolvimento sustentável local - ou seja, que aborde os aspectos ambientais, sociais e econômicos locais - com o real envolvimento dos diferentes atores é etapa seguinte e meta fundamental para a sustentabilidade dos processos. Este Fórum, a ser institucionalizado pelo Poder Executivo ou Legislativo, terá a missão de preparar, acompanhar e avaliar um plano de desenvolvimento sustentável local de forma participativa. É essencial que os participantes sejam escolhidos pelos membros de seu setor e que o represente levando para o Fórum as questões nele consensuadas, trazendo de volta ao grupo os resultados e encaminhamentos acordados junto aos demais parceiros.

 O Fórum requer um regimento interno, que deve constar basicamente de:

  •  Missão, objetivos, atribuições;
  • Freqüência e coordenação das reuniões;
  • Forma de registro e responsáveis pela confecção e divulgação das minutas;
  • Como os objetivos serão alcançados;
  • Tempo de mandato e forma de substituição dos membros;
A principal função do Fórum é definir os seus princípios estruturantes e uma visão de futuro desejado pela comunidade, que represente, da melhor forma, os diferentes pontos de vista e anseios dos seus participantes. Essa visão deve ser traduzida em ações a serem incluídas nos processos de planejamento dos municípios e regiões envolvidos.
Para a definição dessas ações, caberá também ao Fórum a escolha de temas críticos, capazes de catalisar a opinião pública e outros apoios, criando as condições para a formação do cenário de futuro desejável. Como exemplo de eixos temáticos para que as ações da Agenda 21 local possam se desenvolver temos: ações estratégicas para a proteção da atmosfera; ações estratégicas para a proteção do solo, da água e da diversidade biológica; ações estratégicas para a pobreza, saúde e igualdade social e assentamentos; acesso a serviços de informação; acesso a emprego; conscientização da população; educação para a Agenda 21 e troca de informações.
De acordo com as características geográficas, econômicas, culturais e históricas de um determinado local, este pode desenvolver a sua Agenda 21 local enfocando um ou mais eixos temáticos.
Para garantir agilidade e eficácia às resoluções do Fórum, é necessário o estabelecimento de uma estrutura, na forma de Secretaria Executiva, que deve contar com recursos humanos e financeiros para suprir as necessidades de implementação do processo. Esta secretaria precisará de espaço físico, seja nas instalações das prefeituras ou de uma instituição parceira.
 
Assim, para que os objetivos da Agenda 21 Local sejam atingidos, existe um amplo processo que depende da sensibilização e do estágio de amadurecimento de cada comunidade na discussão dos temas públicos de forma participativa. Assim, observando as diferentes experiências de Agenda 21 no Brasil podemos identificar diferentes estágios, qual seja: o da sensibilização, capacitação e institucionalização dos processos de agenda 21. O da elaboração, ou seja, definição de temas, elaboração de diagnósticos, formulação de propostas e definição de meios de implementação e o estágio da implantação propriamente dito.

O papel de cada um

Alcançar as mudanças necessárias para o sucesso da Agenda 21 Local demanda a ação dos grupos e indivíduos: lares, organizações comunitárias, movimentos sociais, ONGs, produtores e empresas de pequeno a médio portes, governos e organizações governamentais locais e regionais, instituições de pesquisa e ensino.
Cada membro, cada setor tem o seu papel. Para exemplificar, no plano governamental existe um papel específico para cada uma das esferas de governo na definição de políticas publicas. O plano federal define as políticas gerais e estruturantes do País elaborando diretrizes e princípios. Aos estados e municípios cabe, em seu espaço territorial, exercício semelhante de formulação de políticas públicas, em atendimento ao principio federativo.
A sociedade civil tem papel fundamental no monitoramento da Agenda 21 Local, mantendo uma atuação ativa e crítica, mas isso só pode ocorrer se os governos exercerem as leis de forma transparente, requerendo que as informações estejam disponíveis para análise. Ainda, a sociedade civil pode se aproximar da comunidade de forma que esta seja mais efetiva na cobrança pela implementação das ações identificadas pela Agenda Local e na realização de campanhas de conscientização.
Contando com a participação ativa dos parceiros, a Agenda 21 Local tratará, assim, de assuntos específicos de cada territorialidade abordando temas cujas decisões estão em sua esfera de atuação. Desta forma, cria-se harmonia entre as competências e o apoio mútuo na formulação e implementação de ações para o desenvolvimento sustentável.

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Planejamento Passo a Passo

 Em julho de 2003 lançamos uma edição, revista e ampliada, do documento Construindo a Agenda 21 Local, do Ministério do Meio Ambiente. Na época reafirmamos a importância dessa publicação no processo de divulgação da Agenda 21 no País e salientamos que sua pauta objetiva para a ação sustentável deixa claro que é impossível considerar a questão ambiental sem vê-la, ao mesmo tempo, como parte de um quadro social, econômico, institucional, cultural e político.
Na construção para a sustentabilidade, que é proposta pela Agenda 21, o poder tem sentido público e coletivo tornando-se tão mais legítimo quanto mais diluído e compartilhado for. Isso implica criar estruturas de formulação, avaliação e decisão mais horizontalizadas e capazes de gerar eficiência pela operação das competências pessoais num ambiente de respeito pela diversidade de opiniões, culturas e idéias, com dedicação e criatividade. O pressuposto é que de tal construção surgirá a competência coletiva de que o País precisa para erigir um novo modelo de desenvolvimento que seja sustentável.
Passados dois anos aqui estamos reafirmando o compromisso assumido. Dois anos em que a Coordenação da Agenda 21, da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do MMA, teve como um de seus focos prioritários a ação nos diferentes arranjos territoriais possíveis para a construção de uma Agenda 21 Local. Temos como exemplos da ação com foco local o trabalho desenvolvido em municípios, consórcio de municípios, estados, bacias hidrográficas, unidades de conservação e territorialidades definidas pelos nossos parceiros institucionais. E ainda precisamos fazer referência às parcerias que nos levam à Agenda 21 na Escola e à Agenda 21 na Empresa.
O foco na ação local, definido no Programa Agenda 21 do Plano Plurianual do Governo -PPA 2004/2007, permitiu-nos uma contínua troca de experiência com instituições e comunidades representativas da diversidade setorial e cultural de nosso país, que estão em diferentes fases do processo de construção de suas Agendas 21.
A troca é uma das riquezas que a parceria governo e sociedade acumula quando se une para expor e analisar seus conflitos e potencialidades de forma a consensuar um cenário de futuro desejado pelo conjunto dos atores sociais. Para nossa equipe, participar e vivenciar essa troca resulta em um constante repensar de ações que podem tornar-se ferramentas úteis para a população em seu caminho para a sustentabilidade.

É nesse contexto que elaboramos o Passo a Passo da Agenda 21 Local. Uma cartilha, um guia, que com base em novas idéias, estudos e experiências concretas, procura aperfeiçoar o roteiro sugerido até então para todos que queiram construir, implementar e monitorar um processo de Agenda 21 Local. Com ela continuamos empenhados a melhorar a cada dia a produção e divulgação de informação à sociedade e, também, a repetir nossa opção pelo caminho da ética, dos princípios da Carta da Terra.
A ciranda da Agenda 21 abre espaço para todos.Propõe o exercício da cidadania ativa, onde diferentes grupos sociais estudem, analisem e discutam a vida de sua localidade. Como decorrência, juntos desenhem o cenário futuro desejado, no qual cada parceiro tenha claro sua parcela de responsabilidade e os meios necessários para a implementação das ações consensuadas pelo grupo. Essas ações, coletivamente pensadas, passam então a compor o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que é um dos resultados de um processo de Agenda 21 Local conforme nossos leitores e leitoras irão descobrir no caminho deste Passo a Passo.

Planejando o Desenvolvimento Sustentável
Implementar políticas para o desenvolvimento sustentável de âmbito nacional num país de grandes dimensões geográficas, com vasta diversidade biológica, socioeconômica e cultural, não é uma tarefa simples e, sem dúvida, requer não apenas compromisso, mas, sobretudo, uma mudança cultural que permita a grupos e pessoas verem o mundo além de seus problemas imediatos para criarem sonhos comuns.
Nesse contexto, são inúmeros os desafios da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente. Sabemos que alcançar um novo padrão de desenvolvimento que contemple as diferentes dimensões da sustentabilidade implica, sobretudo, em vontade política, capacidade de mobilização social, mudança de atitudes e, principalmente, mediação de conflitos de interesses.
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável em comum acordo com a Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 Brasileira (CPDS), definiu como prioridade incentivar e apoiar a construção de Agendas 21 Locais, como estratégia de elevar o padrão de sustentabilidade socioambiental às gestões municipais.
A Agenda 21 Local é excelente instrumento para o planejamento participativo que expressa a visão da sociedade, que procura enxergar além daquilo que nossos olhos permitem, para deixar às futuras gerações possibilidades de conviver em um mundo equilibrado, saudável e com justiça social. Para tal é de extrema importância a participação efetiva de todos os atores sociais, para que cada um reconheça na Agenda sua visão de futuro, e que entenda que cada desafio, sucesso ou fracasso de percurso, tem parte de sua responsabilidade.
Por todas essas razões, a Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável apresenta a Cartilha do Passo a Passo que busca aperfeiçoar a metodologia para construção e implementação das Agendas 21 locais na certeza de que contribuirá para o alcance de uma nova sociedade.

 Passo a Passo da Agenda 21 Local

 Você está sendo convidado
A entrar nesta "CIRANDA"
Na marcação dos Passos da Agenda 21 Local...
Você não está sozinho! Na cena pública somos muitos
Que você precisa conhecer
Para participar desta experiência.
Vamos Começar?

VOCÊ ESTÁ SENDO CONVIDADO...

As tradições culturais são fortes apelos para unir pessoas e desenvolver ações conjuntas para o bem-estar da coletividade.
Para orientar o passo a passo da Agenda 21 Local, uma analogia pode ser feita com a marcação dos passos da ciranda, uma das manifestações populares mais tradicionais do Brasil.
O Programa Agenda 21 da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente convida toda a sociedade brasileira a entrar nessa "ciranda", que contribuirá para a construção de um mundo melhor, onde participação, parcerias com visão global e ação local são essenciais.

...A ENTRAR NESTA "CIRANDA"...

Ciranda[1]é uma brincadeira de roda praticada por uma comunidade que não tem preconceito de etnia, gênero, idade, condição social ou econômica. Também não há limite para o número de pessoas que queiram participar. Começa com um grupo pequeno que pode aumentar na marcação dos passos ritmados.
Os participantes podem entrar ou sair na hora que quiserem, mas o círculo se mantém seguro pelas mãos dadas dos parceiros. O grupo pode aumentar, mas quando o círculo atinge um tamanho que dificulta a movimentação, forma-se outro no seu interior.
A marcação é executada por pessoas posicionadas no centro do círculo, com seus instrumentos de percussão e de sopro. As canções do "mestre-cirandeiro" têm resposta no coro de todos.
As temáticas refletem as experiências de vida de cada região, da sociedade, do território e a busca por um objetivo comum. O fortalecimento desta busca é tema central. A ciranda, assim como a rede da comunidade de vida do planeta, acolhe a todos numa relação de cooperação.

...NA MARCAÇÃO DOS PASSOS DA AGENDA 21 LOCAL.

Apresentamos uma proposta para orientar, passo a passo, agentes municipais e regionais, indivíduos ou instituições, que queiram iniciar o processo de construção de Agenda 21 Local, de modo a contribuir para o fortalecimento de fóruns locais ou implementar ações de desenvolvimento sustentável, de acordo com os princípios e as premissas definidas na Agenda 21 Brasileira que regem a parceria governo e sociedade.
Sabemos que o trabalho conjunto do governo e da sociedade é uma conquista alcançada no exercício da cidadania. Porém, para discutir, formular, propor e decidir em conjunto temos que encontrar um mecanismo que crie agendas de compromissos. Uma agenda comum deverá marcar a convocação de ambas as partes para reuniões de debates e de apresentação de propostas.
Para que todos entrem em acordo, os momentos de tomada de decisão deverão se repetir continuamente aumentando o entendimento mútuo até a construção de consensos, fazendo com que sejam tomadas decisões que satisfaçam, se não a todos, a maioria. Tudo dependerá de acordo e disposição.
A essa sistemática chamamos mecanismo, ou seja, depois de conhecidas as partes que operam os instrumentos para realizar um processo, será possível encontrar uma melhor disposição para o funcionamento deste conjunto que, como uma máquina, será utilizado para um determinado objetivo. Enfim, o mecanismo é o "como funciona".
A experiência de parceria entre governo e sociedade tem mostrado que, assim como na ciranda, a roda formada por seus membros funciona para dar início à marcação dos passos e construção das idéias sobre temas de interesse comum. O mecanismo para o funcionamento da Agenda 21 Local é formar parcerias em torno de um Fórum Local de Desenvolvimento Sustentável, marcar o passo a passo para realizar as propostas de ações compartilhadas entre governo e sociedade, que estarão operando continuamente os procedimentos de construção de consensos e tomadas de decisão. Este modo contínuo é o que chamamos processo.
O processo de construção de uma Agenda 21 Local pode ser realizado de diferentes maneiras. Entretanto, é fundamental que a execução de ações seja liderada por um grupo que, por meio do uso permanente de instrumentos de sensibilização, mobilização e articulação mantenha os parceiros em comunhão de interesses, voltados para o cuidado com as dimensões integradas - social, cultural, econômica, ambiental e político-institucional. O objetivo é elaborar um plano para transformar a realidade local no cenário desejado por todos, fortalecendo a participação, a cidadania ativa e consolidando a formação de sociedades sustentáveis.
Para tal, é necessário que o grupo encontre uma linguagem que permita o entendimento das idéias que fundamentam a proposta da Agenda 21 Local em questão. Também deverão encontrar os meios de comunicação para estabelecer um diálogo, que seja compreendido por todos da comunidade, de modo a ampliar a rede de participantes no processo. Esta participação é o que chamamos cidadania.

Observa-se que, em conseqüência da falta de entendimento de que a Agenda 21 é um plano estratégico para o desenvolvimento sustentável, e não apenas um plano ambiental, a comunidade tem cobrado dos órgãos de meio ambiente locais a iniciativa do processo, o que vem provocando grande liderança dessa área. Isso não significa um problema, desde que, no passo a passo do processo, este seja ampliado para as diferentes instituições locais, governamentais e da sociedade civil organizada, em seus diferentes setores.

VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! NA CENA PÚBLICA SOMOS MUITOS...

Viver a cidadania é entrar no cenário da realidade local como um ator entra no palco para participar de uma peça. É a realização de uma idéia. Para tanto, cada ator tem seu papel bem definido e reconhece sua parte no desenvolvimento da ação. Se todos desempenharem bem o seu papel, o sucesso é de todos que participaram. Se a peça for boa a ponto de influenciar positivamente a comunidade que participou e assistiu, será um marco na vida da sociedade local.
Assim, na cena pública, temos vários atores[2], parte que atua na área pública e parte que pertence à sociedade civil. Neste caso a atuação pode ser individual ou por meio de organizações ou associações, empresas, colégios, sindicatos, etc. Por outro lado, o papel de cada indivíduo na sociedade é determinado ou por vontade própria, habilidade e postura pessoal; ou por uma missão assumida para cumprir um ou mais compromissos, de caráter coletivo. Em ambos os casos, é fundamental o conhecimento dos direitos e deveres do cidadão, assim como as formas de relacionamento com o ambiente em que vive e faz parte.
Para a construção de uma sociedade sustentável, que transforme o cenário atual naquele desejado por todos, deverão ser bem vindos no processo novos atores que queiram cooperar - discutindo, reformulando e propondo. Enfim, decidindo o que realizar juntos. Se a experiência coletiva for boa, a ponto de melhorar a relação de interesses, quanto ao respeito às diferenças e ao estabelecimento dos limites do direito individual em prol do bem-estar coletivo, então teremos construído as bases para a formação de uma sociedade sustentável, evitando as desigualdades e injustiças sociais. E mais, se a idéia for consolidada, mudaremos o modo de produzir e consumir, alterando o padrão de vida no planeta, a partir da construção de uma rede de sociedades sustentáveis.

...QUE VOCÊ PRECISA CONHECER...

O governo brasileiro e a sociedade civil organizada, juntos, têm promovido a idéia do desenvolvimento sustentável e empreendido esforços para implementar a Agenda 21 Brasileira; apoiar a construção e implementação de Agendas 21 Locais; e realizar cursos de formação continuada em Agenda 21Local. O acompanhamento da Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Brasileira - CPDS no processo de Agenda 21, em que o modelo de desenvolvimento nacional está sendo construído coletivamente, é fundamental. Com ampla representatividade, a CPDS promove parcerias para acompanhar a implementação da Agenda 21 Brasileira, efetivar a transversalidade de políticas públicas, tratar da questão territorial e do processo de certificação de Agendas 21 Locais.

...PARA PARTICIPAR DESTA EXPERIÊNCIA.

O Programa Agenda 21, que integra o Plano Plurianual do Governo Federal - PPA 2004/2007- tem como premissa básica incentivar ações entre governo e sociedade, voltadas para o desenvolvimento sustentável. Para isso, tem atuado na construção de parcerias e na promoção de novos espaços para o diálogo e efetiva participação da sociedade para a definição de políticas públicas.
Procurando responder às dúvidas e esclarecer sobre etapas e procedimentos, consolidamos nesta cartilha as orientações para a construção de um plano de ação local voltado para o desenvolvimento sustentável, que requer uma boa dose de compreensão da realidade local e de grande disposição e vontade política para transformá-la.
Por outro lado, também é essencial a compreensão de que movimentos sociais isolados dificilmente provocam uma mudança efetiva nos padrões insustentáveis de uma sociedade. Por isso, esta cartilha afirma em seus diferentes passos que a Agenda 21 é, em primeiro lugar, um processo de parceria entre governo e sociedade. Não existe Agenda 21 Local da sociedade sem o governo, nem do governo sem a sociedade.
Sugerimos a leitura para todos os interessados no processo, para que reconheçam o seu papel e atuem em parceria com as diferentes instituições e comissões formadas por governo e sociedade civil, de forma a intensificar a troca de experiências para melhorar indicadores de qualidade de vida e contribuir para o êxito de programas e projetos voltados à sustentabilidade local.

VAMOS COMEÇAR?

É importante que a noção de "processo contínuo" esteja associada à Agenda 21, que não deve ser entendida como um único acontecimento, documento ou atividade. No processo de desenvolvimento de uma Agenda 21 Local, a comunidade identifica suas potencialidades, seus recursos e suas fragilidades. Dessa forma, estará apta a fazer as escolhas para construir as bases de uma sociedade sustentável.
Seguir os passos para construção e implementação de Agenda 21 Local não significa obedecer uma receita, pois não há fórmula pré-determinada. Mas, para que a Agenda 21 Local se transforme em importante instrumento de mobilização social, é preciso promover, num primeiro momento, a difusão de seus conceitos e pressupostos junto às comunidades, associações de moradores, movimentos sociais, entidades de classe, escolas, setor produtivo rural e urbano, instituições governamentais, etc. Essa iniciativa pode ser praticada por um grupo de trabalho, empenhado em aperfeiçoar a capacidade de participação nos processos decisórios e de gestão. A liderança desse processo pode ser de qualquer segmento da sociedade como, por exemplo, governo local, universidades, organizações não governamentais.
Boa parte do sucesso dependerá da maturidade do grupo de parceiros para superar prováveis obstáculos que limitam o início e dificultam o desenrolar de todo o processo. Podemos relacionar alguns, como a falta de cultura de participação; a ausência de informações sobre as pressões exercidas sobre o território; a necessidade de levantar dados que gerem informações para a construção de uma base de conhecimento; o hábito arraigado em nossa sociedade de planejar de forma setorizada, ou seja: não planejamos, por exemplo, as ações de saúde, transporte, comércio e indústria, educação em conjunto com as de meio ambiente.
A forma conservadora no agir, a repetição de hábitos e costumes, muitas vezes impedem novas idéias e propostas pró-ativas de organização da sociedade, baseadas no cuidado com o homem, sua cultura e seu ambiente - construído e natural. Por isso que o processo de construção de Agenda 21 inicia-se por meio da sensibilização, para produzir unidade, constância, perseverança, fortalecendo a vontade de transformar a realidade local. Cada um descobrirá o modo possível de colocar em prática o passo a passo da Agenda 21 Local, sempre com foco nos conceitos do desenvolvimento sustentável.

acesse os arquivos relacionados abaixo em:
http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18&idConteudo=2587

Agenda 21 Passo a Passo
1º Passo: Mobilizar para Sensibilizar Governo e Sociedade
2º Passo: Criar o Fórum da Agenda 21 Local
3º Passo: Elaborar o Diagnóstico Participativo
4º Passo: Elaborar Plano Local de Desenvolvimento Sustentável
5º. Passo: Implementar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável
6º Passo: Monitorar e Avaliar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável
anexo I: Princípios e Premissas
anexo II: Exemplos de possíveis arranjos territoriais e formas de oficializá- los

Fonte: Misterio do Meio Ambiente - http://www.mma.gov.br

o que é Agenda 21?

A Agenda 21 pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econônica.

A Agenda 21 Brasileira é um instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira. Foi coordenado pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 21 (CPDS); construído a partir das diretrizes da Agenda 21 Global; e entregue à sociedade, por fim, em 2002.

A Agenda 21 Local é o processo de planejamento participativo de um determinado território que envolve a implantação, ali, de um Fórum de Agenda 21. Composto por governo e sociedade civil, o Fórum é responsável pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que estrutura as prioridades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazos. No Fórum são também definidos os meios de implementação e as responsabilidades do governo e dos demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.

Como participar?
Para construir a Agenda 21 Local, o Programa Agenda 21 do MMA publicou o Passo-a-Passo da Agenda 21 Local, que propõe um roteiro organizado em seis etapas:
  • mobilizar para sensibilizar governo e sociedade;
  • criar um Fórum de Agenda 21 Local;
  • elaborar um diagnóstico participativo; e
  • elaborar, implementar, monitorar e avaliar um plano local de desenvolvimento sustentável.
Além disso, para que o público possa saber mais sobre as experiências de Agenda 21 Local no Brasil, o MMA criou o Sistema Agenda 21 – um banco de dados de gestão descentralizada que permite o compartilhamento de informações.

Onde ocorre?
A Agenda 21 Local pode ser construída e implementada em municípios ou em quaisquer outros arranjos territoriais - como bacias hidrográficas, regiões metropolitanas e consórcios intermunicipais, por exemplo.

Quem participa?
Para que uma Agenda 21 Local seja constituída, é imperativo que sociedade e governo participem de sua construção.

Fortalecimento de processos de Agenda 21
O MMA apóia os processos de Agenda 21 Local e conta com a parceria da Rede Brasileira de Agendas 21 Locais, cujo objetivo geral é fortalecer a implementação de Agendas 21 Locais mediante o intercâmbio de informações e o estímulo à construção de novos processos.
Assim, por intermédio do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA), o MMA apóia, desde 2001, a execução de 93 projetos de construção de Agenda 21 Local, abrangendo 167 municípios brasileiros.

Recursos
A Agenda 21 integra o Plano Plurianual do Governo Federal (PPA) 2008/2011. O desenvolvimento do Programa Agenda 21 fundamenta-se na execução de três ações finalísticas: elaboração e implementação das Agendas 21 Locais; formação continuada em Agenda 21 Local; e fomento a projetos de Agendas 21 Locais (por meio do FNMA)

fonte: http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18

Livro - Um Olhar Político da Educação Ambiental - Vilmar Berna

Um Olhar Político da Educação Ambiental, de Vilmar Berna
Opiniões sobre o livro:

- Por Michèle Sato*
"Como fazer Educação Ambiental" é um livro que está longe de poder ser criticado por "receitas" pontuais e ativismo inconseqüente. Representa uma reflexão de diversas práticas possíveis em nossas vidas. É um presente de Vilmar Berna aos que sempre buscaram vencer a lacuna entre a prática e a teoria. Mais do que isso, é um reflexo da trajetória de seus passos, na longa luta ética do seu movimento ambientalista no cenário latino-americano.

Com uma linguagem acessível e de compreensão clara, Vilmar nos mostra que os caminhos da Educação Ambiental são alternativas possíveis para a construção de um Brasil mais ecologicamente viável e com menos desigualdades sociais. Sua luta espelha-se na participação crítica, na vontade de transformar uma realidade oprimida, e de, atrevidamente, tentar libertar o sujeito aprendiz. Entre exemplos e reflexões, retrata o Brasil dentro de um marco político possível, trazendo novas Leis e recomendações internacionais. Neste contexto, permitimo-nos a acrescentar os valores globais da Carta da Terra, princípios éticos que tentam alertar para outros direitos da multiplicidade da vida, ampliando a defesa além dos seres humanos.

Sua contribuição no espaço escolarizado é pertinente e adequado. Observamos uma imensa lacuna em materiais pedagógicos que possam oferecer dimensões práticas e teóricas ao quotidiano da escola. Não é preciso remeter ao velho debate da imposição ideológica dos livros didáticos. Marcadamente político, proposital ou não, este instrumento educacional ainda revela ser um dos grandes colaboradores do fracasso escolar, num triste cenário educacional brasileiro. Estudos têm revelado e sugerido, cada vez mais, a produção de materiais próprios, em consonância com a realidade e ao contexto de cada local. A Educação Ambiental (EA), neste cenário do livro didático, mesmo com estrelas conferidas, aparece ligada à área de ciências ou geografia, com um tímido - ou quase nenhum - espaço a outras disciplinas. Assistimos, recentemente, um pacote autoritário apresentando a transversalidade, como se a interdisciplinaridade fosse possível através de decretos governamentais. Além disso, o tema transversal sugerido é "meio ambiente", ao invés de consolidar a prática educativa necessária à "educação ambiental".

"Como fazer Educação Ambiental" não intenciona ser outro pacote fechado, pelo contrário, incita o poder de criticidade, na busca constante da construção dos conhecimentos com incentivo da utilização de outras fontes que possam consolidar o trabalho em EA. Em seus exemplos concretos, viabiliza novas formas de ultrapassagem e oferece roteiros infinitos que podem (e devem) ser adequados às realidades locais. Fornece elementos teóricos para a reflexão de que a escola não é uma ilha isolada do sistema social, e que todos podem ser protagonistas da sua própria liberdade de participação crítica. Uma escola insere-se num ambiente. Que ambiente é este? O livro nos convida a analisar nossas representações, inserido em processos de uma formação para a ação pedagógica concreta, com integração de diversos saberes, do desenvolvimento de competências e um aprendizado coletivo para a realização de projetos. A escola torna-se, assim, uma comunidade de aprendizagem que valoriza a formação de equipes em processos éticos de solidariedade, respeito e cooperação.

O ambiente é também uma realidade compartilhada e vivida por diversas pessoas fora do espaço escolar, em um contexto cultural próprio. Assim, a abordagem para a resolução de problemas locais, com a aliança entre os diversos protagonistas, também é ricamente analisada e sugerida. A presença histórica dos movimentos sociais e das lutas ambientalistas abre novas perspectivas para que a EA não se limite ao processo educacional estrito senso, permitindo que atinja cada pessoa enquanto potencial agente de manifestação ecológica. Além disso, desafia a arrogância intelectual e oferece uma abertura para diálogos entre os diversos saberes.

Da abordagem social à natural, passando pelos elementos transformados pelas sociedades e incluindo a ética pessoal, o ambiente encontra-se intrinsecamente conectado às múltiplas manifestações da vida. Todo universo simbólico contribui para um despertar de identidade, enraizado pela trajetória humana que vislumbrou a civilização, mas que também testemunhou barbáries.

"Como fazer Educação Ambiental" não revela que é fácil "fazer" EA. Pelo contrário, suas reflexões teóricas nos mostram que a emancipação da sociedade brasileira ainda esbarra em fortes aparatos políticos conservadores. Assim, mais do que puro conhecimento, o livro nos convida a expressar nossas emoções e pensamentos, manifestando a necessidade de mudanças. Assume que a educação ambiental não pode ser neutra e que as informações veiculadas podem auxiliar nossa formação, através da leitura crítica do mundo.

Em síntese, Vilmar Berna nos dá um "toque" necessário à EA. Mistura paixão com ciência, possibilita que o conhecimento busque a poesia, que a natureza nunca esteja separada da cultura e que sejamos todos capazes de cantar uma melodia que possa superar nossas dificuldades individuais e coletivas, na realização de nossas utopias. Finalmente, tenho muito que agradecer pela prazerosa leitura, além do "toque" quase mágico oferecido, possibilitando que mais brasileiros e brasileiras possam apaixonar-se, cada vez mais, pela Educação Ambiental.

* Professora e pesquisadora em Educação Ambiental do Instituto de Educação da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSCar ( michele@cpd.ufmt.br e http://go.to/eamt )

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Como Fazer Educação Ambiental - Por Godofredo Pinto*
Ponto de Partida Para o Trabalho Pedagógico
Como qualquer outro cidadão, não consigo fugir a minha própria história. A reação que brota de dentro frente a qualquer fato novo, surge incontida diante do vivido até aqui. Hoje, o novo que me cai nas mãos é este magnífico trabalho do companheiro Vilmar Berna. E a ótica sob a qual o recebo é a do professor de Escola Pública, pois é basicamente, pelos caminhos da defesa de um ensino gratuito de qualidade para todos que tenho trilhado a minha história de vida.
lhando em torno o que posso perceber é quanto temos sido acusados, muitos de nós, professores, de atuarmos no abstrato, sem levar à geração de estudantes com a qual convivemos, o saber-instrumental necessário para a construção da cidadania. Enquanto a vida segue com suas contradições, carências, desigualdades, o chamado conteúdo programático se restringe ao espaço de sala de aula, deixando escapar para muitos, talvez a única oportunidade de superar a visão fragmentada do mundo, pela incorporação de uma nova concepção orgânica das relações entre os homens e destes com a natureza.

O livro do Vilmar vem falar justamente da possibilidade de uma outra forma de lidar com o conhecimento no âmbito escolar.
Se a questão ecológica é o real vivido tão dramaticamente entre nós, este será um excelente ponto de partida para o trabalho pedagógico.
Por isto, se para toda e qualquer liderança em sua ação educativa cotidiana, este é um livro relevante e elucidativo, para nós, professores, sua leitura há que ser estimulada a mais não poder, pois que a Educação Ambiental é dos eixos privilegiados em torno do qual deve girar nossa prática.

* Professor, Ex-Presidente do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação e Vice-Prefeito da Cidade de Niterói/RJ.

Índice do Livro Como Fazer Educação Ambiental – Vilmar Berna

o Educação Ambiental e Cidadania
o Educação Ambiental e Cultura
o Ecologizar a Empresa

o EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL
- Princípios Básicos
- Conteúdo Programático

o Técnicas de Educação Ambiental , Ricardo Harduim
- a) Corrida Ecológica
- b) Quebra-Cabeça Ecológico
- c) Jogo do Slide
- d) Presente da Natureza
- e) Feira Verde

o Três Técnicas de Educação Ambiental (Cetesb)
- a) Estudo do Meio
- b) Estudo de Caso
- c) Memória Viva

o Carta aos Professores
o Como Organizar um Passeio à Floresta
o Como Fazer um Projeto de Educação Ambiental
o Duas Idéias Para Projetos
o Educação Ambiental na Empresa
o Como Utilizar o Jornal em Sala de Aula

o TEXTOS AUXILIARES
- Tudo está relacionado entre si
- Agenda 21
- Tratado de Educação Ambiental
- Cuidando do Planeta Terra
- Princípios Gerais da Carta da Terra
- Meio Ambiente na Constituição Federal
- Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental

o MODELOS DE PROJETOS
- Lixo - O Exemplo Começa na Escola
- Campanha Adote Uma Árvore
- Amigo da Natureza
- Clube dos amigos do Planeta

Os 10 Mandamentos do Amigo do Planeta


Os 10 Mandamentos do Amigo do Planeta

O decálogo do Amigo do Planeta, de autoria do Vilmar Berna, tem por objetivo estimular um maior aprofundamento sobre o sentido de cidadania ambiental que deve reger o nosso cotidiano e o passo a passo para a formação de um Clube dos Amigos do Planeta na Escola, bem como sugestões de ações práticas a serem realizadas pelos alunos.

1 - Só Jogue Lixo no Lugar Certo
É horrível quando a gente vê alguém jogando lixo no chão. As ruas, praças e qualquer logradouro público não são terra de ninguém, mas pertencem a todos. Você não jogaria lixo na casa de alguém, jogaria? Pois é, a rua pertence a todos, tem muitos donos. O lixo espalhado, além de atrair ratos, moscas, mosquitos, cria um aspecto horrível de poluição em sua cidade. E, depois, custa muito dinheiro de impostos para limpar, dinheiro que podia estar sendo usado para outras obras. Um Amigo do Planeta só joga seu lixo nos locais apropriados, ou guarda no bolso e traz para colocar na lixeira da própria casa.

2 - Poupe Água e Energia
A água que você usa não sai da parede. Ela vem de algum rio ou manancial. Os rios estão sendo agredidos pela poluição e pelo desmatamento, o que torna a água potável cada vez menos disponível, o que eleva o custo de seu tratamento. Quanto à energia, existe a elétrica ou então vem de fontes como gás, petróleo, lenha e carvão. Elas vão escassear cada vez mais e algumas não são renováveis, como o petróleo, por exemplo.

3 - Não Desperdice
Evite consumir além do necessário. Adquira o indispensável em alimentos, objetos, roupas, brinquedos etc. As lojas e supermercados estão cheios de inutilidades que só fazem gastar mais e mais recursos naturais na fabricação. Reflita antes de comprar. Rejeite produtos descartáveis, como copos, garrafas etc. Além de poluírem e aumentarem o volume de lixo, também apressam o esgotamento dos recursos naturais. Reutilize as sacolas de compra. Prefira alimentos naturais, evitando enlatados, empacotados, refrigerantes, os alimentos industrializados, além de mais caros, podem causar alergias e outros males e, às vezes, nem têm grandes funções nutritivas.

4 - Proteja os Animais e as Plantas
Cada animal ou planta é um ser vivo como você e tem tanto direito à vida, à liberdade e ao bem estar quanto nós. Embora você não perceba, sua vida está interligada com a de todos os outros seres. É essa interligação que forma a `teia da vida' que garante a sobrevivência de todos. Por ter perdido esta noção, nossa espécie vem causando tanto prejuízo e poluição à natureza, com conseqüências cada vez mais graves para a nossa qualidade de vida. Os seres humanos são os únicos com capacidade de modificar em profundidade seu meio ambiente. Nós temos usado essa capacidade para piorar as coisas. Agora precisamos fazer o contrário, para nossa própria sobrevivência.

5 - Proteja as Árvores
Para fabricar papel é preciso cortar árvores, logo, poupar papel é uma forma de defender as árvores. Utilize os dois lados da folha de papel. Leve sua sacola de compras ao supermercado. Faça coleta seletiva em sua casa. Recicle o papel, fabricando novo papel a partir do papel usado. A outra forma de ajudar é defendendo as árvores existentes e plantando novas árvores. Adote uma árvore. Cuide dela com carinho e respeito.

6 - Evite Poluir Seu Meio Ambiente
Use o menos possível o automóvel, programando suas saídas. Ele provoca poluição do ar. Acostume-se a ouvir música sem aumentar muito o volume do som. Som alto provoca poluição sonora. Enfim, reveja seu dia-a-dia e tome as atitudes ecológicas que julgar mais corretas e adequadas para você. Não espere que alguém venha fazer isso por você. Faça você mesmo.

7 - Faça Coleta Seletiva do Lixo
É fácil separar o lixo seco (inorgânico: papel, plástico, metal, vidro) do lixo molhado (orgânico: restos de comida, cascas de frutas etc.). Você estará contribuindo para poupar os recursos naturais, aumentar a vida útil dos depósitos públicos de lixo, diminuir a poluição. É só ter duas vasilhas diferentes a lado da pia da cozinha e um lugar para depositar o lixo seco até alcançar um volume que permita sua venda ou doação - e boa vontade.

8 - Só Use Biodegradáveis
Existem certos produtos de limpeza que não se degradam na natureza, como sabões, detergentes etc. Procure certificar-se, ao comprar estes produtos, de que são biodegradáveis. Evite o uso de venenos e inseticidas. Uma casa limpa é suficiente para afastar insetos e ratos. Os inseticidas são altamente nocivos para o meio ambiente e para a saúde das pessoas.

9 - Conheça Mais a Natureza
Estude e leia mais sobre a natureza, mesmo que não seja tarefa da escola. Tenha em casa livros, revistas que falem sobre a natureza. Faça um álbum de recortes com figuras de animais e plantas. Procure no dicionário palavras como saúde do trabalhador, reciclagem, reaproveitamento, habitat, biodegradáveis etc. Quanto mais você souber, melhor poderá agir em defesa da natureza.

10 - Participe Dessa Luta
Não adianta você ficar só estudando e conhecendo mais sobre a natureza. É preciso combinar estudo e reflexão com ação. Você pode agir sozinho, procurando políticos ou a imprensa, por exemplo, para denunciar ou protestar contra os abusos, poluições, depredações. Também pode agir em grupo. Quando estamos unidos, somos mais fortes e capazes de encontrar soluções para enfrentar os problemas ambientais.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

videos : Earthlings, Home e The cove


Não gosto destas imagens, mas vamos mudá-las..tenho certeza disso:


What mankind does to other beings...is that possible?
O faz a humanidade aos outros seres...como é possivel?
http://veg-tv.info/Earthlings choose the language and whatch! escolha o idioma, e assista!


Watch the movie now on YouTube: Home
http://www.youtube.com/homeprojectES




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LUZ
luz para cada ser deste planeta,
luz no coração de cada ser humano,
luz para flora, fauna.....
luz para buscar o respeito com cada UM
luz para encontrar a harmonia , o equilibrio
luz para encontrar o amor dentro de nós...
eliane sena - SP 27-dez-2008)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Respeito a todo ser, à Mãe Terra, por Loenardo Boff

Respeito a todo ser, à Mãe Terra


Se reconhecermos, como os povos originários e muitos cientistas modernos, que a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos a ela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Em grande parte, a crise ecológica mundial deriva da sistemática falta de respeito para com a natureza e a Terra.
O respeito implica reconhecer que cada ser vale por si mesmo, porque simplesmente existe e, ao existir, expressa algo do Ser e daquela Fonte originária de energia e de virtualidades da qual todos provém e para a qual todos retornam (vácuo quântico). Numa perspectiva religiosa, cada ser expressa o próprio Criador.
Ao captarmos os seres como valor intrínseco, surge em nós o sentimento de cuidado e de responsabilidade para com eles a fim de que possam continuar a ser a a coevoluir.
As culturas originárias atestam a veneração face à majestade do universo, o respeito pela natureza e para cada um de seus representantes.
O budismo que não se apresenta como uma fé mas como uma sabedoria, um caminho de vida em harmonia com o Todo, ensina a ter um profundo respeito, especialmente, por aquele que sofre (compaixão). Desenvolveu o Feng Shuy que é a arte de harmonizar a casa e a si mesmo com todos os elementos da natureza e com o Tao.
O Cristianismo conhece a figura exemplar de São Francisco de Assis (1181-1226). Seu mais antigo biógrafo, Tomás de Celano (1229) testemunha que andava com respeito por sobre as pedras em atenção daquele, Cristo, que foi chamado de “pedra”; recolhia com carinho as lesmas para não serem pisadas; no inverno, dava água doce às abelhas para não morrerem de frio e de fome.
Aqui temos a ver com um outro modo de habitar o mundo, junto com as coisas convivendo com elas e não sobre as coisas dominando-as.
Extremamente atual é a figura do humanista Albert Schweitzer (1875-1965). Elaborou grandiosa ética do respeito a todo o ser e à vida em todas as suas formas. Era um grande exegeta e famoso concertista das músicas de Bach. Num momento de sua vida, largou tudo, estudou medicina e foi servir hansenianos em Lambarene no Gabão.
Diz explicitamente, numa carta, que “o que precisamos não é enviar para lá missionários que queiram converter os africanos, mas pessoas que se disponham a fazer para os pobres o que deve ser feito, caso o Sermão da Montanha e as palavras de Jesus possuam algum valor. Se o Cristianismo não realizar isso, perdeu seu sentido”.
Em seu hospital no interior da floresta tropical, em Lambarene, entre um atendimento e outro, escreveu vários livros sobre a ética do respeito, sendo o principal este: O respeito diante da vida (Ehrfurcht vor dem Leben).
Bem diz ele:”a idéia-chave do bem consiste em conservar a vida, desenvolvê-la e elevá-la ao seu máximo valor; o mal consiste em destruir a vida, prejudicá-la e impedi-la de se desenvolver. Este é o princípio necessário, universal e absoluto da ética”.
Para ele, o limite das éticas vigentes consiste em se concentrarem apenas nos comportamentos humanos e esquecerem as outras formas de vida. Numa palavra: “a ética é a responsabilidade ilimitada por tudo que existe e vive”
Dai se derivam comportamentos de grande compaixão e cuidado. Numa prédica conclamava: “Mantenha teus olhos abertos para não perder a ocasião de ser um salvador. Não passe ao largo, inconsciente, do pequeno inseto que se debate na água e que corre risco de se afogar. Tome um pauzinho e retire-o da água, enxugue-lhe as asinhas e experimente a maravilha de ter salvo uma vida e a felicidade de ter agido a cargo e em nome do Todo-poderoso. A minhoca que se perdeu na estrada dura e seca e que não pode fazer o seu buraco, retire-a e coloque-a no meio da grama. ‘O que fizerdes a um desses mais pequenos foi a mim que o fizestes’. Esta palavra de Jesus não vale apenas para nós humanos mas também para as mais pequenas das criaturas”.
Essa ética do respeito é categórica no momento atual em que a Mãe Terra se encontra sob perigoso estresse.

Leonardo Boff é autor de Convivência, Respeito, Tolerância, Vozes 2006.

dicas de livros

Ecologia ambiental


Esta primeira vertente se preocupa com o meio ambiente, para que não sofra excessiva desfiguração, com qualidade de vida e com a preservação das espécies em extinção. Ela vê a natureza fora do ser humano e da sociedade. Procura tecnologias novas, menos poluentes, privilegiando soluções técnicas. Ela é importante porque procura corrigir os excessos da voracidade do projeto industrialista mundial, que implica sempre custos ecológicos altos.
Se não cuidarmos do planeta como um todo, podemos submetê-lo a graves riscos de destruição de partes da biosfera e, no seu termo, inviabilizar a própria vida no planeta.

Bibliografia mínima de orientação

- Berry, T. O sonho da Terra, Vozes, Petrópolis 1991

- Boff, L., Ecologia: grito da Terra, grito dos pobres, Atica, S.Paulo 1995.

- Capra. F.,O ponto de mutação, Cultrix, S.Paulo 1991.

- Dajoz, R.,Ecologia gerl, Vozes, Petrópolis 1983.

- Lovelock,J.,Gaia, um novo olhar sobre a vida na Terra, Edições 70, Lisboa 1987.

- Varios, Cuidando do planeta Terra. Uma estratégia para o futuro da vida, publicação conjunta de UICN/ PNUMA/WWR, S.Paulo 1991.

- Wilson, E., O futuro da vida, Campus, Rio de Janeiro 2001

dicas de livros

Hans Küng, O princípio de todas as coisas. Ciências naturais e religião, Petrópolis, Vozes 2007, pp. 288.
O livro abre uma discussão franca entre a nova visão do universo elaborada pela nova cosmologia e a visão bíblico-cristã sobre o começo e o fim de todas as coisas.

John F. Haught, Deus após Darwin. Uma teologia evolucionista, José Olypmpio Editora, Rio 2002, 262 pp.
Trata-se de um dialogo profundo com a tradição darwinista em dialogo com a teologia cristã, feita por um teólogo católico leigo de grande profundidade.

Francis S. Collins, A linguagem de Deus. Um cientista apresenta evidências de que Ele existe., Editora Gente, São Paulo 2007, 279 pp.
O autor é o diretor do projeto Genoma Humano. Começou como ateu e na medida que avançava a pesquisa sobre o genoma humano se dava conta que a interpretação teista é mais sensata que a interpretação atéia, tipo Dawkins.

Joanna Macy e Molly Young Brown, Nossa vida como Gaia. Praticas para reconectar nossas vidas e nosso mundo, Editora Gaia, São Paulo 2004, 255 pp.
Uma excelente introdução pratica ao novo paradigma ecológico com forte caráter espiritual e com exercícios práticos para sentir a Terra como Gai e Grande Mãe.

James Lovelock, A vingança de Gaia. Editora Intrínseca, Rio de Janeiro 2006, 160 pp.
Trata-se do formulador da teoria Gaia, a Terra como um super-organismo vivo. Aborda as conseqüências catastróficass que virão sobre o planeta e sobre a humanidade se não assumirmos sabedoria e cuidado em nossa relação para com a natureza e o sistema da vida.

Evaristo Eduardo de Miranda, Quando o Amazonas corria para o Pacífico. Uma história desconhecida da Amazônia, Editora Vozes, Petrópolis 2007, 254 pp.
É um dos estudos mais completos sobre a Amazônia mostrando que ela era pervadida por culturas indígenas, verdadeiros impérios e que sabiam manejar ecologicamente a natureza e como hoje nos servem de inspiração.

Mike Davis, Planeta Favela, Editora Boitempo, São Paulo 2006, 270 pp.
É um dos estudos mais completos sobre o fenômeno da favelização do mundo que abarca quase metade da humanidade. O autor prevê não uma guerra de civilizações mas um conflito entre o mundo urbanizado e o mundo favelizado. A NASA já se prepara para uma eventual guerra.

Ramonet, Ignácio, Guerras do século XXI. Novos temores e novas ameaças, Editora Vozes, Petrópolis 2003, 192 pp.
O autor, editor do Le Monde Diplomatique, estuda os novos cenários mundiais, os pontos de fratura entre os povos que estão provocando tensões e guerras com incidências sobre a situação ecológica da Terra.

Duas entrevistas selecionadas que dizem muito sobre este grande Mestre:Leonardo Boff

Duas entrevistas selecionadas que dizem muito sobre este grande Mestre:

"A escola deve se articular com a natureza diretamente", diz Leonardo Boff

O teólogo Leonardo Boff, foi o principal conferencista em uma mesa de debates sobre a Carta da Terra, no dia 22, no último dia do Fórum Mundial de Educação em Porto Alegre. Boff falou sobre os princípios que regem a carta, que deveria ter sido um dos documentos oficiais da Rio 92, mas sobre o qual não houve consenso. Um grupo continuou trabalhando paralelamente sobre o documento, concluído em 2000.

Em sua conferência, Boff disse que a carta foi baseada em quatro princípios:
  • O primeiro é a idéia de que todos os seres se inter-relacionam na cadeia da vida.
  • O segundo é a filosofia da utopia humana, que aspira a um único mundo governado por todos.
  • Em terceiro lugar, segundo ele, está a globalização, que com todos os seus efeitos maléficos trouxe também benefícios, como as redes de comunicação, as estradas e rodovias que permitem a ligação de todos e a nova utopia global. "Utopia de uma globalização de rosto humano, onde a solidariedade e a cooperação se transformem em projetos políticos, em projetos pessoais."
  • O último princípio seria a idéia do risco que paira sobre o planeta, desde o surgimento das armas de destruição em massa e o princípio de auto-destruição, que possibilita a destruição de toda a biosfera, impossibilitando o projeto planetário humano.
"Então, este é o contexto de onde surge a Carta da Terra. A Carta da Terra é uma resposta, uma expressão desse novo estado de consciência da humanidade. É um alerta em primeiro lugar, é um risco, mas esse risco comporta chances. Onde há risco há também salvação. É página de convocação à humanidade para que ela desperte, inaugure novas práticas e que incorpore valores que tenham como destinação final esta nova mentalidade. O planeta Terra e a humanidade", disse durante a conferência. "A nova questão hoje é: que futuro tem o planeta Terra e que futuro tem a humanidade?"

Após o seu discurso, Boff conversou com jornalistas. Leia a seguir alguns trechos da entrevista coletiva, onde ele fala sobre educação e sobre um processo de mudança para uma nova relação com o ambiente.

Pergunta: O senhor acha que a escola pode ser um veículo, um instrumento para disseminar as idéias que estão na Carta da Terra?
Boff: Eu creio que em dois momentos a escola é fundamental. Primeiro num momento de uma nova consciência, aprendendo os dados sobre a situação da Terra, sobre a natureza, sobre a biodiversidade e sobre a nossa responsabilidade desde pequeninos até o resto da vida sobre a casa comum que é o planeta Terra, as águas, os ecossistemas, os animais, as plantas. E em segundo lugar, a escola deve se articular com a própria natureza diretamente, organizar que os estudantes tenham contato com as plantas, com os animais, conheçam a história e a inter-relação entre todos eles e finalmente sintam o ambiente não como uma coisa exterior, mas como uma coisa que pertence à vida humana. Nós somos parte do ambiente, por isso, ao invés de falar de meio ambiente vamos falar do ambiente inteiro, e sentir que o mesmo destino da natureza é o nosso destino. A partir daí nasce uma consciência de responsabilidade, uma ética do cuidado para que todas as coisas que estão doentes se regenerem e as que estão sadias possam evoluir junto conosco.

Pergunta: Mas a escola está tão desatualizada, desaparelhada, carece de recursos. Não é muito difícil?
Boff: Mas para essa educação ecológica não precisa de nenhum recurso. Basta abrir os olhos, os ouvidos, abrir as mãos, fazer passeios ecológicos, cuidar das águas, das praças, dos animais.

Pergunta: Mas isso não depende também da formação dos professores?
Boff: É, este é um desafio novo, uma nova situação da humanidade, da Terra, obriga a uma nova atitude, um novo conhecimento, novas práticas. Se desejamos preservar essa herança que recebemos ou se deixaremos que ela se degrade a ponto de atingir nossa própria vida, nossa própria casa. Ao chegar a uma situação dessas o ser humano percebe a degradação da qualidade de vida 3e percebe a importância de ter uma relação boa com a natureza, não agressiva e não destruidora com o meio ambiente.

Pergunta: Como se pode mudar a relação das pessoas com o ambiente?
Boff: É preciso ter uma visão mais integral da ecologia, que toma o ambiente natural em que estamos metidos, isto é o ar que respiramos, o chão que pisamos, o alimento que comemos, a água que bebemos, mas também a ecologia social, que vê as relações sociais como agressões ao ser humano. Talvez o ser mais ameaçado hoje não é a baleia, o mico-leão-dourado. É o ser humano pobre, obrigado a morrer antes do tempo, se está doente não pode se tratar, se tem fome não pode comer. Então a ecologia social cuida da justiça ecológica, ou seja, qual é a relação correta para com esse ser complexo que é o ser humano, mas também a ecologia mental, quais são as idéias e categorias que estão em nossa cabeça que nos levam a discriminar, a usar da violência, que nos levam a destruir uma mata, poluir o solo. Se colocarmos outros conteúdos na consciência, mais solidariedade, menos exploração, mais cooperação, menos competição, então o ser humano abre a mente para uma nova atitude. E finalmente uma ecologia integral que vê o ser humano como um elo de uma grande corrente de vida que envolve a Terra e o universo. Então o processo da ecologia é o crescimento para dentro dessa nova sensibilização com tudo o que está à nossa volta e com o que convivemos e não estamos alheios a eles, pois tanto podemos ser anjos bons que protegem, como podemos ser satãs que matam.

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Um olhar para o futuro, Aldem Bourscheit*

O ex-frade franciscano Leonardo Boff, 63 anos, estudioso da ecologia social, autor de mais de 60 livros e considerado um dos criadores da Teologia da Libertação – que nos anos 70 propôs uma fusão entre marxismo e cristianismo –, concedeu essa entrevista no dia 22 de maio de 2002, na abertura do Seminário Estadual sobre Educação Popular. O evento se realizou no Auditório Araújo Viana, em Porto Alegre (RS).
Para o teólogo, membro da Comissão da Carta da Terra para América Latina e Caribe, a sociedade mundial encontra-se numa verdadeira encruzilhada em decorrência de um modelo de desenvolvimento predador e suicida, e deve decidir agora sobre seu futuro. Leonardo Boff recebeu em 2001 o Prêmio Right Livelihood (Correto Modo de Vida), que alguns consideram uma espécie de Nobel alternativo.

Aldem Bourscheit - Disciplinas como ética, filosofia e até ensino religioso foram sistematicamente retiradas dos currículos escolares brasileiros, principalmente a partir do regime militar. Qual é ou qual era o “problema” com essas disciplinas?

Leonardo Boff - Essas disciplinas são humanísticas, e toda disciplina humanística coloca a questão do sentido da vida, dos fins, do ser humano, e isso contrasta com a outra opção tecnológica, que cuida mais dos meios, em função de um certo tipo de desenvolvimento, material. Esse modelo normalmente não insere duas dimensões fundamentais, que são o ser humano, como destinatário desses bens, e a natureza, cuja depredação é praticamente inconsciente e ilimitada.
Eu acho que o resgate dessas dimensões humanísticas coloca no centro a destinação de todo o processo tecnológico, de desenvolvimento, da economia, em função da vida e em função da vida humana. E por outro lado, suscita de imediato a questão ética. Isto é, todos os saberes devem assumir a responsabilidade de serem úteis para o ser humano, de ajudarem o ser humano a manter a herança que ele herdou do passado, seja cultural, seja natural - a herança ecológica. Ao mesmo tempo, ajuda o ser humano a estabelecer uma relação bem fazeja do outro com a natureza, de tal maneira que o saber seja um momento de diálogo do ser humano com a realidade e ao mesmo tempo uma forma de aprofundar sua relação com a realidade, não cortá-la, no sentido da dominação, mas reforça-la no sentido de sentir-se junto à cadeia da vida, sentindo-se parte e parcela de um todo que o desborda por todos os lados.
A ética procura suscitar esta questão, e ela é hoje uma demanda fundamental, porque a falta de ética está degradando o tecido social, em termos de milhões e milhões de excluídos, e está destruindo a base físico-química que permite a vida. Então, temos ética e nos salvamos, ou colocamos de lado a ética. Ou fazemos inclusive uma estratégia anti-ética e corremos o risco de ir ao encontro de dramas muito grandes, para a sociedade e para a natureza.

AB - Em vários textos, livros e palestras suas, o senhor comenta sobre uma situação de crise social decorrente de nosso modelo de desenvolvimento. Por que a população não consegue vislumbrar essa crise ou não consegue reagir a ela?

LB - A opinião pública é vítima de uma imensa desinformação. Uma desinformação que é intencionada, porque ela faz parte da lógica do sistema. O sistema é consumista, então, ele tende a produzir cada vez mais e criar o consumidor pela sua produção. E essa produção não é só consumista, ela é também depredadora - depreda a natureza tornando os recursos escassos. Esses dois fatores, uma vez denunciados, colocam em questão a lógica do sistema e o próprio sistema.
Hoje chegamos a um ponto em que colocamos as questões: Quanto de agressão a Terra ainda suporta? Quanto de injustiça social mundial o estômago ético humano ainda consegue digerir? Porque estamos chegando a limites extremos, seja de uma degradação total das relações sociais mundiais, pelo crescimento da pobreza, da marginalidade, da exclusão; seja pela sistemática degradação do sistema de vida, cujos relatórios revelam que de ano a ano ela cresce sem que haja políticas consistentes para colocar um limite a essa depredação.
Esses dois temas, que são contraditórios ao sistema dominante, são ocultados, e a grande parte da população está dentro do Titanic que está afundando, mas não se dá conta disso. As grandes empresas gaiamente continuam produzindo e consumindo como se a Terra fosse inesgotável e o mundo estivesse reconciliado. Então, esses limites possivelmente irão aflorar no momento em que a crise atingir a pela das pessoas, isto é, quando percebermos, por exemplo, que dentro de pouco teremos a crise mundial da água potável. Nações do mundo inteiro farão guerras devastadoras para garantir acesso a esse recurso natural. Então, esse fato despertará a consciência.
Mais 15 ou 20 anos, e a energia fóssil do petróleo encontrará um limite extremamente perigoso. Buscamos alternativas energéticas ou o modelo montado sobre essa energia entrará numa crise sistêmica. Fatos assim mobilizam as consciências e, aí sim, colocamos a questão das alternativas. Entretanto, é importante que o pensamento agora e os grupos elaborem essas alternativas, acumulem energia, porque quando a crise vier nós tenhamos propostas que sejam realmente boas, que permitam um outro ensaio civilizatório e não coloquem a humanidade num estresse de grande risco.

AB - Numa entrevista recente à revista Eco-21, o senhor fala em três cenários atuais: um seria conservador, outro, reformista, e por fim, um libertador. Podes explicar esses três cenários?

LB - O primeiro cenário eu chamo de conservador porque é o cenário das elites industriais e financeiras mundiais, que não despertaram ainda para o alarma ecológico. Parte da idéia de que os recursos são ilimitados e de que a Terra tem capacidade de regeneração, e de que o processo da tecnociência, que exige muita energia e exaustão e utilização massiva dos recursos naturais pode continuar. Eu creio que essa análise é irresponsável, porque todas as grandes instituições que abordam o estado da Terra mostram anualmente o crescimento da degradação e também os limites reais que a Terra tem. Essa visão conservadora é míope e perigosa, porque é assumida pela administração Bush (EUA), que fez disso política de governo, e agrava portanto a situação.
O segundo cenário é reformista porque se dá conta de que devemos combinar desenvolvimento e ecologia, mas não quer questionar a estrutura, a lógica do tipo de desenvolvimento, que é linear, consumidor das energias limitadas da Terra. Ao menos se incorporam tecnologias mais benevolentes, que diminuem a agressividade, que diminuem também o grau de contaminação do ar, das águas. Ele tem um certa vantagem porque ajuda a incorporar o discurso ecológico, mas tem a desvantagem de que quando há um conflito entre desenvolvimento e ecologia, sempre se opta pelo desenvolvimento e se abandona a ecologia, perpetuando-se a crise.
Já a terceira visão é a que efetivamente se dá conta de que chegamos a um momento de não retorno. Devemos preservar a única casa comum que temos, o planeta Terra, com um equilíbrio extremamente frágil, e elaborar uma economia e uma política que preserve a vida, garanta o sustento humano, e que refunde o pacto do ser humano com a natureza, incluindo esta como um novo sujeito social merecedor de respeito, e também com a consciência de que somos um elo na corrente da vida.
Na verdade não existe meio ambiente, mas sim a comunidade de vida. O ser humano tem a função de assumir responsabilidades, de ser guardião dessa riqueza, desse equilíbrio. Se nós não assumirmos essa responsabilidade, a reprodução da vida não será mais garantida pelas próprias forças da natureza, porque a nossa máquina de morte está tão azeitada e avantajada que ela pode produzir danos fundamentais para a biosfera e pode ameaçar nosso próprio destino.
O ser humano, no seu afã de destruição, criou 25 formas diferentes de destruir a vida, e isso é um fato inédito na consciência histórica. O ser humano podia fazer guerras, podia construir armas, mas nenhuma delas tinha a capacidade de destruir a si mesmo, e de forma completa. Agora nós podemos. Isso cria de um modo geral um mal estar na civilização, já notado por Freud em 1931, e hoje como um alarma das consciências.
Os grupos mais avançados, que todavia ainda não chegaram ao poder político, estão fazendo acumulação social, elaborando sua consciência, divulgando estratégias alternativas, e isso tem um caráter de urgência, porque introduzimos agora as modificações ou não teremos mais tempo para fazer essas modificações. Por isso o grau de urgência e de dramaticidade que estamos vivendo.

AB - Qual é a sua expectativa para a Rio+10 (Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, 26 de agosto a 4 de setembro, África do Sul) frente à situação mundial após os atentados de 11 de setembro aos Estados Unidos, agora que a temática da violência e do combate à violência com ainda mais agressões tem se ampliado no globo?

LB - A minha expectativa é de que aumente a consciência, não ainda que haja medidas importantes, já que as potências militaristas e hegemônicas no mundo, que são os países industrializados, não querem afetar suas vantagens comparativas de controlar o processo mundial econômico e financeiro. Não renunciam à sua hegemonia mesmo sabendo que estão sacrificando a Terra. Procuram prolongar a agonia, pensando nas suas vantagens. Mas são soluções insensatas, porque não se dão conta de que estão num Titanic que está afundando, e isso é curioso.
O ser humano é um ser criativo, surpreendente, nossa natureza é quântica, cheia de oportunidades e alternativas, e ele pode, depois que se decidiu a isso, buscar alternativas. A Carta da Terra, de cujo grupo eu sou integrante, tentou criar um consciência dessa nova alternativa, dessa nova urgência, e propor isso à discussão, primeiramente mundial, que já está sendo feita há vários anos, tendo inclusive sendo assumida pela Unesco. A partir do ano que vem, ela será proposta à ONU (Organização das Nações Unidas), para que esse organismo se confronte, assuma isso e a promulgue com os mesmos direitos e valor que a Declaração dos Direitos Humanos. Então, não só o ser humano vai ser defendido, mas a Terra como um sistema e os ecossistemas e cada ser vivo vão ser considerados como uma subjetividade que deve ser respeitada na sua autonomia, ganham uma certa cidadania, pertencem à dimensão da sociedade humana, e isso permitiria um novo estado de consciência global adequado à essa gravidade. O ser humano se forçaria a rever atitudes, hábitos, assumir valores que criem uma função salvacionista: Salvar a Terra e a vida dentro dela.

AB - Quais os passos então para que cheguemos a uma cultura da paz?

LB - Eu vejo duas tarefas fundamentais. A primeira é uma tarefa crítica de desconstrução de todo o imaginário social, que se orienta pelas festas tradicionais e cívicas, quase todas de cunho militar ou militarista. Celebramos vitórias militares, generais, marechais, e isso alimenta a perspectiva da violência. Os heróis não são aqueles grandes mestres da humanidade, professores, médicos, pintores, profetas, educadores, são aqueles que usaram armas, mataram, expandiram o território. Sempre na perspectiva dos vitoriosos, nunca na das vítimas. Devemos fazer uma crítica rigorosa a isso. Essa visão militarista não ajuda a uma cultura da paz, porque os símbolos todos são ligados a violência e à morte.
A segunda, é criar essa própria cultura da paz. É importante entender a paz como resultado de uma relação que o ser humano tem com outro ser humano, com outras formas de vida, consigo mesmo, com a natureza. Uma relação não agressiva, mas sim de cooperação, de sinergia, de sentir-se parte e parcela desse todo e entender, por exemplo, que a Terra não é uma espécie de baú cheio de recursos dos quais eu posso me apropriar, mas sim que a Terra é um super organismo vivo. O ser humano é a própria Terra, e no seu processo de evolução chegou o momento de pensar, de sentir, de amar, e hoje de se organizar na perspectiva da sobrevivência. Terra e humanidade formam uma totalidade, uma grande unidade, que é a perspectiva que os astronautas nos transmitem, porque lá de suas naves espaciais, ao olhar a Terra, eles não distinguem Terra e humanidade. É uma totalidade só. Terra viva e, dentro dela, a humanidade.
Essa perspectiva tem que entrar na consciência coletiva, e a nossa responsabilidade, que está na primeira página do Gênesis, diz que o ser humano é chamado a ser o guardião da natureza, ser o jardineiro, aquele que cuida, que desenvolve os processos presentes na natureza. Mas até hoje ele se mostrou satã da Terra. Pelo menos no último milhão de anos em que o ser humano interage conscientemente na natureza, ele começou a ter uma relação de agressão, de matar animais, de desflorestar, envenenar águas. Mesmo os processos civilizatórios de criar tabus, as próprias religiões e a ciência, não conseguiram frear a agressividade humana. Só que hoje, ou nós freamos ou ela será destrutiva de todas. Aí está a importância do processo educativo, de uma ética, de um espiritualidade, que imponham limites à voracidade humana. O tempo histórico corre contra nós, numa contagem regressiva.
Essa análise não é uma dramatização, mas aquilo que é a relação natural que nos vêm frente aos relatórios sobre o estado da Terra. Recentemente saiu o Estado da Terra 2002. Quem ler os dados fica apavorado. Por que? Porque estamos atacando a nós mesmos. Não porque as pessoas são perversas, mas porque estão dentro de uma lógica, de um sistema que no seu funcionamento leva à agressão, à ruptura dos equilíbrios, à super exploração do ser humano, à degradação dos ecossistemas, e não permite que a Terra se regenere e recupere seu equilíbrio.
A escola reproduz a sociedade dominante, que é a função normal da escola, é a chocadeira da ideologia dominante preparando as crianças e as pessoas para esse tipo de sociedade, ou assume uma função crítica passando a ser um nicho de reinvenção, de um novo sonho, de novas práticas, de novos valores, que respondem aos dramas da realidade. É muito importante hoje informar-se, dar-se conta do estado da Terra, sobre como está o nível da violência entre as pessoas no mundo, os equilíbrios climáticos são extremamente frágeis, os níveis da poluição atmosférica, a carência fantástica de água potável, o bem mais escasso da natureza, as limitações da energia fóssil. Esses todos são pontos de estrangulamento, onde o sistema sucumbe. Ele mesmo muda ou ele não terá condições internas de dar uma resposta.

AB - Observando todos esses problemas, quais seriam então o papel e as reformas necessárias nas instituições de ensino para que voltemos nossos passos em direção a um futuro melhor?

LB - Eu acho que há duas tarefas de base. Para aqueles que estão na cultura dominante, no processo de produção, os cidadãos como nós todos, aí se impõe um processo de conversão. Isto é, de uma redefinição das práticas, de uma mudança de consciência, e isso tem que ser feito porque senão seremos cúmplices de um eventual desastre. E aqueles que estão entrando na sociedade via escola, que já cresçam numa nova mentalidade, já cresçam como cidadãos planetários, pessoas que tenham uma relação de benevolência, de sinergia com a natureza, que protegem todas as espécies, as águas. Que se estabeleça como nova centralidade não a produção, não o mercado, mas a vida em toda a sua diversidade, e a economia e a política como formas de defender, promover e expandir a vida. Isso supõe um novo padrão civilizatório.
Então, ao que a educação é chamada a desenvolver é uma grande revolução, das consciências, da ética, da espiritualidade, que dá a percepção dos valores, do sentido das coisas. Isso nós não fazemos porque queremos, mas porque estamos condenados a isso. Ou nós decidimos viver e nos submetemos a isso ou vamos ao encontro do pior.

*Aldem Bourscheit é jornalista, assessor de comunicação da Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente) e membro do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS)


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