Edição do dia
20/03/2013 , por Renata Ribeiro , São Paulo, SP
Quase 40% da água
tratada no Brasil é desperdiçada, aponta estudo. Em São Paulo, R$ 250
milhões são investidos todos os anos para diminuir as perdas, mas o problema
continua. A situação é mais crítica na Região Norte, onde mais da metade do
faturamento é perdido.
Além da falta d'água,
tem o desperdício. Um estudo mostra que quase 40% da água tratada no Brasil é
desperdiçada. Só em São Paulo, R$ 250 milhões são investidos todos os anos para
diminuir as perdas, mas o problema continua.
A rede que distribui a
água na cidade é considerada velha e muitos trechos precisam passar por
manutenção. Os vazamentos são o maior problema, e podem causar um estrago
bilionário.
Veja na reportagem as
principais conclusões do estudo, que analisou o desperdício de água no país e o
impacto dele no faturamento das concessionárias.
Água que corre solta
nos canos sem manutenção, nas ligações clandestinas. No Brasil, desce pelo ralo
quase 40% do faturamento das empresas operadoras por causa das perdas de água.
A situação é mais crítica na Região Norte, onde mais da metade do faturamento é
perdido. A média de perda da Europa é 15%, do Japão, 3%.
“É uma perda enorme de
recursos financeiros que poderia estar voltando para o sistema de saneamento
para que mais pessoas tivessem água ou coleta e tratamento de esgoto”, afirma
Edson Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
O estudo do Instituto
Trata Brasil mostra que uma redução de apenas 10% das perdas do país
representaria uma receita de R$ 1,3 bilhão, quase a metade do investimento
feito em abastecimento de água no ano de 2010.
Reduzir perdas é
importante também para não faltar água. O estudo mostra que um terço das cem
maiores cidades do país precisa de um novo manancial para atender a população.
A capital paulista é
um exemplo. A Região Metropolitana de São Paulo tem 50 mil quilômetros de
tubulações enterradas, daria para dar uma volta e meia no planeta. A extensão e
a idade da rede são os maiores desafios.
Todos os anos a
empresa que abastece a região investe R$ 250 milhões para diminuir as perdas,
com reforma nas instalações hídricas e busca minuciosa por vazamentos. O
investimento já rendeu um índice de perda abaixo da média do estado: 26%. A
meta é chegar a 15% até 2020.
Neste ano, o
investimento na rede de água de São Paulo deve subir para R$ 370 milhões, uma
alta de quase 50% em relação a 2012. O aumento dos recursos é resultado de uma
parceria com o Japão.