quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Polícia da Hungria abre investigações para apurar causas de vazamento tóxico

06/10/2010 - 15h21

A Hungria abriu uma investigação nesta quarta-feira para determinar as causas do vazamento de lama tóxica que já causou ao menos quatro mortes e ameaça contaminar o rio Danúbio, motivando alerta da União Europeia (UE) para a possibilidade de alastramento por outros países.
Ainda não se sabe por que motivo parte do reservatório em que se encontrava o lixo tóxico, em uma refinaria na cidade de Ajka (160 km a oeste de Budapeste), se rompeu.
A decisão da Hungria de colocar a Polícia Nacional à frente das investigações revela a importância e a complexidade da tragédia.
O premiê Viktor Orban disse que as autoridades foram pegas de surpresa pelo desastre, uma vez que há duas semanas o local havia sido inspecionado, e, afirmou, nenhuma irregularidade foi encontrada.
O governo húngaro estima que serão necessários pelo um ano e milhões de dólares para limpar as cidades atingidas pelo desastre ambiental, que levou à decretação de estado de emergência em três cidades do sudoeste do país.
Equipes de socorro concentram esforços no momento em evitar que a lama chegue ao rio Danúbio, que corta o país a atravessa Croácia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Ucrânia e Moldova antes de desaguar no mar Negro.
Estima-se em cinco dias o tempo para que a lama chegue até o rio.
"Esperamos conseguir conter isso", disse o ministro do Interior, Sandor Pinter. "Até este momento, nós conseguimos conter a lama no rio Marcal, antes do rio Raba [que deságua no Danúbio]."
Segundo Pinter, o governo húngaro examina com a UE a possibilidade de receber assistência para enfrentar o desastre ambiental.
Desde o rompimento do reservatório em Ajka, na segunda-feira, cerca de 1 milhão metros cúbicos de resíduos tóxicos foram espalhados pela região de Kolontar e outras duas vilas.
O vazamento carregou carros nas ruas, danificou casas e pontes, e levou cerca de 400 moradores a deixarem a região. Entre os quatro mortos está ao menos uma criança, de 3 anos. Seis pessoas estão desaparecidas e 120 ficaram feridas --duas em estado grave--, a maioria com queimaduras e irritação nos olhos causada por chumbo e outros elementos corrosivos presentes na lama vermelha. Muitos animais também morreram.
Para o secretário de Estado do Ministério do Meio Ambiente, Zoltan Illés, este é o acidente químico mais grave da história da Hungria. 'O vazamento de lama vermelha é uma catástrofe ecológica.'
A lama vermelha é um resíduo do processo de transformação da bauxita em alumina, matéria-prima para a fabricação do alumínio. A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três toneladas de lama vermelha.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/810703-policia-da-hungria-abre-investigacoes-para-apurar-causas-de-vazamento-toxico.shtml

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