“Tudo é bem simples: cortamos as cascas de coco em quatro e colocamos em um reator”, explica a pesquisadora. O teste usou o esgoto bruto despejado pela Unicamp. O resíduo foi armazenado em caixas d’ água e, em seguida, jogado no reator de aço inox. Dentro dele, uma armação de bambu barra os dejetos, enquanto a água é purificada pela junção de cascas de coco e areia.
Além de sair com 70% a menos de impurezas, ao passar pelos restos da fruta, a água ainda recebe 82% de nitrato e outros nutrientes. A descoberta mobilizou um grupo da Universidade que constatou que o líquido poderia servir à agricultura, já que possui elementos fertilizantes. A água já foi utilizada no cultivo de rosa e milho e ficou comprovado que não existe possibilidade de contaminação, tanto do solo quanto das plantas.
Luana Mattos sugere uma aplicação para a tecnologia: “A ideia é testar resíduos facilmente encontrados para montar sistemas de tratamento de esgoto em pequenas comunidades e produzir um efluente para a agricultura. Eu imagino que possam ser usados em pequenas comunidades no Nordeste, onde o coco tem relevância econômica”,
O próximo passo do experimento é colocar o reator para funcionar em larga escala e, confirmando-se sua eficiência, abrir a tecnologia para que os grupos interessados tenham acesso gratuito às técnicas de construção do equipamento.
Coco para dar e vender
De acordo com a FAO, o Brasil é o quarto maior produtor de coco do mundo e o maior da América Latina, com produção de mais de 2,75 milhões de toneladas por ano, ficando atrás apenas da Indonésia, Filipinas e Índia. O coco verde costuma ter, em média, 45% de sua massa descartada no lixo. De acordo com o site do Embrapa, cerca de 70% do lixo gerado no litoral dos grandes centros urbanos do Brasil é composto por cascas de coco verde.*Com informações da Revista Sustentabilidade
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