Pesquisa da WWF-Brasil revela que mais da metade da população do país ainda não conta com coleta seletiva em suas residências. Entre aqueles que não possuem acesso ao serviço, 85% se dizem dispostos a separar os resíduos corretamente, se tiverem onde depositá-lo
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os municípios brasileiros têm menos de dois anos para terminar com os lixões e implementar a coleta seletiva em todo o seu território, mas pesquisa divulgada nesta quarta-feira (28) aponta que a meta está longe de ser cumprida.
De acordo com o estudo Consumo Sustentável*, feito pelo Ibope a pedido da WWF-Brasil, 64% dos brasileiros ainda não possuem acesso à coleta seletiva em suas residências. A notícia não é boa, principalmente porque a vontade da população de cuidar de seus resíduos corretamente é grande: 85% das pessoas que não contam com o serviço estão dispostas a separar o lixo em casa, desde que tenham um lugar para depositá-lo.
A situação ainda piora. De acordo com a pesquisa, os brasileiros que já possuem acesso à coleta seletiva não são atendidos 100% pela prefeitura. Em metade dos casos o serviço ainda é feito de forma informal, por catadores de rua, cooperativas, associações ou pontos de entrega voluntários, o que prova que os governos municipais ainda têm muito trabalho pela frente, se quiserem cumprir as determinações da PNRS no prazo.
FALTA CONHECIMENTO
Além da ausência do serviço de coleta seletiva, o brasileiro também está carente de informação. Uma em cada três pessoas entrevistadas pelo Ibope não faz ideia do destino do lixo que é produzido em sua casa, depois que ele é colocado para fora.
E mais: muitos não sabem quais são os resíduos que precisam ser descartados de forma especial, por apresentarem algum risco ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Apenas 19% da população sabe como descartar embalagens aerossóis corretamente, por exemplo, enquanto 78% e 73% não fazem ideia de como jogar fora remédios e óleo de fritura, respectivamente.
Confira, na íntegra, a pesquisa Consumo Sustentável, que foi encomendada pela WWF-Brasil, no âmbito do Programa Água Brasil.
fonte: Débora Spitzcovsky, Planeta Sustentável - 28/11/2012
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