Proposta daria aos países ricos decisão sobre corte de emissões de gases. Banco Mundial e não a ONU articularia financiamento.
A Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas foi movimentada, nesta terça-feira (8), pela divulgação do conteúdo de uma proposta sobre como países ricos e pobres devem combater o problema.
A indignação dos africanos ecoou pelo centro de convenções. Eles reagiam à revelação de um acordo paralelo articulado pela Dinamarca, junto com Estados Unidos e Grã-Bretanha.
O jornal inglês "The Guardian" publicou a proposta, que deixaria aos países ricos a decisão de quanto cortar nas emissões.
Mas obrigaria os outros a apresentar metas, com exceção dos países muito pobres. “Seria como um almoço, você chega para o cafezinho e é convidado a dividir a conta toda. Não é justo”, disse o negociador brasileiro, Sergio Serra.
A proposta abre a possibilidade de o Banco Mundial, e não ONU, administrar os financiamentos para adaptação às mudanças climáticas. E obriga os beneficiados a seguir as regras impostas pelos ricos.
Os países em desenvolvimento veem nas entrelinhas uma discriminação que se estenderia por 40 anos: em 2050, os ricos de hoje ainda poderiam poluir o dobro, por habitante, do que os que hoje estão em desenvolvimento.
A Dinamarca apresentou esse documento na semana passada a um pequeno grupo de países, entre eles o Brasil. Seria uma alternativa para um entrave no acordo.
Mas foi considerado prematuro, desistia das negociações antes de a convenção começar. A Dinamarca então recolheu as cópias dizendo que a proposta estava morta. Não estava, e hoje tumultuou a convenção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário