Objetivo é chamar atenção para extração de petróleo nos arredores do parque, escolhido pelas baleias para a reprodução
30 de agosto de 2011 | 13h 31 -
Fábio Grellet, de O Estado de S. Paulo - com Agência Brasil
RIO - Simulando um combate entre executivos e baleias, 30 ativistas do Greenpeace promoveram um protesto contra a Perenco, empresa franco-britânica de exploração de petróleo e gás, na manhã desta terça-feira, 30, no Rio.
Segundo o Greenpeace, a empresa é dona de duas áreas que estão sendo preparadas para exploração de petróleo e gás em Abrolhos, área de preservação marinha na Bahia usada por baleias para se reproduzir. Em 26 de julho, a entidade pediu à Perenco que adie por 20 anos a exploração mineral em uma parte dessa área, para proteger as baleias, mas, segundo o Greenpeace, a petrolífera não respondeu até agora. Por isso, os ativistas foram ao prédio onde a empresa funciona, em uma torre comercial ao lado do shopping Rio Sul, em Botafogo (zona sul), e fizeram a encenação no saguão.
Em uma apresentação cênica, na torre de escritórios do Shopping Rio Sul, na zona sul, ativistas vestidos de baleia foram pintados com jatos de tinta preta representando a exploração de petróleo, que atinge os animais dessa região. Com faixas e cartazes com os dizeres "Perenco, deixe as baleias namorarem", o protesto, que sujou de tinta o hall de elevadores do Rio Sul, contou com o apoio das pessoas que estavam no prédio.
Os ativistas queriam ser recebidos por funcionários da Perenco, mas não conseguiram e foram embora após pouco mais de uma hora. Até o início da tarde não houve registro policial contra os manifestantes.
O objetivo do Greenpeace é chamar a atenção para a extração de petróleo nos arredores do Parque Nacional Marinho de Abrolhos, escolhido pelas baleias Jubarte, principalmente, para a reprodução.
A coordenadora da campanha, Leandra Gonçalves, disse que mais de 10 mil baleias estão no meio da estação de reprodução e que a atividade extrativa na região pode pôr em risco os animais, além de afetar estoques pesqueiros e espécies em extinção.
"Viemos aqui cobrar da empresa um posicionamento sobre o banimento da exploração de petróleo e gás por 20 anos em torno do parque", disse Leandra, após protesto de uma hora, sem ter sido recebida pela companhia. "Continuaremos com nossa agenda de pressão porque não queremos transformar esse local no novo Golfo do México", completou.
De acordo com o Greenpeace, além da Perenco, nove empresas nacionais e estrangeiras têm concessão para exploração de 13 blocos de petróleo nos arredores de Abrolhos. São elas: Petrobras, Vipetro, OGX, HRT, Shell, Vale, Cowan, Sonangol e Repsol. A organização enviou a todas elas um documento assinado por mais de 12 mil ativistas pedindo o fim da exploração de petróleo ao redor do parque.
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