quarta-feira, 30 de novembro de 2011

RELAÇÃO ENTRE ÁGUA E ENERGIA

RELAÇÃO ENTRE ÁGUA E ENERGIA - Economia de água e de energias - Compreensão e aplicação sistêmica de princípios e conceitos - A água produz energia elétrica - A eletricidade é usada para bombear água - Energia do petróleo - Carvão - Gás natural - Relação entre os problemas ambientais e a água - Energia da biomassa - Quase 100% das energias do planeta provêm direta ou indiretamente do sol - Equilíbrio térmico - Aquecimento global - As árvores e as florestas tem um papel preponderante no ciclo da água e na temperatura da terra

A água e os próprios seres vivos possibilitaram
a vida no planeta
ÁGUA E ENERGIAS - Em frases e parágrafos esparsos
 Texto preparativo para palestra em escola, em São Carlos-SP


A água é o principal regulador térmico do planeta terra.

A água é vida.

O sol fornece quase toda a energia para a terra
e os seres vivos
A energia dos combustíveis fósseis, a energia das quedas d`´agua, a energia térmica proveniente da biomassa, a energia para os seres vivos, tem suas origens no sol.




Economizar água é mais importante porque economizam-se energias.

Para se ter água nas torneiras, nas indústrias e nos cultivos agrícolas, é necessário :

*Bombear a água de nascentes superficiais ou da profundidade dos lençóis subterrâneos.
Os lençóis subterrâneos também são
finitos e não podem ser contaminados
*Transportar até as estações de tratamento.
*Tratar a água.
*Bombear novamente até as grandes caixas d`´agua.
*Manter o sistema de distribuição.
*Manter o sistema de esgoto e as estações de tratamento.
*Aplicar materiais na construção em todas as etapas acima.
*Controlar as etapas e cobrar pelos serviços.

Em todas as etapas há aplicação de energias, principalmente a elétrica. O consumo de energia das companhias de fornecimento de água é muito grande.


AS HIDRELÉTRICAS E AS TERMOELÉTRICAS USAM OU GASTAM ÁGUA PARA A PRODUÇÃO DE ENERGIA


Captando, tratando e distribuindo água,
gastam-se energias

As hidrélétricas reservam enormes quantidades de água. Há perdas por evaporação da superfície das represas. Há perdas no processo de produção e manutenção. No entanto, a água, após produzir energia elétrica, continua disponível para outras aplicações. As cidades que bombeiam  água da represa, ou a montante do rio, concorrem com a água necessária à geração de eletricidade.

A política de economia de água relaciona-se, principalmente, à dificuldade de aplicação de recursos na construção de novas usinas de produção de energia e na melhoria de seus sistemas de distribuição. A descentralização da produção e a opção por energias alternativas limpas é o caminho que tende a ser mais sustentável na atual conjuntura da humanidade.
Economizar água e energias
enquanto novas energias são
desenvolvidas

AS TERMOELÉTRICAS transformam grandes quantidades de água em vapor, além de utilizar água em seus processos de manutenção e limpeza.




O MITO DA ESCASSEZ DE ÁGUA

Embora a água doce disponível no planeta está próxima de 2,5%, sendo aproximadamente 0,1% de águas superficiais e 0,4 de águas subterrâneas, o volume em metros cúbicos disponível é imensamente maior que o atual consumo pelos seres humanos.

Então restam dois motivos reais para a economia de água :
- Estratégia política/administrativa na contenção de recursos para a oferta de água.
- Economia de energias.



E porque economizar energias é realmente muito importante ?....

O planeta terra é um sistema fechado que mantêm um delicado equilíbrio de energias, substâncias e materiais. O conjunto dos seres vivos, embora aparentemente ínfimos diante das vastas extensões de terras, de águas e de gases, consegue alterar e participar do intrincado e delicado equilíbrio entre energias, substâncias e materiais do planeta.
As diversas camadas atmosféricas participam,
juntamente com as nuvens, da regulação térmica
do planeta


O equilíbrio dos materiais relaciona-se, principalmente, à conformação original das camadas subterrâneas e estas relacionam-se diretamente com a extração de gás, petróleo, pedras e metais. O equilíbrio dos materiais mantêm pontos gravitacionais e magnéticos estáveis. 


O sol emite raios que aquecem a terra. Se não fossem os diversos fatores de manutenção de equilíbrio, a terra se esquentaria em demasia, impossibilitando a vida. Fenômenos atmosféricos e intra-terrestres seriam muito mais intensos. Dentre os vários fatores de equilíbrio térmico do planeta, a água e as manipulações energéticas realizadas pelos humanos são considerados os seus principais reguladores na fase atual do planeta.

Portanto, a delicada manutenção correta do ciclo da água e o delicado equilíbrio na entrada e na saída da energia solar são susceptíveis de desequilíbrios provocados pelas interferências dos homens.



A HISTÓRIA DA VIDA

Bactérias, fungos e algas criaram o clima adequado
às suas vidas e a outras. Devemos nossa existência
a estes seres microscópicos
Existimos e podemos continuar vivos graças ao trabalho, por milhares de anos, das bactérias, dos fungos e das algas. São eles que criaram o ambiente propício à vida, e hoje, juntamente com todos os outros seres vivos, mantêm este sistema adequado à vida, aparentemente complicado e delicadíssimo. Se pudéssemos falar em nome - e podemos - de todos os seres vivos, diríamos : "Criamos nossa própria casa." Inclusive por este motivo, Lovelock* concluiu : A terra é viva !!

Portanto, muito facilmente as ações humanas que interferem nos ciclos da água, das energias, das substâncias, e nos próprios ciclos das vidas, podem alterar drásticamente as condições do planeta, dificultando ou até impossibilitando a vida como um todo, ou a de muitas espécies. E desde algumas décadas, rápido, este danoso processo encaminha-se.

É necessário conter a interferência indesejada da civilização nos frágeis equilíbrios que possibilitam a continuidade dos homens e a de todos os seres vivos.

Está em moda reciclar. Mas ações
mais efetivas em reutilizar e principalmente
em REDUZIR, são imprescindíveis
nos dias atuais.
Economizar água, economizar energias, economizar materiais é o primeiro passo. Mas é pouco. Apenas economizar, em níveis muitas vezes simbólicos, muito pouco resolve. Se desejamos continuar a existir, precisamos nos adequar mais intensamente em nossa função, como seres biológicos, de preservar e dar continuidade aos frágeis equilíbrios, trabalhando de mãos dadas com todos os seres vivos.



ECONOMIZAR MATERIAIS

Não apenas água e energias devem ser poupados, mas também materiais, ou seja, os recursos que a inventividade humana nos proporciona, pois estes bens requerem, para a sua extração e produção, água e energias.

Mesmo que esta contenção no uso seja estratégica, até que métodos mais harmônicos com a natureza sejam desenvolvidos, é urgente a diminuição em todos os consumos.

* Lovelock : criador da Teoria de Gaia.

AS ÁRVORES, AS FLORESTAS, AS ÁGUAS E O EQUILÍBRIO TÉRMICO DO PLANETA

Luiz A. V. Spinola, nov/2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Painting a mountain to save a glacier

By Karl Burkart, Mother Nature Network, Posted Fri Jun 25, 2010 10:46am PDT
 
 
 
Photo via Planet 100
One of the great climate tragedies of 2009 was the disappearance of Chalcataya, one of Peru's most important glaciers. Then a huge chunk of Hualcan, another mountain glacier in Peru, broke up causing a lakeside tsunami.
 
So it's not surprising that Peru would be leading the charge in the fight to save the word's remaining tropical glaciers. Peruvian inventor Eduardo Gold was one of 26 winners of the World Bank-sponsored contest "100 Ideas to Save the Planet." The idea is simple but monumental at the same time — paint the mountain white. Check out this photo and video of the crew in action.  
 
It sounds a bit crazy, but Gold's concept was selected out of 1,700 entries to receive a $200,000 grant. Work has already begun in preparation for the rainy season, which he hopes will rebuild the Chalon Sombrero glacier.
 
In case you are wondering, the paint is nontoxic. It is made from a combination of egg whites, lime, and water and it works by increasing the reflectivity of the mountain, preventing the normally dark rocks from absorbing the sun's heat. The goal is to create a microclimate that will help the glaciers rebuild by giving them a cold surface to adhere to.
 
Whitewashing may just turn out to be one of the most important stop-gap strategies for lessening the impacts of climate change. The Akomplice launch last week is an effort to reduce our nation's demand for air conditioning, again by painting roofs and buildings white. Now the ingenious solution will be applied to the mountains of South America.
 
Peru is home to 70 percent of the world's tropical glaciers, and global warming has hit them hard — nearly one-fourth of Peru's glaciers have melted in the last 30 years, threatening the continued livelihood of millions of Peruvians who depend on them for fresh water. 
 
via: BBC

http://green.yahoo.com/blog/guest_bloggers/51/painting-a-mountain-to-save-a-glacier.html

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Livro das Águas - WWF

Cadernos de Educação Ambiental Água para a Vida, Água para Todos

Os Cadernos de Educação Ambiental Água para a Vida, Água para Todos, lançados pelos programas Educação Ambiental e Água para a Vida, do WWF-Brasil, acabam de chegar à Internet. Você poderá navegar em uma publicação dedicada às águas do Brasil, que reúne informações e atividades educativas em torno de um tema integrado a todas as questões ambientais.
Os Cadernos são um material versátil que pode ser facilmente adaptado por educadores, professores, monitores, recreacionistas, gestores sociais, líderes comunitários à realidade que os cerca e auxiliar na elaboração de atividades, campanhas e projetos pela natureza.

 http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impactos2/agua/educacao_ambiental_agua/

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

TERRAMÉRICA – Ventos brasileiros semeiam empregos verdes

07/11/2011 - 10h46

por Alice Marcondes*
54 300x200 TERRAMÉRICA   Ventos brasileiros semeiam empregos verdes
Construção de parque eólico em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina. Foto: Cortesia Abeeólica

A energia eólica, ainda marginal no Brasil, tem mais potencial para criar empregos verdes do que outras fontes renováveis.

São Paulo, Brasil, 7 de novembro de 2011 (Terramérica).- A expressão “emprego verde”, criada para definir os postos de trabalho que contribuem de algum modo para preservar ou restaurar o meio ambiente, esta cada vez mais presente no vocabulário das empresas dispostas a atender a demanda social por uma economia mais limpa. O Brasil não fica alheio à tendência. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), sua economia conta com mais de 2,6 milhões de postos de trabalho formais que se ajustam a esses critérios e empregam 6,7% da força de trabalho.
O estudo “Empregos verdes no Brasil: Quantos são, onde estão e como evoluirão nos próximos anos”, publicado em dezembro de 2009 pelo escritório local da OIT, prevê que esses números se multiplicarão no médio prazo. As energias renováveis geram, por si só, quase 550 mil destes empregos e constituem um dos nichos que mais estimulam a perspectiva de crescimento. Apesar de a biomassa (cultivo da cana-de-açúcar) e as grandes centrais hidrelétricas serem as principais empregadoras, o motor do crescimento do setor renovável são as turbinas eólicas.
O que coloca a energia do vento à frente das demais é sua oferta de trabalho decente, segundo a OIT um pré-requisito para que um emprego seja realmente “verde”. “Dar aos empregados condições de trabalho justas é fundamental. O setor eólico é formado por grandes projetos que mantêm sobretudo empregos formais”, disse ao Terramérica o coordenador do programa de trabalho decente e empregos verdes da OIT no Brasil, Paulo Sérgio Muçouçah.
“O fato de o trabalhador estar registrado e ter garantidos seus direitos já permite catalogar seu trabalho como decente. Tanto a indústria canavieira como as hidrelétricas têm histórico de conflitos trabalhistas, nas plantações e na construção de represas. Isto as coloca em desvantagem em relação à energia do vento”, destacou Muçouçah. A proporção da fonte eólica na matriz energética mundial cresceu quase 32 vezes no período de 15 anos.
No entanto, no Brasil, o avanço é mais tímido: embora os ventos permitam gerar 300 gigawatts (GW), segundo o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, em maio deste ano chegava apenas a um GW (um bilhão de watts) de capacidade instalada. O Plano Decenal de Energia do governo prevê contar com 12 GW até 2020. Para a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), esta meta é muito modesta. “Na verdade, esperamos quase duplicar e chegar a 22 GW. É necessário que este crescimento continue para consolidar a indústria nacional”, explicou ao Terramérica a presidente-executiva da entidade, Élbia Melo.
No momento, o setor gera quase 13 mil postos de trabalho diretos e indiretos, divididos nas áreas de geração e distribuição do serviço, que incluem postos criados na construção dos parques eólicos. “Além da perspectiva de aumento do emprego, coincidindo com a ampliação da capacidade instalada, também há as empresas fabricantes de turbinas e demais componentes, que formam um mercado promissor”, ressaltou Muçouçah. Já há três fábricas instaladas e várias empresas completaram estudos para “inaugurar mais unidades fabris”, acrescentou o representante da OIT no Brasil.
Outro aspecto a favor do vento como gerador de emprego frente à hidrelétricas (atual matriz dominante) é que, para gerar e distribuir um terawatt (um trilhão de watts) por hora de energia eólica, são necessários entre 918 e 2.400 trabalhadores, enquanto para essa mesma quantidade as hidrelétricas necessitam de apenas 250 pessoas. “A diferença em volume de mão de obra não afeta o preço da eletricidade. O custo tão elevado da construção de centrais e turbinas hidrelétricas iguala o que o consumidor final deve pagar por ambas”, disse Muçouçah.
Dos 62 parques eólicos instalados, 43 estão no Nordeste, a região preferida para desenvolver a maioria dos novos projetos e assentar as indústrias do setor, devido à grande concentração e potência dos ventos de seu litoral atlântico. “O fato de as novas praças serem instaladas no Nordeste, uma região mais empobrecida e menos desenvolvida, faz da energia eólica um fator de desenvolvimento e converte esses empregos em mais verdes”, acrescentou o funcionário da OIT.
Na última licitação realizada pelo governo federal, a energia eólica ganhou metade da oferta, quase dois GW, oferecendo um preço médio abaixo de R$ 100 por megawatt/hora, mais barato do que a hidrelétrica. Este volume constitui um impulso fundamental para dar escala ao setor eólico. Contudo, um crescimento robusto, que engorde as estatísticas nacionais de empregos verdes, exige que o Brasil melhore seus meios de transporte e sua logística.
“É necessário melhorar esses setores para dar lugar ao grande volume de projetos contratados”, afirmou Élbia Melo. Além disso, segundo a presidente da Abeeólica, “ampliar a produção desta energia é um desafio que exige grande capacidade de governança para explorar potencialidades ainda limitadas pelo modelo energético vigente, de intensa emissão de gases causadores do efeito estufa”.

* A autora é colaboradora do Terramérica.

Acidente na Bacia de Campos

Chevron fala ao blog sobre vazamento de óleo
O blog entrou em contato com a petroleira Chevron Brasil para saber, entre outras coisas, que providências que estão sendo tomadas para resolver o sério problema ambiental que completa hoje uma semana: o vazamento de petróleo no campo de Frade, na Bacia de Campos, que será investigado pela Polícia Federal. Demorou horas e respondeu por escrito. A empresa tem 51,74% de participação no campo, portanto é a principal responsável. O campo fica a 370 quilometros a Nordeste da costa do Rio. A Petrobras é sócia: tem 30% e a Frade Japão Petróleo Limitada é dona do resto.
A Chevron garante que o vazamento de óleo do fundo do mar está diminuindo e disse que trabalhará para que isso pare completamente.É o mínimo que poderia dizer.

- Seguimos trabalhando com as autoridades governamentais para investigar a origem e a causa dessas exsudações (bolhas de petróleo que emergem do fundo do oceano). A Chevron tomou a precaução de fechar o poço na superfície, como medida de segurança, e agora está no processo de vedar e abandonar o mesmo. Em função do sucesso das operações de controle do poço, a quantidade de óleo proveniente das linhas de exsudação próximas do fundo do mar, diminuiu significativamente - diz a empresa, afirmando que continuará monitorando a situação.
No ano passado, no Golfo do México, a BP teve de pagar multa de 75 milhões de dólares. O blog perguntou sobre as compensações ambientais, e a Chevron disse que "respeita as leis dos países onde opera e está mantendo um diálogo com as agências competentes do governo brasileiro". Se dissesse o contrário seria esquisito, a frase não diz nada.
- No domingo, dia 13, Magda Chambriard, diretora da Agência Nacional do Petróleo (ANP), visitou nosso escritório do Rio. Também estamos, regularmente, mantendo outros órgãos do governo brasileiro, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e a Marinha informados; nossos parceiros no Projeto Frade, Petrobras e Frade Japão; além de outras partes interessadas. De acordo com o monitoramento que estamos fazendo, podemos dizer que o óleo não deve atingir a costa - afirmou a empresa.
A Chevron continua dizendo que a mancha de óleo é estimada em um volume de até 650 barris, apesar de a ANP ter falado em 200 a 330 barris/dia, como mostrou matéria do jornal O Globo publicada hoje.
- As nossas estimativas se baseiam nas imagens regulares em infravermelho obtidas pelo satélite, nos dois sobrevôos diários do helicóptero, nas observações durante nosso trabalho de resposta direta e na metodologia aprovada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) para tais eventos - diz a empresa.
Uma frota de 17 embarcações está dando suporte a operação, de acordo com a companhia. Segundo a Chevron, a produção do campo de Frade está em torno de 79 mil barris diários de óleo cru e gás natural líquido. Suas reservas estão estimadas em aproximadamente 200 a 300 milhões de barris de óleo recuperável.
As empresasa de petróleo deveriam aprender como responder em casos de vazamento. Elas sempre demoram, não dão transparência, têm respostas burocráticas. Cabe portanto às autoridades brasileiras exigir que a empresa se explique, resolva e faça as devidas compensações pelo estrago.

por: Enviado por Valéria Maniero - 16.11.2011

Vazamento de óleo na bacia de Campos destrói toda a vida marinha, dizem ambientalistas

Animais devem morrer pela contaminação ou de fome, preveem especialistas

O vazamento de óleo na bacia de Campos, no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, provocou uma mancha de 162 km² no mar, o equivalente a metade da baía de Guanabara. Essa situação preocupa ambientalistas, que alertam para o risco de morte dos animais.
Segundo a Chevron, a mancha, localizada a cerca de 120 km do litoral de Campos, está se afastando da costa na direção Sudeste, ou seja, em direção ao continente africano. O volume de óleo acumulado na área é de 521 a 882 barris - até 140 mil litros.
De acordo com Aristides Sofiati, da UFF (Universidade Federal Fluminense) em Campos dos Goytacazes, o acidente serve de alerta para os riscos da corrida pelo pré-sal. Nesta quarta-feira (16), ele disse temer que a ansiedade com a grande quantidade de poços de petróleo na região faça com que as empresas fiquem menos atentas a segurança nas escavações.
O biólogo Mário Moscatelli, do Rio de Janeiro, acrescenta que a tragédia ambiental também mostra a importância do Estado do Rio de Janeiro receber um percentual maior no pagamento dos royalties do petróleo.
- Se a mancha chegar nas praias de Macaé, quem vai ter que arcar com a recuperação do litoral não vai ser o governo dos Estados do Norte ou Nordeste do país, mas os governos do Rio de Janeiro e de Macaé.
Moscatelli questiona ainda a falta de informações de órgãos oficiais sobre o acidente.
- Apenas a empresa responsável está divulgando as informações sobre o vazamento. É preciso ter o outro lado. Será que o vazamento é mesmo do tamanho que os responsáveis dizem que é? Os técnicos do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais) já estiveram no local?

A assessoria de imprensa do Ibama informou que os técnicos foram ao acidente e que acompanham todo o processo. Na tarde desta quarta-feira, eles se reuniram para avaliar o andamento dos trabalhos.
A multinacional americana Chevron, responsável pelo campo do Frade, situado a 370 km a nordeste da costa do Rio, e pelo combate ao vazamento, informou que a situação está controlada e que não há indícios de fluxos de fluido no poço. Mesmo assim vai continuar monitorando a região, até a chamada selagem.
A empresa assegurou que o trabalho foi mantido nesta quarta-feira, apesar do mau tempo que atinge o litoral fluminense.
Contaminação
O vazamento do poço já contaminou toda a área, diz Sofiati. Ele lamenta que esses reflexos serão sentidos por muito tempo.
- A área vai ficar marcada, independentemente do sucesso dos trabalhos de limpeza da empresa. Toda a cadeia alimentar está comprometida. Os animais que não morrerem em consequência direta do contato com o óleo, irão morrer de fome ou procurar alimento em outra área, deixando a região morta.
Moscatelli lembra que as baleias vão ser as principais vítimas.


- Elas estão em período de migração para o Sul do país e, se a mancha de óleo estiver no caminho, podem adoecer com o contato ou ficar desorientadas. De qualquer maneira, elas serão afetadas.
No caso do vazamento no golfo do México, em julho do ano passado, além da quantidade de óleo ser maior, a substância ficou confinada dentro do golfo. Na baía de Campos, o vazamento foi em mar aberto, onde o óleo pode ser espalhar conforme a força e direção do vento e das correntes.
O vazamento foi descoberto na noite da última quarta-feira (8). De acordo com a empresa, ele teria sido causado por uma rachadura no solo. Além da tentativa de tapar o buraco com lama pesada e cimento, boias de contenção tentam impedir o deslocamento da mancha e absorver o óleo.


fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/vazamento-de-oleo-na-bacia-de-campos-destroi-toda-a-vida-marinha-dizem-ambientalistas-20111116.html

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

TERRAMÉRICA – Justiça social para regular a saída da crise

7/11/2011 - 11h04
 
por José Graziano da Silva*
A crise mundial exige respostas rápidas para recuperar a demanda e linhas de ação para substituir a desordem financeira por um ciclo de expansão, regulado pela justiça social.
73 300x108 TERRAMÉRICA   Justiça social para regular a saída da crise
Claudius/IPS

Salvador, Brasil, 7 de novembro de 2011 (Terramérica).- Coordenar a transição de um ciclo de desenvolvimento para outro é uma das equações políticas mais difíceis da vida de uma sociedade. Lançada em janeiro de 2003 com o programa Fome Zero, a política de segurança alimentar do Brasil cumpriu esse papel ao unir sob um amplo guarda-chuva de ações (com ênfase na atenção urgente à fome) a recuperação do poder de compra do salário mínimo e a criação de empregos.
Ampliar o poder aquisitivo das famílias mais pobres, especialmente de seu gasto alimentar mediante a transferência condicionada de renda e, de forma simultânea, promover reformas favoráveis à sua inserção produtiva foi o amálgama geral do programa. Essa combinação contribuiu para desarmar resistências, que não devem ser descuidadas ao se inaugurar um novo ciclo, obteve os resultados rápidos que a emergência social exigia, e alcançou legitimidade política em diferentes camadas da população.
O governo pôde, então, tomar iniciativas de caráter mais estrutural, dando autonomia progressiva às políticas setoriais, como o fomento à agricultura familiar, que fortaleceram as linhas de passagem para uma nova dinâmica de crescimento inclusivo. A coerência desta trajetória é exemplificada em alguns números: entre 2003 e 2010, a desnutrição infantil caiu 61%, o crédito para a agricultura familiar cresceu oito vezes e a renda das famílias do campo aumentou três vezes mais do que a média nacional, enquanto a pobreza rural diminuiu em 15%.
O que faz da experiência brasileira um marco inspirador não é apenas a abrangência e a rapidez dos resultados, mas é, sobretudo, a revelação de interações virtuosas entre o combate à fome e as novas dinâmicas de crescimento. Um exemplo é a demanda cativa anual de R$ 1 bilhão criada para a agricultura familiar pela obrigatoriedade de compra de produtores locais de um terço dos alimentos para a merenda escolar. Políticas como esta podem ser adaptadas à realidade de outros países, reproduzindo seu impulso emancipador nas comunidades locais, com importantes consequências para a segurança alimentar de toda a sociedade.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o governo brasileiro já compartilham com outros países da América Latina e do Caribe a experiência de compra de produtos da pequena agricultura para abastecer a merenda escolar. O Brasil não reinventou a roda na luta contra a fome. Contudo, ampliou sua capacidade de flexibilização ao articular programas de sucesso dentro e fora do país. Bebeu principalmente da fonte do New Deal, que ajudou os Estados Unidos e o mundo a superarem a grande depressão da década de 1930 ao priorizar a recuperação da demanda.
O êxito brasileiro comprova que a ação do Estado continua sendo uma força importante para redefinir a matriz do crescimento na transição de um ciclo econômico para outro. A recriação em 2003 do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) constituiu um fórum de renegociação dessa nova hegemonia democrática. Ao longo do processo foram executadas mudanças estruturais de dimensões históricas.
Esse conjunto de ações devolveu ao mercado interno de massa um papel central que permitiu ao país sustentar seu crescimento, em meio à contração do comércio e do emprego mundial. Hoje podemos dizer aquilo que na década de 1990 era um anátema: a sociedade só controla seu desenvolvimento quando é capaz de regulá-lo com políticas públicas articuladas de forma democrática por um Estado indutor, em parceria com uma sociedade civil organizada e a participação ativa da iniciativa privada.
É isto que o Brasil continua fazendo, como demonstra a IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que acontecerá entre 7 e 10 deste mês, em Salvador, capital do Estado da Bahia, com uma participação prevista de mais de dois mil delegados de todo o país e mais de cem internacionais. Entre eles estão a Frente Parlamentar Contra a Fome para a América Latina e o Caribe, que trabalha a favor de orçamentos indispensáveis para a segurança alimentar.
Incorporar um leque ecumênico de forças à luta contra a fome é o que também faz a FAO com a reforma e ampliação do Comitê de Segurança Alimentar Mundial, congênere global do Consea. Construir segurança alimentar no âmbito mundial pode ajudar a superar uma crise econômica para a qual não existe, precisamente, uma agenda capaz de pôr fim ao círculo vicioso e paralisante de consumidores que não compram, fábricas que não produzem e bancos que não emprestam.
Quase 80% da humanidade vive hoje com menos de US$ 10 por dia e destinam a maior parte dessa renda à alimentação. Cerca de 70% das pessoas do mundo que sofrem desnutrição vivem junto à terra, sem dela poderem extrair produtos e renda suficientes para garantir nem mesmo sua sobrevivência. Para a porção majoritária do planeta, portanto, a manifestação mais palpável da crise é o impacto da turbulência financeira nas flutuações abruptas que ela impõe na produção, na oferta e nos preços dos alimentos.
A crise mundial exige respostas rápidas que propiciem a recuperação da demanda e agendas de consenso que estabeleçam linhas de ação para substituir a desordem financeira por um ciclo de expansão, regulado pela justiça social. A luta contra a fome pode ser um dos pilares dessa travessia.

* José Graziano da Silva é diretor-geral eleito da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), cargo que assumirá em janeiro de 2012. Direitos exclusivos IPS.

domingo, 13 de novembro de 2011

Biodiversity Vision for the Upper Paraná Atlantic Forest Ecoregion

A Biodiversity Vision sets a number of biodiversity conservation goals based on widely-accepted principles of conservation biology, and identifies critical areas to be either conserved, managed, or restored in order to meet those goals. These areas are identified through a science-based process that relies on the best available biodiversity data and socioeconomic information.
The original area of the Upper Paraná Atlantic Forest ecoregion is the largest (471,204 km²) of the 15 ecoregions of the Atlantic Forests Ecoregion Complex, extending from the western slopes of the Serra do Mar in Brazil to eastern Paraguay and the Misiones Province in Argentina.
The Biodiversity Vision for the Upper Paraná Atlantic Forest Ecoregion is the result of a collaborative effort of the WWF Network with many other institutions ans individuals in an ongoing process that began in 1998.
Download the Full Version or the Executive Summary.

sábado, 12 de novembro de 2011

1/11/2011 - 09h53 Grupo prepara indicadores globais de sustentabilidade para bioenergia

por Redação EcoD
1106 300x183 Grupo prepara indicadores globais de sustentabilidade para bioenergia
Ministério da Agricultura conta com departamento de cana-de-açúcar e agroenergia, que enviará um representante ao evento da GBEP. Foto: Talisen

Debater a padronização das metodologias de cálculo de emissões de gases de efeito estufa e ratificar 24 indicadores que poderão ser utilizados para referencial de sustentabilidade do setor são os principais objetivos da reunião da Parceria Global de Bioenergia (GBEP, em inglês), que será realizada de 15 a 16 de novembro, em Tóquio (Japão).
Os aspectos econômicos, sociais e ambientais terão pesos iguais na formulação dos indicadores, segundo informou a Agência Estado.
O GBEP foi criado em 2005 com objetivo de promover a produção e uso sustentável da bioenergia. A iniciativa nasceu no âmbito do G-8 (França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Japão, Estados Unidos e Canadá, acrescidos da Rússia) para o mapeamento da bioenergia dentro do próprio grupo e outros cinco países em desenvolvimento (África do Sul, México, China, Índia e Brasil).

Brasil tem papel de destaque
O Brasil ingressou no GBEP em 2007 e assumiu a co-presidência do grupo, que conta com a participação de várias organizações internacionais, como Banco Mundial, Agência Internacional de Energia, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e Fundação das Nações Unidas. Ao todo são 23 países e 13 organizações.
O diretor interino do departamento de cana-de-açúcar e agroenergia do Ministério da Agricultura, José Nilton de Souza Viera, que integrará a delegação brasileira, afirmou que os indicadores de sustentabilidade serão disponibilizados gratuitamente para os formuladores de políticas públicas dos países interessados.
O próximo passo a ser dado pela organização será o fortalecimento das operações de cooperação, principalmente com os países menos desenvolvidos.
Além do representante do Ministério da Agricultura, participam da delegação brasileira a embaixadora Mariângela Rebuá, diretora do departamento de energia do Itamaraty, e o pesquisador Joaquim Seabra, do Centro de Tecnologia do Bioetanol, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
* Publicado originalmente no site EcoD.

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