domingo, 20 de junho de 2010

Ecóleo e Sabesp expandem coleta e reciclagem de óleo

Em seminário realizado na capital paulista, parceria convocou a sociedade brasileira e fazer o descarte correto do resíduo

Um exemplo que deu certo: a coleta e reciclagem de óleo de cozinha no bairro de Cerqueira César, zona central da capital paulista, reduziu em 26% o número de casos de entupimento na rede de esgoto da região entre 2008 e 2009. A ação foi promovida pela Associação Brasileira para Sensibilização, Coleta e Reciclagem de Resíduos de Óleo Comestível (Ecóleo). Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), os chamados para desobstrução de dutos caíram de 727 para 539.

Além disso, o programa, que teve adesão de mais de 1.500 dos 1.600 prédios da região, economizou dinheiro público que seria gasto com operações de desobstruções dos dutos. Por outro lado, evitou que milhares de litros de óleo usado poluíssem os rios lagos, represas, e mares da cidade.

Hoje, o litro do resíduo em São Paulo é vendido a cerca de R$ 0,90 e gera trabalho e renda para mais de 1200 brasileiros, entre trabalhadores de empresas e associados de cooperativas que fazem a coleta e reciclagem do material.

Esses números animadores levaram a Ecóleo, em parceria com a Sabesp, a organizar o 1º Seminário sobre Coleta e Reciclagem de Óleo Vegetal Usado, que teve lugar na última quarta-feira, dia 9 de junho, na sede da Sabesp. O evento apresentou o mapeamento feito pela associação e também outros casos de ONGs e empresas que possuem programas de reciclagem de óleo.

Participaram do encontro jornalistas, organizações sociais e vários representantes de empresas e cooperativas que fazem a coleta e venda do óleo.

Célia Marcondes, presidente da Ecóleo, ressaltou a importância de medir as ações realizadas para que elas sejam replicadas. “É com esses dados que esperamos mobilizar mais brasileiros para este movimento. A parceria com a Sabesp permitiu que tivéssemos o real alcance das nossas ações. Agora, fica mais claro para todos que ninguém perde nada com a reciclagem do óleo, muito pelo contrário”.

Hoje, empresas e cooperativas ligadas à Ecóleo instalaram pontos de coleta nos condomínios residenciais e comerciais por quase todo o Brasil. Clique aqui para ver qual o ponto de coleta mais próximo da sua casa ou prédio comercial.

O volume de trabalho para coordenar o processo aumentou tanto que, juntas, as entidades ligadas a Ecóleo já recolhem só na região da Grande São Paulo, 1,7 milhão de litros de óleo usado, cerca de 5% do volume consumido na região. “Mas ainda é muito pouco, há muito óleo que está sendo descartado de forma incorreta”, alerta Marcondes. “É a lógica da logística reversa. Estamos devolvendo às indústrias o que compramos delas e garantimos a eliminação de resíduos sem danificar o meio ambiente”, explica.

Gesner Oliveira, presidente da Sabesp, comemorou os números apresentados pela Ecóleo e convocou a sociedade brasileira para o desafio de coletar e encaminhar o óleo de cozinha para reciclagem. “Programas como esse deveriam ter adesão mundial, mas por enquanto, estamos satisfeitos em saber que este projeto é um dos que tem maior adesão da população dentro da nossa empresa”, disse.

Desde 2007, a Sabesp desenvolve o Programa de reciclagem de Óleo de Cozinha (Prol) com objetivo de estimular o aproveitamento do resíduo. Hoje mais de 30 agências da empresa já recebem óleo usado em diversos municípios do Estado de São Paulo. Clique aqui para saber mais sobre o Prol.

O óleo de cozinha usado, quando reaproveitado, serve para fabricação de biosidel, sabão e detergente.

 Fonte:  Instituto Akatu – 14-jun-2010

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