A Mata Atlântica é o bioma mais rico em biodiversidade do planeta. Sua área original cobria 1.315.000 Km, numa faixa que se estendia por 17 estados brasileiros, do Piauí ao Rio Grande do Sul.
Por sua grande extensão, a Mata Atlântica apresenta um conjunto de ecossistemas com processos interligados, numa variedade de formações que incluem diferentes tipos de florestas, manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude e ilhas costeiras. Nela, estão sete das nove maiores bacias hidrográficas brasileiras - São Francisco, Paraná, Tietê, Paraíba do Sul, Doce e Ribeira do Iguape - que, por sua vez, abrigam ricos ecossistemas aquáticos.
Por tudo isso, a Mata Atlântica não apenas o bioma mais rico do planeta, mas uma das florestas mais valiosas em endemismo, isto é, caso em que espécies ocorrem em apenas um ambiente.
Habitam a Mata Atlântica comunidades tradicionais tão diversas quanto caiçaras, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, além dos moradores de algumas das maiores cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba e Florianópolis, todas inseridas no Bioma. São cerca de 112 milhões de pessoas, 61% da população brasileira, que vivem e dependem dos recursos naturais da Mata Atlântica para garantir a produção e a qualidade da água, a regulação do clima e a fertilidade do solo, entre outros muitos benefícios e serviços ambientais.
A ocupação humana e o impacto de suas atividades foram responsáveis pela devastação de cerca de 93% da cobertura florestal original da Mata Atlântica. Não é de surpreender que a Conservação Internacional a tenha classificado como um dos 5 entre os 25 ambientes mais ricos e mais ameaçados do planeta - uma ameaça que se estende a todas as espécies do bioma, inclusive a espécie humana.
O desmatamento das matas ciliares ameaça os rios e lagos que compõem a intrincada rede de bacias da Mata Atlântica e, consequentemente, os processos hidrológicos responsáveis pela quantidade e qualidade da água potável para cerca de 3.200 municípios, e para os mais diversos setores da economia, como a agricultura e a pesca. O assoreamento dos mananciais, pela poluição da água e pela construção de represas sem os devidos cuidados ambientais, ameaça, ainda, a geração de energia, sem a qual não funcionam, a indústria, o comércio e o turismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário