quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Festival de Ideias, do Centro Ruth Cardoso

Encontros como esse promovido pelo Centro Ruth Cardoso é essencial para que a nossa sociedade sempre esteja alenta para mudarmos hábitos e atitudes.
 Eli

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Festival de Ideias do Centro Ruth Cardoso beneficia a cidade com projetos sociais, por Giovanni Tonussi, blog da radio eldorado
Uma das atrações do FDI2012: conversa com Sérgio Vaz (Cooperifa), Augusto de Campos (Escola-de-Redes) e Fernando Henrique Cardoso (ex-presidente da República), com moderação de Reinaldo Pamponet
Muita vontade de ajudar e uma ideia na cabeça foi o que precisaram os participantes do ‘Festival de Ideias’ para terem seus projetos fora do papel.
O evento foi realizado pelo Centro Ruth Cardoso, e reuniu pessoas que pudessem melhorar o espaço coletivo seguindo temas como mobilidade urbana, catástrofes naturais, violência e aprendizagem.
As inscrições foram no mês passado, e durante o último final de semana foram divulgados os projetos que vão dividir o investimento de 30 mil reais.
Foram onze idéias escolhidas, e um exemplo é o “Bike Box”, que vai incentivar as pessoas a usarem a bicicleta para ir ao trabalho. Para isso, um container vai fornecer armário, vaga e chuveiro em um só lugar.
Já o projeto “Horta Casa” tem como objetivo realizar encontros entre moradores e biólogos, jardineiros e paisagistas. Eles vão dar dicas de como criar uma horta em casa.
Veja todos os projetos com suas descrições oficiais:
 
Bike Box
Ao fazer uma pesquisa, a equipe do Bike Box notou que muitos cariocas deixavam de pedalar para o trabalho por não ter como tomar banho nas empresas. A partir desse problema, os “jammers” criaram o projeto de um container que fornecesse armário, vaga para a bicicleta e chuveiro em um só lugar.
 
Coletivo de Permacultura
É a ideia de uma rede viva e ativa que conecta os profissionais que já sabem conduzir estes processos com aqueles que desejam aprender a sustentabilidade na prática, através da participação em projetos. Unir também aqueles que desejam que seu bairro, sua comunidade, sua casa ou seu negócio sejam mais sustentáveis e precisam de ajuda profissional para isso.
 
Horta Casa
Um evento aberto, no qual há jardineiros, biólogos, paisagistas, agrônomos, e outros profissionais da área dando dicas, ensinando como fazer e manter uma horta em casa é a minha ideia. Nada mais é que um mutirão de profissionais da área que se reúnem em um local a fim de conscientizar uma grande massa da população.
 
Couch Parade - Parada do Sofá
A ideia é resgatar sofás abandonados, restaurá-los e espalhá-los pela cidade e se possível dar uma boa destinação para eles.
 
Rede Canoa Jangada
Ações pequenas, resolvendo pequenos problemas e enriquecendo a vida de habitantes das águas e das cidades, provendo subsídios técnicos e cooperação através de uma economia consciente e solidária. Conexão entre campo e cidade, encadeando elos, trazendo e fazendo significados, muitos braços unidos por mãos generosas, movidos por corações abertos e mentes positivas.
 
Convoque-me
O Convoque-me é um aplicativo que identifica e conecta voluntários. As pessoas que querem fazer uma atividade voluntária e sempre esbarram na falta de tempo podem contar com um aplicativo para receber no celular notificações de oportunidades de engajamento em ações espalhadas pela cidade em tempo real.
 
Find me
Find me! Você faz um anúncio próximo do local onde encontrou aquela pessoa pela primeira vez, através de Geolocalizadores, insere a data e hora e cria um avatar com as características da pessoa que está procurando, deixa seu e-mail e seu profile de alguma rede social, e se o interesse for recíproco talvez em algumas horas apareça uma mensagem na sua caixa de entrada.
 
Nosso Bus
A ideia é criar um aplicativo móvel, onde as pessoas possam atualizar-se sobre as linhas de ônibus. Podendo saber qual ônibus mais próximo podem pegar, para o seu destino e também sabendo em qual o horário ele vai passar na parada.
 
Olhar Maduro
Incentivar o uso de equipamento próprio, câmera digital e celular para a captação e edição de fotos e vídeos da família, viagens, etc. O curso será livre, com pessoas da 3ª. Idade como público-alvo procurando oferecer um novo hobby capaz de desenvolver sua capacidade de observação, senso estético e de criar e produzir obras artísticas que elevem a sua autoestima.
 
TáxiShare
Imagine um app que te ajude a estimar o valor da sua corrida de táxi. Agora imagine se ele, além disso, procurasse pessoas que estão na mesma região que você e que vão para perto de onde você vai pra vocês dividirem o táxi. E se ele ainda ajudasse a calcular o quanto cada um tem que pagar pela corrida. Esse é o TaxiShare.
 
Wifi Free
Aplicativo de Compartilhamento de Senhas Wifi. Desenvolver um aplicativo onde os usuários possam tornar públicas as senhas de redes sem fio de locais privados e/ou públicos como restaurantes, bares, bibliotecas, escolas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Clima de incerteza marca Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas

LUIZA | Publicado:4 DE DEZEMBRO DE 2012

 A insegurança em torno dos resultados da 18ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP18) marcou o início da semana definitiva do encontro que ocorre em Doha, capital do Catar, desde o último dia 26. Ontem (3), ministros e autoridades de quase 200 países começaram a chegar à cidade para concluir as negociações, até então travadas por técnicos e especialistas que tentaram estipular os compromissos que cada nação terá de assumir para reduzir os impactos provocados pelo aquecimento global. Segundo observadores que acompanham os debates desde o primeiro dia, o clima de incerteza toma conta dos corredores da conferência. A expectativa inicial em relação à COP18 já era tímida antes mesmo de as nações iniciarem as conversas. 

O maior resultado esperado é a definição de um segundo período de compromissos do Protocolo de Quioto. Para alcançar esse acordo, países desenvolvidos terão que definir metas obrigatórias de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que têm que ser alcançadas a partir de janeiro de 2013. Esses compromissos dariam sequência ao atual tratado, que tem validade até 31 de dezembro deste ano. 

“Diferentemente das últimas conferências, que começaram com tarefas bem complicadas, esta não tem uma tarefa tão difícil. Os negociadores só precisam fechar o segundo período de Quioto e começar os trabalhos para depois de 2020 (Plataforma Durban). Mas há certas delegações complicando esse processo”, explicou Fernando Malta, coordenador da Câmara Temática de Clima do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds). 

 Além de buscar soluções para impasses como as emissões excedentes de GEE por países do Leste Europeu que, por conta da recessão econômica, reduziram suas produções e emitiram menos do que poderiam nos anos anteriores, os negociadores terão de buscar consenso sobre o prazo de validade das novas metas. “O problema atual está na indefinição do tempo para ratificação do segundo período. Alguns países não querem definir limites, enquanto os países em desenvolvimento exigem que haja um prazo curto para ratificação”, explicou Malta.

 Para representantes do governo brasileiro, a adoção formal do segundo período de compromisso de Quioto é um dos objetivos fundamentais do encontro em Doha e base essencial para as aspirações do regime internacional de mudanças climáticas. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que já está no Catar, destacou que os negociadores brasileiros vão buscar esse resultado. Mas o Brasil também fará pressão por avanços nos debates sobre a Plataforma Durban.

Conhecida como acordo global, a ação foi acertada por todos os países no ano passado e prevê que tanto as economias desenvolvidas quanto as de países em desenvolvimento tenham compromissos obrigatórios com a redução das emissões a partir de 2020.

 “As delegações estão fechando agora um cronograma de trabalho que começa no início de 2013. As discussões têm se dividido em ações mais práticas e na conceituação. Por ora, o que se tem é que em Bonn [Alemanha], no meio do ano que vem, provavelmente teremos uma série de papers (informes) nacionais sobre como aumentar a ambição do texto para o pós-Quioto”, acrescentou Malta. 

 Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Sustentável para quem?



As consequências para a natureza de toda e qualquer economia que prioriza e faz de tudo para atender aos ditames do mercado que clama cada vez mais por excedentes na produção e no consumo (20% da humanidade consomem cerca de 80% dos recursos), atingindo picos de crescimentos inimagináveis (nos últimos 50 anos a economia aumentou em cinco vezes seu tamanho) é previamente conhecido: irreversível destruição ambiental, desmatamento em larga escala, poluição acentuada, queimadas constantes, escassez ecológica, extinção das espécies, emissão de gases de efeito estufa, entre outros. Quem paga o preço é a natureza; mas quem sofre as consequências somos nós.

O mercado é abastecido em nome desse modelo econômico-produtivo perverso e criminalmente responsável pela degradação ambiental -os mesmos 20% da humanidade mais consumistas produzem 80% da poluição total do planeta– descapitalizando assim a biodiversidade, colocando a vida em sério risco.

Uma hora qualquer –espera-se que não seja tarde demais- alguém irá perceber que as palavras do cacique Seatlle, ditas em 1854 ao governante norte-americano, estavam pontualmente certas: “(…) Depois que a última árvore for abatida, eles vão perceber que não dá para comer dinheiro”.

Nunca é demasiado aludir que não se pode medir crescimento de uma economia quando, por exemplo, se derruba uma árvore, se põe ao chão um Jequitibá de 200 anos, quando se polui um rio ou se contamina uma nascente. Se isso tudo contribui para fazer o PIB subir, e de fato contribui, o nome disso só pode ser insanidade e estupidez econômica.

O certo é que não há economia que prospere e se mantenha ao longo do tempo nas bases dessa patologia que enaltece a destruição em prol de excedentes mercadológicos.

E não é que para atenuar esse discurso da destruição das bases naturais criadora de crescimento econômico falacioso, os economistas modernos, ditos tradicionais, rapidamente criaram a expressão “desenvolvimento sustentável”?

No entanto, não são poucos os que cometem crasso equívoco na vã esperança de que essa palavra mágica (sustentável) seja algo de fato aplicável e benéfico. Em relação a isso, resta indagar: sustentável para quem? Como? Quando? Onde?

Ora, continuando a exploração desenfreada de recursos naturais para o atendimento às solicitações vindas do mercado, como se a razão precípua do viver fosse unicamente frequentar as prateleiras dos supermercados e shopping-centers, não só se torna impossível sustentar esse crescimento como o mesmo é, na verdade, uma bomba-relógio potencialmente destruidora.

Desse modo, essa expressão sustentável é então, por si, falaciosa e de pouco valia. Num projeto de desenvolvimento econômico que se pretende ser sério e equilibrado, pautado pelas linhas mestras da competição, não é factível buscar a condição de sustentável uma vez que essa competição feita pelos mecanismos previamente conhecidos do modo capitalista de produção e consumo, apenas faz produzir mais exclusão à medida que uns poucos ganham e triunfam sobre a derrota de centenas de milhões de pessoas. Que fique bem claro: exclusão é conceito que não combina com a abrangência do termo sustentável.

Ademais, pelo lado da economia tradicional, argumenta-se insistentemente que o desenvolvimento sustentável é exequível, pois, um belo dia, a natureza irá responder pelas demandas dos recursos renováveis. Aqueles que defendem esse argumento se esquecem de que o universo é finito e não aumentará de tamanho.

A escala de valores que deve predominar então, caso queiramos priorizar a vida e o respeito às coisas da natureza, deve incluir a cooperação, a partilha, a solidariedade, a comunhão, o compartilhamento, o respeito aos limites da natureza e, antes e acima de qualquer outra coisa, às pessoas.

Definitivamente, o projeto econômico precisa estar à serviço da vida em todas suas dimensões, incluindo, principalmente, a perspectiva ecológica, incorporando assim, por exemplo, à ideia da economia verde, definida pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (PNUMA) como “uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos ambientais e escassez ecológica”.

Urge condenarmos o modelo capitalista espoliador aí posto, visto que esse é criminalmente responsável pelos danos ora vivenciados. Já passou da hora de vivenciarmos um novo modelo de economia que seja capaz de incorporar à dimensão ambiental e valorizar definitivamente a perspectiva social. A vida tem pressa e o relógio do tempo passa rápido demais. Não nos esqueçamos disso!

* Marcus Eduardo de Oliveira é economista, professor e especialista em Política Internacional pela Universidad de La Habana – Cuba.


** Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

domingo, 25 de novembro de 2012

A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi


A Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental de Tbilisi definiu, em 1977, como princípios de E.A a ser desenvolvida nas escolas:
- considerar o meio ambiente em sua totalidade : em seus aspectos natural e construído, tecnológicos e sociais;
- constituir um processo permanente e contínuo durante as fases do ensino formal, no qual os indivíduos e a comunidade formam consciência do seu meio e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os torna aptos a agir;
- aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada área, de modo que se consiga uma perspectiva global da questão ambiental;
- examinar as principais questões ambientais do ponto de vista local, regional, nacional e internacional;
- concentrar-se nas questões ambientais atuais e naquelas que podem surgir, levando em conta uma perspectiva histórica;
- insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para prevenir os problemas ambientais;
- promover a participação dos alunos na organização de suas experiências de aprendizagem, dando-lhes a oportunidade de tomar decisões e aceitar suas conseqüências;
- estabelecer, para os alunos de todas as idades, uma relação entre a sensibilização ao meio ambiente, a aquisição de conhecimentos, a atitude para resolver os problemas e a clarificação de valores, procurando, principalmente, sensibilizar os mais jovens para os problemas ambientais existentes na sua própria comunidade;
- ajudar os alunos a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;
- ressaltar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as atitudes necessárias para resolvê-los;
- utilizar diversos ambientes com a finalidade educativa e uma ampla gama de métodos para transmitir e adquirir conhecimento sobre o meio ambiente, ressaltando principalmente as atividades práticas e as experiências pessoais.

========================================================================The 1977 Tbilisi Intergovernmental Conference on Environmental Education set objectives for environmental education that created the framework for subsequent curriculum development.
These objectives are:
- Awareness-to help social groups and individuals acquire an awareness and sensitivity to the total Environment and its allied problems
- Sensitivity-to help social groups and individuals gain a variety of experiences in, and acquire a basic
understanding of, the environment and its associated problems
- Attitudes-to help social groups and individuals acquire a set of values and feelings of concern for the
environment and the motivation for actively participating in environmental improvement and protection
Skills-to help social groups and individuals acquire skills for identifying and solving environmental
problems
- Participation-to provide social groups and individuals with an opportunity to be actively involved
at all levels in working toward resolution of environmental problems.
Fonte: Environmental Education: Some Global and Local Perspectives, By Marylin Lisowski and  Robert Williams Marylin Lisowski 
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Tratado Educação Ambiental – Tbilisi, Geórgia, ex-URSS, de 14 a 26 de outubro de 1977
 CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL
 SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
 AOS PAÍSES MEMBROS

RECOMENDAÇÕES
  
Recomendação nº 1
  
A Conferência, considerando os problemas que o meio ambiente impõe à sociedade contemporânea e levando em conta o papel que a educação pode e deve desempenhar para a compreensão de tais problemas, recomenda a adoção de alguns critérios que poderão contribuir na orientação dos esforços para o desenvolvimento da educação ambiental, em âmbito regional, nacional e internacional:

a) ainda que seja óbvio que os aspectos biológicos e físicos constituem a base natural do meio humano, as dimensões socioculturais e econômicas, e os valores éticos definem, por sua parte, as orientações e os instrumentos com os quais o homem poderá compreender e utilizar melhor os recursos da natureza com o 
objetivo de satisfazer as suas necessidades;

b) a educação ambiental é o resultado de uma orientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais;

c) um objetivo fundamental da educação ambiental é lograr que os indivíduos e a coletividade compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio ambiente criado pelo homem, resultante da integração de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e culturais, e adquiram os conhecimentos, os valores, os comportamentos e a habilidades práticas para participar responsável e eficazmente da prevenção e solução dos problemas ambientais, e da gestão da questão da qualidade do meio ambiente;

d) o propósito fundamental da educação ambiental é também mostrar, com toda clareza, as interdependências econômicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no qual as decisões e comportamentos dos diversos países podem ter conseqüências de alcance internacional. Neste sentido, a educação ambiental  deveria contribuir para o desenvolvimento de um espírito de responsabilidade e de  
solidariedade entre os países e as regiões, como fundamento de uma nova ordem internacional que garanta a conservação e a melhoria do meio ambiente;

e) uma atenção particular deverá ser dada à compreensão das relações complexas entre o desenvolvimento socio-econômico e a melhoria do meio ambiente;

f) com esse propósito, cabe à educação ambiental dar os conhecimentos necessários para interpretar os fenômenos complexos que configuram o meio ambiente; fomentar os valores éticos, econômicos e estéticos que constituem a base de uma autodisciplina, que favoreçam o desenvolvimento de comportamentos compatíveis com a preservação e melhoria desse meio ambiente, assim como uma ampla gama de habilidades práticas necessárias à concepção e aplicação de soluções eficazes aos problemas ambientais;

g) para a realização de tais funções, a educação ambiental deveria suscitar uma vinculação mais estreita entre os processos educativos e a realidade, estruturando suas atividades em torno dos problemas concretos que se impõem à comunidade;

enfocar a análise de tais problemas, através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora, que permita uma compreensão adequada dos problemas ambientais;

h) a educação ambiental deve ser concebida como um processo contínuo e que propicie aos seus beneficiários – graças a uma renovação permanente de suas orientações, métodos e conteúdo – um saber sempre adaptado às condições variáveis do meio ambiente;

i) a educação ambiental deve dirigir–se a todos os grupos de idade e categorias profissionais: 
· ao público em geral, não-especializado, composto por jovens e adultos cujos comportamentos cotidianos têm uma influência decisiva na preservação e melhoria do meio ambiente;
 · aos grupos sociais específicos cujas atividades profissionais incidem sobre a qualidade desse meio;
 · aos técnicos e cientistas cujas pesquisas e práticas especializadas constituirão a base de conhecimentos sobre os quais deve sustentar-se uma educação, uma formação e uma gestão eficaz, relativa ao ambiente;

j) o desenvolvimento eficaz da educação ambiental exige o pleno aproveitamento de todos os meios públicos e privados que a sociedade dispõe para a educação da população: sistema de educação formal, diferentes modalidades de educação extra-escolar e os meios de comunicação de massa;

k) a ação da educação ambiental deve vincular-se à legislação, às políticas, às medidas de controle e às decisões que o governo adote em relação ao meio ambiente.

 Recomendação nº 2

 Reconhecendo que a educação ambiental deveria contribuir para consolidar a paz, desenvolver a compreensão mútua entre os Estados e constituir um verdadeiro instrumento de solidariedade internacional e de eliminação de todas as formas de discriminação racial, política e econômica. Observando que o conceito de meio ambiente abarca uma série de elementos naturais, criados pelo homem, e sociais, da existência humana, e que os elementos sociais constituem um conjunto de valores culturais, morais e individuais, assim como de relações interpessoais na esfera do trabalho e das atividades de tempo livre.

Considerando que todas as pessoas deveriam gozar do direito à educação ambiental, a Conferência de Tbilisi decidiu serem as seguintes as finalidades, os objetivos e os princípios básicos da educação ambiental:

1. Finalidades

a) ajudar a fazer compreender, claramente, a existência e a importância da interdependência econômica, social, política e ecológica, nas zonas urbanas e rurais;
 b) proporcionar, a todas as pessoas, a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente;
 c) induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente.

2. Categorias de objetivos

a) consciência: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem consciência do meio ambiente global e ajudar-lhes a sensibilizarem-se por essas questões;

b) conhecimento: ajudar os grupos e os indivíduos a adquirirem diversidade de experiências e  compreensão fundamental do meio ambiente e dos problemas anexos;

c) comportamento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a comprometerem-se com uma série de valores, e a sentirem interesse e preocupação pelo meio ambiente, motivando-os de tal modo que possam participar ativamente da melhoria e da proteção do meio ambiente;

d) habilidades: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirirem as habilidades necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais;

e) participação: proporcionar aos grupos sociais e aos indivíduos a possibilidade de participarem ativamente nas tarefas que têm por objetivo resolver os problemas ambientais.

3. Princípios básicos

a) considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos

naturais e criados pelo homem (tecnológico e social, econômico, político, históricocultural,

moral e estético);

b) constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar e

continuando através de todas as fases do ensino formal e não-formal;

c) aplicar em enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada

disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;

d) examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional,

nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as

condições ambientais de outras regiões geográficas;

e) concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta também a

perspectiva histórica;

f) insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional

para prevenir e resolver os problemas ambientais;

g) considerar, de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de

desenvolvimento e de crescimento;

h) ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;

i) destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüências, a

necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para

resolver tais problemas;

j) utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para

comunicar e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, acentuando

devidamente as atividades práticas e as experiências pessoais.


Recomendação nº 3


Considerando que é melhor abordar e tratar as questões relativas ao meio

ambiente, em função da política global aplicada pelos governos para o

desenvolvimento nacional e para as relações internacionais, na busca de uma

nova ordem internacional.

Considerando que o meio ambiente diz respeito a todos os habitantes de todos os

países, e que sua conservação e melhoria exigem a adesão e a participação ativa

da população, a Conferência recomendou aos Estados membros que integrem a

educação ambiental em sua política geral e que adotem, no marco de suas

estruturas nacionais, as medidas apropriadas, objetivando sobretudo:

a) sensibilizar o público em relação aos problemas do meio ambiente e às grandes

ações em curso, ou previstas;

b) elaborar informações destinadas a permitir uma visão de conjunto dos grandes

problemas, das possibilidades de tratamento, e da urgência respectiva das

medidas adotadas ou que devam ser adotadas;

c) dirigir-se ao meio familiar e às organizações que se ocupam com a educação

pré-escolar com vistas a que os jovens, sobretudo antes da idade escolar

obrigatória, recebam uma educação ambiental;

d) confiar à escola um papel determinante no conjunto da educação ambiental e

organizar, com esse fim, uma ação sistemática na educação primária e

secundária;

e) aumentar os cursos de ensino superior relativos ao meio ambiente;

f) transformar progressivamente, mediante a educação ambiental, as atitudes e os

comportamentos para fazer com que todos os membros da comunidade tenham

consciência de suas responsabilidades, na concepção, elaboração e aplicação dos

programas nacionais ou internacionais relativos ao meio ambiente;

g) contribuir, desse modo, na busca de uma nova ética fundada no respeito à

natureza, ao homem e à sua dignidade, ao futuro e a exigência de uma qualidade

de vida acessível a todos, com um espírito geral de participação.


Recomendação nº 5


Considerando a necessidade de intensificar não somente os aspectos socioeconômicos

descritos em forma apropriada, bem como os aspectos ecológicos do

meio natural e humano.

Considerando que o meio ambiente é um sistema real.

Considerando que o meio ambiente humano apresenta, como todos os demais

ecossistemas, uma estrutura, um funcionamento e uma história própria.

Considerando que há de se abordar mais, nas causas da crise ecológica, a

concepção ética errônea da relação entre a humanidade e a natureza, a

Conferência recomendou que:

a) promova-se que o conhecimento profundo dos aspectos naturais do meio

ambiente;

b) desenvolva-se o enfoque sistêmico ao analisar e ordenar os ecossistemas

naturais e os humanos;

c) considere-se a dimensão temporal (passada, presente e futura) própria de cada

meio ambiente.


Estratégias de desenvolvimento da educação ambiental


1. Estrutura orgânica


Recomendação nº 6


Segundo a Conferência, cada país deve intensificar ou estabelecer as estruturas

orgânicas idôneas que permitam, entre outras:

a) coordenar iniciativas em matéria de educação ambiental;

b) atuar como órgão consultivo sobre educação ambiental no plano

governamental;

c) atuar como centro de informações e intercâmbio de dados para a formação em

educação ambiental;

d) fomentar a consciência e a aquisição de conhecimento ambiental no país, por

diversos grupos sociais e profissionais;

e) promover a colaboração entre as associações que se interessam em meio

ambiente, por uma parte, e os setores da pesquisa científica e da educação, por

outra parte;

f) multiplicar as oportunidades de reunião entre os responsáveis políticos e

administrativos dessas associações;

g) proporcionar a infra-estrutura e a orientação necessárias ao estabelecimento de

comitês de ação com vistas à educação ambiental;

h) estimular e facilitar a contribuição das organizações não-governamentais.


Recomendação nº 7


Como a educação ambiental pode promover a conservação e a melhoria do meio

ambiente, melhorando assim qualidade de vida ao tempo em que preserva os

sistemas ecológicos, a Conferência recomenda:

a) que a educação ambiental tenha por finalidade criar uma consciência,

comportamentos e valores com vistas a conservar a biosfera, melhorar a qualidade

de vida em todas as partes e salvaguardar os valores éticos, assim como o

patrimônio cultural e natural, compreendendo os sítios históricos, as obras de arte,

os monumentos e lugares de interesse artístico e arqueológico, o meio natural e

humano, incluindo sua fauna e flora, e os assentamentos humanos;

b) que as autoridades competentes estabelecem uma unidade especializada,

encarregada de prestar serviços à educação ambiental, com as seguintes

atribuições:

c) formação de dirigentes no campo do meio ambiente;

d) elaboração de programas de estudos escolares compatíveis com as

necessidades do meio ambiente, em âmbito local, regional e mundial;

e) preparação de livros e obras de referência científica necessários ao plano de

melhoria dos estudos;

f) determinação de métodos e meios pedagógicos para popularizar os planos de

estudos e explicar os projetos ambientais.

A Conferência acrescentou que, ao estabelecer programas de educação

ambiental, se tenha em conta a influência positiva e enriquecedora dos valores

éticos.

2. Setores da população aos quais está destinada a educação ambiental


Recomendação nº 8


A Conferência recomendou aos setores da população que levassem em

consideração: · a educação do público em geral. Esta deverá atingir todos os

grupos de idade e todos os níveis da educação formal, assim como as diversas

atividades de educação não-formal destinada aos jovens e aos adultos. Nesta

atividade, as organizações voluntárias podem desempenhar um papel importante;

· a educação de grupos profissionais ou sociais específicos. Esta dirige-se

especialmente àqueles cujas atividades e influência tenham repercussões

importantes no meio ambiental – engenheiros, arquitetos, administradores e

planejadores industriais, sindicalistas, médicos, políticos e agricultores. Diversos

níveis de educação formal e não-formal deverão contribuir para essa formação.

· a formação de determinados grupos de profissionais e cientistas. Esta formação

está destinada a que se ocupa de problemas específicos do meio ambiente -

biólogos, ecólogos, hidrólogos, toxicólogos, edafólogos, agrônomos, engenheiros,

arquitetos, oceanógrafos, limnólogos, meteorologistas, sanitaristas etc. – e deve

compreender um componente interdisciplinar.


Recomendação nº 11


A Conferência recomenda que se incite os membros de profissões que exercem

grande influência sobre o meio ambiente a aperfeiçoarem sua educação ambiental

em:

· Programas de formação complementar que permitam estabelecer relações mais

apropriadas sobre uma base interdisciplinar;

· Programas de pós-graduação destinados a um pessoal já especializado em

certas disciplinas. Considera-se como método de formação eficaz o que consiste

em adotar um enfoque pluridisciplinar centrado na solução dos problemas. Isto

permitiria formar especialistas que havendo adquirido essa formação, trabalhariam

como integradores (integracionistas, para distingui-los dos generalistas e dos

especialistas) em equipes multidisciplinares).

3. Conteúdos e métodos


Recomendação nº 12


Considerando que as distintas disciplinas que podem relacionar-se com as

questões ambientais são ensinadas, com freqüência, de maneira isolada e podem

tender a descuidar o interesse que apresentam os problemas ambientais, e

prestar-lhes atenção insuficiente;

Que os enfoques independentes e pluridisciplinares deverão desempenhar um

papel igualmente importante, segundo as situações, os grupos de educandos e as

idades de cada grupo;

Que os métodos pedagógicos que devem se aplicar a cada um desses tipos de

enfoque estão em estado embrionário;

Que a incorporação da educação ambiental aos planos de estudos ou programas

de ensino existentes é, na maioria dos casos, lenta;

Que é necessário aperfeiçoar os critérios em que serão baseados o conteúdo dos

planos de estudo e os programas de educação ambiental;

Que as situações socio-econômicas determinam diferentes aspectos educativos;

Que os panoramas e as situações históricas e culturais exigem também uma

consideração especial;

Que determinados setores da comunidade, como os constituídos pelos habitantes

das zonas rurais, os administradores, os trabalhadores da indústria e os líderes

religiosos, precisam de programas de educação ambiental adaptados a cada caso;

Que são essenciais os enfoques multidisciplinares se se deseja incrementar a

educação ambiental;

Que os enfoques multidisciplinares ou integrados somente se aplicam eficazmente

quando se desenvolve simultaneamente o material pedagógico;

Que seria preferível que a educação ambiental abordasse de início a solução dos

problemas, em função das oportunidades de ação;

Que é necessária a pesquisa dos diversos enfoques, aspectos e métodos

considerados como ponto de partida das possibilidades de desenvolvimento dos

planos de estudos e programas de educação ambiental;

Que será necessário criar as instituições dedicadas a este tipo de pesquisa, e

quando já existentes, melhorar e prestar o apoio que requerem; a Conferência

recomenda:

a) que as autoridades competentes empreendam, prossigam e fortaleçam -

segundo seja o caso – as medidas destinadas a incorporar os temas ambientais

nas distintas disciplinas do sistema de educação formal;

b) que se dê aos estabelecimentos de educação e de formação a flexibilidade

suficiente para que seja possível incluir aspectos próprios da educação ambiental

nos planos de estudo existentes e criar novos programas de educação ambiental

de modo que possam fazer frente às necessidades de um enfoque e uma

metodologia interdisciplinares;

c) que no marco de cada sistema se estimulem e apóiem as disciplinas

consideradas com o objetivo de determinar sua contribuição especial à educação

ambiental e imprimir-lhe a devida prioridade;

d) que as autoridades responsáveis apóiem o desenvolvimento dos planos de

estudos em função de situações especiais, como são as que prevalecem nas

zonas urbanas, zonas rurais e as zonas de relevância histórica e cultural;

e) que os programas de pesquisa e desenvolvimento se orientem de preferência à

solução dos problemas e à ação.


Recomendação nº 13




Considerando que as universidades – na sua qualidade de centro de pesquisa, de ensino e

de pessoal qualificado no país – devem dar, cada vez mais, ênfase à pesquisa sobre

educação formal e não-formal;

Considerando que a educação ambiental nas escolas superiores

definirá cada vez mais da educação tradicional, e se transmitirão

aos estudantes os conhecimentos básicos essenciais para que

suas futuras atividades profissionais redundem em benefícios para

o meio ambiente, a conferência recomenda:

a) que se examine o potencial atual das universidades para o

desenvolvimento de pesquisa;

b) que se estimule a aplicação de um tratamento interdisciplinar ao

problema fundamental da correlação entre o homem e a natureza,

em qualquer que seja a disciplina;

c) que se elaborem diversos meios auxiliares e manuais sobre os

fundamentos teóricos da proteção ambiental.


Recomendação nº 14


A Conferência recomenda que os programas de formação técnica

compreendam informações sobre as mudanças ambientais

resultantes de cada atividade profissional. Desta maneira, a

formação técnica manifestará mais claramente as relações que

existem entre as pessoas e seu meio social, físico e cultural, e

despertará o desejo de melhorar o meio ambiente, influindo nos

processos de tomada de decisão.


Recomendação nº 15


Considerando que o meio de trabalho constitui um entorno local

que influi física, social e psicologicamente em quem está

submetido a ele.

Considerando que o meio de trabalho constitui o meio natural de

aprendizagem de grande parte da população adulta, e é portanto

um excelente ponto de partida para a educação ambiental de

adultos, recomenda que aprovem os objetivos seguintes como

pautas de suas políticas de educação sobre meio de trabalho:

· a possibilidade de que, nas escolas primárias e secundárias, os

alunos adquiram conhecimentos gerais do meio de trabalho e de

seus problemas;

· a formação profissional deveria incluir a educação relacionada

com questões do meio de trabalho de cada profissão ou

especialidade concreta, compreendendo as informações sobre as

normas sanitárias aplicáveis ao nível admissível de contaminação

do meio ambiente, de ruído, vibrações, radiações e outros fatores

que afetam o homem.


Recomendação nº 16


Considerando a grande possibilidade que têm os consumidores de

influir indiretamente, por meio do seu comportamento individual

e/ou coletivo, nas repercussões de consumo sobre o meio

ambiente;

Considerando que quem produz bens de consumo e faz

publicidade é responsável pela repercussão direta e indireta do

produto sobre o meio ambiente.

Reconhecendo a grande influência dos meios de comunicação

social no comportamento do consumidor, recomenda:

a) que incitem os meios de comunicação social para que tenham

consciência de sua função educativa, na formação de atitudes do

consumidor, com vista à não estimulação do consumo de bens

que sejam prejudiciais ao meio ambiente;

b) que as autoridades educacionais competentes fomentem a

inclusão desses aspectos nos programas de educação formal e

não-formal.

4. Formação de Pessoal


Recomendação nº 17


Considerando a necessidade de que todo o pessoal docente

compreenda que é preciso conceder um lugar importante em seus

cursos à temática ambiental, recomenda que se incorporem nos

programas, o estudo das ciências ambientais e da educação

ambiental.


Recomendação nº 18


Considerando que a grande maioria dos atuais membros do corpo

docente foi diplomada durante uma época em que a temática

ambiental era descuidada, portanto, sem receber informações

suficientes em matéria de questões ambientais e de metodologia

de educação ambiental, recomenda:

a) que se adotem as medidas necessárias com o objetivo de

permitir uma formação de educação ambiental a todo o pessoal

docente em exercício;

b) que a aplicação e o desenvolvimento de tal formação, inclusive

a formação prática em matéria de educação ambiental, se

realizem em estreita cooperação com as organizações

profissionais de pessoal docente, tanto no plano internacional

como no nacional.

5. Material de ensino e aprendizagem


Recomendação nº 19


Considerando a maior eficácia da educação ambiental em

consonância com a possibilidade de dispor da ajuda dos materiais

didáticos adequados, recomenda:

a) que se formulem princípios básicos para preparar modelos de

manuais e de materiais de leitura para a sua utilização em todos

os níveis dos sistemas de educação formal e não-formal;

b) que se utilizem, na maior medida possível, a documentação

existente, e se aproveitem os resultados das pesquisas em

educação ao elaborar materiais de baixo custo;

c) que os docentes e os educandos participem diretamente da

preparação e adaptação dos materiais didáticos para a Educação

Ambiental;

d) que se informe aos docentes, em vias de conclusão dos cursos

acadêmicos, do manejo da gama mais ampla possível de

materiais didáticos em Educação Ambiental, fazendo-os cônscios

dos materiais de baixo custo, e da possibilidade de efetuar

adaptações e improvisações com respeito às circunstâncias locais.

6. Difusão da informação


Recomendação nº 20


Considerando que não existem dúvidas quanto à importância da

difusão dos conhecimentos gerais e especializados relativos ao

meio ambiente, e da tomada de consciência por parte do público

de um enfoque adequado das complexas questões ambientais

para o desenvolvimento econômico e a utilização racional dos

recursos da terra em benefício dos diversos povos e de toda a

humanidade;

Reconhecendo o papel importante que desempenham os

governos em muitos países para conceber, aplicar e desenvolver

programas de educação ambiental;

Reconhecendo a importância dos meios de comunicação social

para a educação ambiental, recomenda os governos:

a) Programas e estratégias relativos à informação sobre meio

ambiente:

· que prevejam a realização de uma campanha de informação

dirigida à educação do público sobre problemas ambientais de

interesse nacional e regional, tais como o tema da água doce;

· que apóiem as atividades de educação ambiental não-formal

aplicadas por instituições ou associações;

· que fomentem o estabelecimento de programas de educação

ambiental formal e não-formal, e que, ao fazê-lo, utilizem sempre

que seja possível os organismos e organizações existentes (tanto

público como privados);

· que desenvolvam o intercâmbio de materiais e de informações

entre os organismos públicos e privados interessados em

educação ambiental, dentro do setor da educação formal e nãoformal;

· que executem e desenvolvam programas de educação ambiental

para todos os setores da população, incorporando, quando for o

caso, as organizações não-governamentais.

b) A informação ambiental através dos meios de comunicação de

massa:

· fomentando a difusão, por meio da imprensa, dos conhecimentos

sobre a proteção e melhoria do meio ambiente;

· organizando cursos de formação destinados aos profissionais da

imprensa – diretores, produtores, editores, etc. – a fim de que

possam tratar adequadamente os aspectos da educação

ambiental;

· instituindo os mecanismos da planificação e coordenação dos

programas de educação ambiental através dos meios de

comunicação de massa, de modo a atingir a população – rural e

urbana – que está à margem do sistema educacional.

7. Pesquisa em Educação Ambiental


Recomendação nº 21


Considerando que as mudanças institucionais e educacionais

necessárias à incorporação da educação ambiental aos sistemas

nacionais de ensino não deveriam basear-se unicamente na

experiência, mas também em pesquisa e avaliações que tenham

por objetivo melhorar as decisões da política de educação,

recomenda aos governos:

a) que tracem políticas e estratégias nacionais que promovam os

projetos de pesquisa necessários à educação ambiental e

incorporem seus resultados ao processo geral de ensino por meio

dos cursos adequados;

b) que efetuem pesquisas sobre:

· as metas e os objetivos da educação ambiental;

· as estruturas epistemológicas e institucionais que influem nas

necessidades ambientais;

· os conhecimentos e atitudes dos indivíduos, com o objetivo de

precisar as condições pedagógicas mais eficazes, os tipos de

ações que os docentes devem desenvolver e os processos de

assimilação do conhecimento por parte dos educandos, bem como

os obstáculos que se opõem as modificações dos conceitos,

valores e atitudes das pessoas e que são inerentes ao

comportamento ambiental;

c) que pesquisem as condições em que poderia fomentar o

desenvolvimento da educação ambiental visando sobretudo:

· identificar os conteúdos que poderiam servir de base aos

programas de educação ambiental destinados ao público do

sistema formal e não-formal de ensino, bem como aos

especialistas;

· elaborar os métodos que permitam a melhor assimilação dos

conceitos, valores e atitudes idôneas em relação à temática

ambiental;

· determinar as inovações que deverão ser introduzidas no ensino

do meio ambiente.

d) que empreendam pesquisas destinadas ao desenvolvimento de

métodos educacionais e programas de estudo, a fim de

sensibilizar o grande público, dando particular atenção ao

emprego dos meios de informação social, e à preparação de

instrumentos de avaliação que possam medir a influência desses

programas de estudo;

e) que incluam nos cursos de formação inicial, e nos destinados

ao pessoal docente em exercício, métodos de pesquisa que

permitam projetar e elaborar os instrumentos com os quais se

alcancem eficazmente os objetivos da educação ambiental;

f) que empreendam pesquisas para a elaboração de métodos

educacionais e materiais de baixo custo que facilitem a formação

dos educadores, ou sua própria reinserção formativa;

g) que tomem medidas para promover o intercâmbio de

informações entre os organismos nacionais de pesquisa

educacional, difundir amplamente os resultados de tais pesquisas

e proceder a avaliação do sistema de ensino.

8. Cooperação regional e internacional


Recomendação nº 23


Tendo em conta os efeitos globais produzidos pela evolução

passada, presente e futura de todas as nações do nosso planeta,

vinculados estreitamente a um meio ambiente equilibrado e são,

para todos os que vivem agora como para as gerações vindouras.

Tendo presentes o crescimento econômico e o progresso técnico

sem precedentes, assim como as mudanças, as melhorias e os

perigos para o meio ambiente.

Consciente de que somente a cooperação, a compreensão, a

ajuda mútua, a boa vontade e as ações sistematicamente

preparadas, planejadas e executadas, permitirão resolver, em

condições de paz, os problemas ambientais presentes e futuros, a

Conferência estima que a educação ambiental ofereça à

população mundial os conhecimentos necessários para utilizar a

natureza e os recursos naturais, controlar a qualidade do meio

ambiente de modo que este não somente não se deteriore, como

possa ser melhorado acertadamente, assim como para adquirir os

conhecimentos, as motivações, o interesse ativo e as atitudes que

permitam dedicação para resolver individual e coletivamente os

atuais problemas, e prevenir os que possam surgir, dado que nos

dias atuais a humanidade dispõe dos meios e conhecimentos

necessários para tanto.

Declarando que os documentos preparados para a Conferência de

Tbilisi, além das sugestões e experiências apresentadas,

constituem um marco geral, prático e útil para a educação

ambiental, recomenda aos Estados membros:

a) que tomem todas as medidas necessárias para efetivar, da

forma mais ampla possível, e de conformidade com as

necessidades e possibilidades de cada país interessado, os

resultados desta Conferência sobre Educação Ambiental, e que

elaborem planos de ação e calendários para a realização das

seguintes atividades:

· promover em todos os ramos da educação ambiental uma

cooperação bilateral, regional e internacional baseada na pesquisa

científica, em um amplo intercâmbio de informações e de

experiências sobre a execução de programas em comum;

· facilitar a busca de soluções globais aos problemas ambientais

que sejam de competência de cada país interessado, fixando os

requisitos para por em marcha a educação ambiental (legislação,

medidas financeiras, institucionais e de outra índole).


Recomendação nº 41


Considerando o importante papel que as organizações não

governamentais e os organismos voluntários desempenham no

campo da educação ambiental local, nacional, regional e

internacionalmente;

Destacando a conveniência de ampliar as oportunidades de

participação democrática na formulação e execução dos

programas de educação ambiental;

Tendo presente que a eficácia da ação das organizações

intergovernamentais depende em grande parte dos vínculos que

mantenham com as organizações não-governamentais e os

organismos voluntários, recomenda aos Estados membros que

promovam e ajudem as organizações não-governamentais e os

organismos voluntários em âmbito local, sub-regional e nacional, e

que aproveitem da melhor maneira possível suas capacidades e

atividades; que fomentem e estimulem uma tomada de

consciência das questões ambientais por parte de organismos

como as organizações de pessoal docente e outras organizações

não-governamentais que se encarregam diretamente da infância e

da juventude, para que participem da formulação e da execução

de estratégias nacionais de educação.

Feitos os devidos ajustes à nossa realidade, os documentos de

Tbilisi constituem-se em importantes subsídios para o

desenvolvimento de educação ambiental

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