sábado, 29 de maio de 2010

Belo Monte: a volta triunfante da ditadura militar?

O Governo Lula possui méritos inegáveis na questão social. Mas na questão ambiental é de uma inconsciência e de um atraso palmar. Ao analisar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) temos a impressão de sermos devolvidos ao século XIX. É a mesma mentalidade que vê a natureza como mera reserva de recursos, base para alavancar projetos faraônicos, levados avante a ferro e fogo, dentro de um modelo de crescimento ultrapassado que favorece as grandes empresas à custa da depredação da natureza e da criação de muita pobreza. Este modelo está sendo questionado no mundo inteiro por desestabilizar o planeta Terra como um todo e mesmo assim é assumido pelo PAC sem qualquer escrúpulo. A discussão com as populações afetadas e com a sociedade foi pífia. Impera a lógica autoritária; primeiro decide-se depois se convoca a audiência pública. Pois é exatamente isto que está ocorrendo com o projeto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu no Estado do Pará.
Tudo está sendo levado aos trambolhões, atropelando processos, ocultando o importante parecer 114/09 de dezembro de 2009, emitido pelo IBAMA (órgão que cuida das questões ambientais) contrário à construção da usina, a opinião da maioria dos ambientalistas nacionais e internacionais que dizem ser este projeto um grave equívoco com consequências ambientais imprevisíveis.
O Ministério Público Federal que encaminhou processos de embargo, eventualmente levando a questão a foros internacionais, sofreu coação da Advocacia Geral da União (AGU), com o apoio público do Presidente, de processar os procuradores e promotores destas ações por abuso de poder.

Esse projeto vem da ditadura militar dos anos 70. Sob pressão dos indígenas apoiados pelo cantor Sting em parceria com o cacique Raoni foi engavetado em 1989. Agora, com a licença prévia concedida no dia 1º de fevereiro, o projeto da ditadura pôde voltar triunfalmente, apresentado pelo Governo como a maior obra do PAC.
Neste projeto tudo é megalômano: inundação de 51.600 ha de floresta, com um espelho d'água de 516 km2, desvio do rio com a construção de dois canais de 500m de largura e 30 km de comprimento, deixando 100 km de leito seco,  submergindo a parte mais bela do Xingu, a Volta Grande e um terço de Altamira, com um custo entre 17 e 30 bilhões de reais, desalojando cerca de 20 mil pessoas e atraindo para as obras cerca de 80 mil trabalhadores para produzir 11.233 MW de energia no tempo das cheias (4 meses) e somente 4 mil MW no resto do ano, para por fim, transportá-la até 5 mil km de distância.
Esse gigantismo, típico de mentes tecnocráticas, beira a insensatez, pois, dada a crise ambiental global, todos recomendam obras menores, valorizando matrizes energéticas alternativas, baseadas na água, no vento, no sol e na biomassa. E tudo isso nós temos em abundância. Considerando as opiniões dos especialistas podemos dizer: a usina hidrelétrica de Monte Belo é tecnicamente desaconselhável, exageradamente cara, ecologicamente desastrosa, socialmente perversa, perturbadora da floresta amazônica e uma grave agressão ao sistema-Terra.
Este projeto se caracteriza pelo desrespeito: às dezenas de etnias indígenas que lá vivem há milhares de anos e que sequer foram ouvidas;  desrespeito à floresta amazônica cuja vocação não é produzir energia elétrica mas bens e serviços naturais de grande valor econômico; desrespeito aos técnicos do IBAMA e a outras autoridades científicas contrárias a esse empreendimento; desrespeito à consciência ecológica que devido às ameaças que pesam sobre o sistema da vida, pedem extremo cuidado com as florestas; desrespeito ao Bem Comum da Terra e da Humanidade, a nova centralidade das políticas mundiais.

Se houvesse um Tribunal Mundial de Crimes contra a Terra, como está sendo projetado por um grupo altamente qualificado que estuda a reinvenção da ONU sob a coordenação de Miguel d'Escoto, ex-Presidente da Assembléia (2008-2009) seguramente os promotores da hidrelétrica Belo Monte  estariam na mira deste tribunal.
Ainda há tempo de frear a construção desta monstruosidade, porque há alternativas melhores. Não queremos que se realizem as palavras do bispo Dom Erwin Kräutler, defensor dos indígenas e contra Belo Monte: "Lula entrará na história como o grande depredador da Amazônia e o coveiro dos povos indígenas e ribeirinhos do Xingu".

Leonardo Boff é representante e co-redator da Carta da Terra.
=========================================================
PS
Queiram escrever para esses e-mails oficiais seja da Presidência da República, seja do Ministério do Meio Ambiente, seja do IBAMA e demais autoridades para reforçar a campanha da suspenção do projeto da construção da Unsina Hedrelétrica de de Belo Monte no Xingu, por amor aos povos indígenas, à Amazônia e à Mãe Terra.

Emails: gabinete@planalto.gov.br  
gabinete@mme.gov.br 
carlos.minc@mma.gov.br
roberto-messias.franco@ibama.gov.br

Cc: deborah@pgr.mpf.gov.br 
jose.coimbra@mme.gov.br
secex@mme.gov.br 
ouvidoria.geral@mme.gov.br
vitor.kaniak@ibama.gov.br
izabella.teixeira@mma.gov.br ,
rbja@fase.org.br>

Ao Sr. Presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva
Ao Sr. Ministro de Energia Edison Lobão
Ao Sr Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc
Ao Sr. Presidente do IBAMA Roberto Messias Franco

Cc: A Subprocuradora geral da Republica sra Débora Duprat
Ao Secretário-Executivo do MME Márcio Pereira Zimmermann
Ao Chefe de Gabinete do MME José Antonio Corrêa Coimbra
A Secretaria Executiva do MMA Izabella Mônica Vieira Teixeira
Ao Secretario de energia Elétrica do MME Josias Matos de Araujo
Ao Chefe de Gabinete do IBAMA Sr Vitor Carlos Kaniak


fonte: http://www.leonardoboff.com/

Belo Monte: a volta triunfante da ditadura militar?

O Governo Lula possui méritos inegáveis na questão social. Mas na questão ambiental é de uma inconsciência e de um atraso palmar. Ao analisar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) temos a impressão de sermos devolvidos ao século XIX. É a mesma mentalidade que vê a natureza como mera reserva de recursos, base para alavancar projetos faraônicos, levados avante a ferro e fogo, dentro de um modelo de crescimento ultrapassado que favorece as grandes empresas à custa da depredação da natureza e da criação de muita pobreza. Este modelo está sendo questionado no mundo inteiro por desestabilizar o planeta Terra como um todo e mesmo assim é assumido pelo PAC sem qualquer escrúpulo. A discussão com as populações afetadas e com a sociedade foi pífia. Impera a lógica autoritária; primeiro decide-se depois se convoca a audiência pública. Pois é exatamente isto que está ocorrendo com o projeto da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingu no Estado do Pará.
Tudo está sendo levado aos trambolhões, atropelando processos, ocultando o importante parecer 114/09 de dezembro de 2009, emitido pelo IBAMA (órgão que cuida das questões ambientais) contrário à construção da usina, a opinião da maioria dos ambientalistas nacionais e internacionais que dizem ser este projeto um grave equívoco com consequências ambientais imprevisíveis.



O Ministério Público Federal que encaminhou processos de embargo, eventualmente levando a questão a foros internacionais, sofreu coação da Advocacia Geral da União (AGU), com o apoio público do Presidente, de processar os procuradores e promotores destas ações por abuso de poder.



Esse projeto vem da ditadura militar dos anos 70. Sob pressão dos indígenas apoiados pelo cantor Sting em parceria com o cacique Raoni foi engavetado em 1989. Agora, com a licença prévia concedida no dia 1º de fevereiro, o projeto da ditadura pôde voltar triunfalmente, apresentado pelo Governo como a maior obra do PAC.
Neste projeto tudo é megalômano: inundação de 51.600 ha de floresta, com um espelho d'água de 516 km2, desvio do rio com a construção de dois canais de 500m de largura e 30 km de comprimento, deixando 100 km de leito seco,  submergindo a parte mais bela do Xingu, a Volta Grande e um terço de Altamira, com um custo entre 17 e 30 bilhões de reais, desalojando cerca de 20 mil pessoas e atraindo para as obras cerca de 80 mil trabalhadores para produzir 11.233 MW de energia no tempo das cheias (4 meses) e somente 4 mil MW no resto do ano, para por fim, transportá-la até 5 mil km de distância.
Esse gigantismo, típico de mentes tecnocráticas, beira a insensatez, pois, dada a crise ambiental global, todos recomendam obras menores, valorizando matrizes energéticas alternativas, baseadas na água, no vento, no sol e na biomassa. E tudo isso nós temos em abundância. Considerando as opiniões dos especialistas podemos dizer: a usina hidrelétrica de Monte Belo é tecnicamente desaconselhável, exageradamente cara, ecologicamente desastrosa, socialmente perversa, perturbadora da floresta amazônica e uma grave agressão ao sistema-Terra.
Este projeto se caracteriza pelo desrespeito: às dezenas de etnias indígenas que lá vivem há milhares de anos e que sequer foram ouvidas;  desrespeito à floresta amazônica cuja vocação não é produzir energia elétrica mas bens e serviços naturais de grande valor econômico; desrespeito aos técnicos do IBAMA e a outras autoridades científicas contrárias a esse empreendimento; desrespeito à consciência ecológica que devido às ameaças que pesam sobre o sistema da vida, pedem extremo cuidado com as florestas; desrespeito ao Bem Comum da Terra e da Humanidade, a nova centralidade das políticas mundiais.
Se houvesse um Tribunal Mundial de Crimes contra a Terra, como está sendo projetado por um grupo altamente qualificado que estuda a reinvenção da ONU sob a coordenação de Miguel d'Escoto, ex-Presidente da Assembléia (2008-2009) seguramente os promotores da hidrelétrica Belo Monte  estariam na mira deste tribunal.
Ainda há tempo de frear a construção desta monstruosidade, porque há alternativas melhores. Não queremos que se realizem as palavras do bispo Dom Erwin Kräutler, defensor dos indígenas e contra Belo Monte: "Lula entrará na história como o grande depredador da Amazônia e o coveiro dos povos indígenas e ribeirinhos do Xingu".

Leonardo Boff é representante e co-redator da Carta da Terra.
PS
Queiram escrever para esses e-mails oficiais seja da Presidência da República, seja do Ministério do Meio Ambiente, seja do IBAMA e demais autoridades para reforçar a campanha da suspenção do projeto da construção da Unsina Hedrelétrica de de Belo Monte no Xingu, por amor aos povos indígenas, à Amazônia e à Mãe Terra. 


Emails: gabinete@planalto.gov.br   gabinete@mme.gov.br  carlos.minc@mma.gov.br
roberto-messias.franco@ibama.gov.br
Cc: deborah@pgr.mpf.gov.br  jose.coimbra@mme.gov.br
 
secex@mme.gov.br
 
ouvidoria.geral@mme.gov.br
 
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Ao Sr. Presidente da Republica Luiz Inácio Lula da Silva
Ao Sr. Ministro de Energia Edison Lobão
Ao Sr Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc
Ao Sr. Presidente do IBAMA Roberto Messias Franco

Cc: A Subprocuradora geral da Republica sra Débora Duprat
Ao Secretário-Executivo do MME Márcio Pereira Zimmermann
Ao Chefe de Gabinete do MME José Antonio Corrêa Coimbra
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Ao Secretario de energia Elétrica do MME Josias Matos de Araujo
Ao Chefe de Gabinete do IBAMA Sr Vitor Carlos Kaniak



fonte: http://www.leonardoboff.com/

De onde vem o lixo que chega à costa brasileira?

Um levantamento realizado pela ONG Global Garbage, instalada na Bahia em torno de 9 anos, mapeou de onde vem o lixo que se acumula na costa dos Coqueiros, um pequeno trecho litorâneo localizado ao norte do estado. O estudo concluiu que a maioria do lixo é trazida pela corrente Sul-Equatorial, que vem da costa africana e atravessa o oceano Atlântico até chegar em nosso país.
Confira abaixo os países de origem e alguns dos ítens mais curiosos de toda essa sujeirada:

Estados Unidos
Quantidade de resíduos coletados – 241 embalagens
Ítens curiosos – Supositório, gel para cabelo e chantilly

Itália
Quantidade de resíduos coletados- 151 embalagens
Ítens curiosos- Talco mentolado

África do Sul
Quantidade de resíduos coletados- 126 embalagens
Ítens curiosos – Limpa-vidros e milk shake em pó

Taiwan
Quantidade de resíduos coletados- 86 embalagens
Ítens curiosos – Feijão enlatado e silicone

Reino Unido
Quantidade de resíduos coletados- 91 embalagens
Itens estranhos – Limpa-forno e extrato de tomate

Argentina
Quantidade de resíduos coletados- 119 embalagens
Ítens curiosos – Espuma de barbear

Alemanha
Quantidade de resíduos coletados- 110 embalagens
Ítens curiosos – Cola em bastão, pincel atômico e chantilly


fonte: http://blog.ambientebrasil.com.br/?p=1871

Diversidade Biológica


28/05/2010 - 11h05
A íntima compreensão feminina da biodiversidade
Por Stephen Leahy, da IPS




Nairobi, 28/5/2010 – As mulheres fornecem até 90% dos alimentos consumidos pelos pobres das zonas rurais e produzem inclusive 80% dos comestíveis na maioria dos países em desenvolvimento. Porém, na hora de tomar decisões sobre agricultura e biodiversidade são ignoradas. Entretanto, em Nairobi está sendo preparado um acordo que, se for aprovado, fará com que os países garantam a participação feminina nessas decisões. Isto será um marco, disse Lorena Aguilar Revelo, conselheira mundial de Gênero da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

A terceira reunião do Grupo de Trabalho Especial de Composição Aberta sobre a Revisão da Implementação do Convênio das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica terminará hoje, na capital do Quênia. Nela é debatido o Plano Estratégico desse Convênio, com a intenção de definir os objetivos para um novo acordo internacional sobre como deter a perda de espécies. Esse plano condicionará explicitamente o financiamento à participação das mulheres, disse Revelo à IPS.

O Plano Estratégico determinará vários objetivos específicos sobre biodiversidade para 2020, e será apresentado aos 193 países-membros para sua aprovação na 10ª Conferência das Partes, que acontecerá na cidade japonesa de Nagoya, entre 18 e 29 de outubro. “As mulheres são as protetoras da biodiversidade agrícola. No Peru são cultivadas mais de 60 variedades de mandioca, e em Ruanda mais de 600 variedades de feijão”, disse Revelo. “Deixar fora 50% da população quando estamos em uma crise de biodiversidade não tem sido muito inteligente”, acrescentou.

As mulheres dos países em desenvolvimento têm um conhecimento intimo dos sistemas sociais e naturais, que incluem a coleta de 80% dos produtos silvestres comestíveis. Também guardam até 90% das sementes utilizadas na agricultura de pequena escala, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). “As mulheres têm um importante papel na natureza, normalmente são agricultoras e possuem uma intima compreensão da biodiversidade”, disse à IPS o secretário-executivo do Convênio sobre a Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf.

Apesar destas realidades, não são consideradas protagonistas em matéria de conservação, e deixam de ser convidadas para as reuniões sobre biodiversidade, afirmou Revelo. “Com exceção do Convênio, os papeis das mulheres não são reconhecidos nem mesmo nos debates sobre acesso e distribuição dos benefícios dos recursos naturais”, afirmou. Elas têm maiores probabilidades de serem afetadas pela perda de biodiversidade. Esta palavra é usada para descrever a multiplicidade de seres vivos que constituem os ecossistemas da Terra, que fornecem alimentos, combustível, água e ar limpos. Em muitas comunidades, as mulheres também são quem transmite os conhecimentos sobre as plantas, os animais e os ecossistemas de suas regiões.

Embora a maioria das pessoas que se dedicam à agricultura na África seja de mulheres, em muitos lugares, quando morre o marido, a mulher não herda o pequeno terreno onde cultivou os produtos para alimentar sua família a maior parte de sua vida. A propriedade passa para as mãos do irmão do marido, disse a ativista nigeriana Kemi Seesink, da Wetlands International, uma organização não governamental com sede na Holanda. Para Revelo, é preciso “modificar os padrões insustentáveis, e isso às vezes significa mudanças nas culturas, nos costumes e nos modos de vida”, afirmou.

Revelo espera que quando em outubro os países que integram o Convênio chegarem a um novo acordo sobre biodiversidade, seja dado às mulheres um papel importante na tomada de decisões a este respeito, tanto no plano nacional como no internacional. Isso será apenas um primeiro passo, afirmou Joji Cariño, da indígena Fundação Tebtebba. “Há um problema muito maior, que é garantir que o público e a sociedade civil” participem das decisões dos governos nacionais, disse. Habitualmente, são os governos que tomam as decisões sobre biodiversidade, e de uma maneira vertical, acrescentou.

Essas atitudes ainda estão presentes no Convênio, onde os planos de execução para alcançar os novos objetivos de biodiversidade “não tinham referência alguma à participação da sociedade civil até que a inserimos”, acrescentou. Revelo reconheceu que as mulheres ainda precisam percorrer um longo caminho, mas afirmou que “somente entre iguais poderemos progredir”. IPS/Envolverde

fonte: (IPS/Envolverde)

Explorar o pré-sal pode ser mais perigoso que perfurar o Golfo do México

Quais lições o Brasil deve aprender com a tragédia ambiental provocada pelo vazamento de petróleo nos Estados Unidos
O executivo Tony Hayward deve estar com algumas noites de sono atrasadas. Presidente da British Petroleum (BP), a responsável por um dos maiores vazamentos de petróleo da história dos Estados Unidos, ele divide seus dias entre encontros para remediar a tragédia e reuniões para limpar a imagem da companhia. No dia 7 de maio, Hayward acompanhava num monitor a tentativa de técnicos de conter o derrame. Diante do fracasso da equipe, teria dito: “Ainda há uma quantidade enorme de coisas a aprender por aqui. Esta é a primeira vez que estamos fazendo isto de verdade.”
É bom que os executivos da indústria do petróleo se acostumem com a curva íngreme de aprendizagem. O vazamento do Golfo do México, além arruinar a vida de milhares de animais da biodiversidade marinha e interromper as atividades de pesca na região, revelou o despreparo da maior indústria no mundo para lidar com mega desastres. Há 20 anos, a exploração em águas profundas era algo quase desconhecido. Hoje virou o foco das petroleiras. “À medida que se aumenta a profundidade, o risco de vazamentos é maior”, afirma Segen Estefen, professor de engenharia oceânica da Coppe/UFRJ (um instituto de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Cerca de 6% da produção mundial de óleo vem de poços com mais de mil metros de profundidade. Em duas décadas, o número deve dobrar. E junto os acidentes com dimensões de catástrofe.
Nos últimos 30 anos, a BP e outras petroleiras têm empurrado seus poços cada vez mais para o centro da Terra. A indústria tem hoje cerca de 5.000 campos perfurados mil metros abaixo da superfície do mar. É o tipo de exploração conhecida como águas profundas. Para retirar óleo da camada pré-sal na costa brasileira, a Petrobras terá de descer ainda mais. A estatal vai operar a cerca de 2.500 metros do subsolo oceânico (ver arte). Até 2013, serão necessários cerca de US$ 600 bilhões para a operação. E a estatal terá de arcar com os riscos. “A Petrobras está bem mais sujeita a acidentes que as demais”, diz o geógrafo Jules Soto, professor de oceanografia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), em Santa Catarina. “Quase todo o seu petróleo é explorado no mar. Além disso, a empresa é referência em tecnologia off-shore e está sempre quebrando recordes.”



A indústria do petróleo desfruta de uma capacidade teórica satisfatória de contingência de tragédias. Mas o desastre no Golfo do México deixou claro que o setor não tem nenhum método infalível para lidar, na prática, com os problemas nas profundezas do oceano. O que se viu foi uma sequência de tentativas frustradas para limpar o óleo e impedi-lo de chegar à costa. A operação, num custo de US$ 33 milhões por dia, envolveu mais de 13 mil pessoas. Foram 530 embarcações e 120 voos para lançar milhares de litros de dispersantes na água. Sem contar a cúpula de contenção que tentou tapar o buraco. Nenhuma das atividades, entretanto, resolveu a questão fundamental: como parar o vazamento contínuo.
O episódio fez soar o alarme de ambientalistas. Há os que brigam por uma redução drástica das atividades off-shore. Há também os que acreditam que a exploração deveria ser totalmente banida. Até mesmo o presidente Barack Obama teve um posicionamento radical. Num discurso inflamado (suficiente para abalar a opinião pública), pediu às agências reguladoras mais rigidez na liberação de licenças de perfuração. Anunciou uma moratória de 30 dias sobre essas permissões. Mas até que ponto tanto rigor é válido só depois do desastre? O que outras empresas precisam aprender com esse derrame sem precedentes?
A reportagem de ÉPOCA procurou a Petrobras para falar sobre o vazamento no Golfo do México – e os riscos de exploração da camada pré-sal. Nenhum executivo da empresa se dispôs a falar. Pela assessoria de imprensa, a companhia enviou o seguinte recado: “A Petrobras informa que atua em todas as suas frentes operacionais de acordo com os melhores padrões, normas e procedimentos internacionais da indústria do petróleo e desenvolve programas permanentes de capacitação e treinamento contínuo de seus empregados diretos e contratados no campo da segurança, meio ambiente e saúde.” Falta às petroleiras mais que planos de contenção. As companhias precisam também de transparência.


fonte: revista Epoca on line, por ALINE RIBEIRO
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI143132-15259,00-EXPLORAR+O+PRESAL+PODE+SER+MAIS+PERIGOSO+QUE+PERFURAR+O+GOLFO+DO+MEXICO.html

Casinha Ecológica para bichinhos pequenos


Cheia de estilo, casinha de papelão é solução consciente para abrigar os animais de estimação

Quer dar um pouquinho de conforto e privacidade para o seu pet sem prejudicar o meio ambiente? Feita no Canadá, a casinha Pet Chalet – própria para gato ou cachorro de pequeno porte - é muito charmosa e pode ser customizada com lápis de cor ou canetinha, já que é feita de papelão.
No Brasil, a empresa Eco Bichos faz um trabalho semelhante com preço convidativo, a partir de R$ 20.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

27 de maio dia da Mata Atlantica - pesquisa infantil


Quando os portugueses chegaram aqui, em 1500, encontraram uma extensa floresta que cobria todo o litoral do país. Essa área verde era rica em muitas espécies animais e vegetais, com destaque para o pau-brasil.
Estamos falando da Mata Atlântica, da qual hoje só resta uma pequena porção de sua área original. 
No Rio Grande do Norte, por exemplo, não sobrou nada da floresta.
A devastação teve início com a exploração do pau-brasil pouco depois do descobrimento. Hoje a maioria da área litorânea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e plantações. 
Porém, ainda restam pedaços da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, localizadas no sudeste do Brasil.
Apesar de estar bastante reduzida, a Mata Atlântica ainda é um ecossistema muito importante para o país. Ela abriga muitos exemplares exclusivos de nossa fauna e flora. 

fonte: http://www.ibge.gov.br/7a12/voce_sabia/datas/data.php?id_data=30

27 de maio dia da Mata Atlântica


A Mata Atlântica é o bioma mais rico em biodiversidade do planeta. Sua área original cobria 1.315.000 Km, numa faixa que se estendia por 17 estados brasileiros, do Piauí ao Rio Grande do Sul.
Por sua grande extensão, a Mata Atlântica apresenta um conjunto de ecossistemas com processos interligados, numa variedade de formações que incluem diferentes tipos de florestas, manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude e ilhas costeiras. Nela, estão sete das nove maiores bacias hidrográficas brasileiras - São Francisco, Paraná, Tietê, Paraíba do Sul, Doce e Ribeira do Iguape - que, por sua vez, abrigam ricos ecossistemas aquáticos.
Por tudo isso, a Mata Atlântica não apenas o bioma mais rico do planeta, mas uma das florestas mais valiosas em endemismo, isto é, caso em que espécies ocorrem em apenas um ambiente.
Habitam a Mata Atlântica comunidades tradicionais tão diversas quanto caiçaras, ribeirinhos, quilombolas e indígenas, além dos moradores de algumas das maiores cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba e Florianópolis, todas inseridas no Bioma. São cerca de 112 milhões de pessoas, 61% da população brasileira, que vivem e dependem dos recursos naturais da Mata Atlântica para garantir a produção e a qualidade da água, a regulação do clima e a fertilidade do solo, entre outros muitos benefícios e serviços ambientais.
A ocupação humana e o impacto de suas atividades foram responsáveis pela devastação de cerca de 93% da cobertura florestal original da Mata Atlântica. Não é de surpreender que a Conservação Internacional a tenha classificado como um dos 5 entre os 25 ambientes mais ricos e mais ameaçados do planeta - uma ameaça que se estende a todas as espécies do bioma, inclusive a espécie humana.
O desmatamento das matas ciliares ameaça os rios e lagos que compõem a intrincada rede de bacias da Mata Atlântica e, consequentemente, os processos hidrológicos responsáveis pela quantidade e qualidade da água potável para cerca de 3.200 municípios, e para os mais diversos setores da economia, como a agricultura e a pesca. O assoreamento dos mananciais, pela poluição da água e pela construção de represas sem os devidos cuidados ambientais, ameaça, ainda, a geração de energia, sem a qual não funcionam, a indústria, o comércio e o turismo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

27 de maio é o Dia da Mata Atlântica.


Reunião definirá prazos para criação de unidades de conservação em Bertioga


27 de maio é o Dia da Mata Atlântica. E uma boa notícia é que a  Fundação Florestal de São Paulo está dando andamento ao processo de criação da unidade de conservação em Bertioga. 

Após decreto de limitação administrativa provisória, ou congelamento da área de 8.025 hectares proposta para unidade de conservação (UC) em Bertioga, litoral paulista, a Fundação Florestal de São Paulo agendou uma reunião na Prefeitura para deliberação de prazos e metas do processo, que, até agora, corre dentro do tempo limite. Foram convidados para o encontro vereadores e secretários do município, órgãos ambientais da Baixada Santista, membros do governo federal e do Ministério Público, além de ONGs e demais instituições interessadas.

A reunião na sede da Prefeitura está marcada para o dia 31 de maio, às 14h. De acordo com o diretor-executivo da Fundação Florestal, José Amaral Neto, esta é uma convocação ampla para todos os setores, com o objetivo de chamar a atenção para os prazos do governo. Segundo ele, o processo, iniciado em 22 de março, tem sete meses para ser finalizado.

A reunião, de acordo com a assessoria de imprensa da Fundação, é para apresentar as reivindicações feitas para a área até agora, além de determinar um prazo limite para o envio de demais propostas. Feito isso, o desenho final do polígono pode ser formulado. Também deverão ser estabelecidas datas para as próximas audiências públicas, que devem acontecer em junho.

A unidade de conservação só é decretada após a definição do desenho da área e da categoria de manejo. O diretor da Florestal afirma que esse tempo antes do decreto é para aprimorar o processo: “Estamos em fase de conclusão de estudos fundiários, análise de pedidos de criação de RPPNs e levantamento dos proprietários. A própria Prefeitura também tem áreas adicionais a incluir (na UC). Então, a ideia é melhorar a ação, mas a decisão política já foi tomada, não tem como voltar atrás”, afirma Neto.
  
Enquanto isso, devem ser feitas reuniões para aprofundamento dos estudos, com elaboração e apresentação de novas propostas, e as manifestações devem continuar. “Atividades como o abaixo-assinado são importantíssimas para frisar a importância do ato”, comentou José Amaral Neto.

O diretor da Fundação Florestal referiu-se à ação lançada na internet pelo WWF-Brasil, em 23 de fevereiro, para colher assinaturas em favor da criação da unidade de conservação em Bertioga. O resultado da primeira fase da mobilização foi entegue ao secretário estadual de Meio Ambiente, Xico Graziano, em 30 de março pela coordenadora do Programa Mata Atlântica, Luciana Simões. O abaixo-assinado continua ativo no site.

“Ainda temos muito trabalho pela frente. Acompanharemos todo o processo e ficaremos atentos às datas das audiências públicas para informar e mobilizar a sociedade para participar dessa fase importante”, informa Luciana Simões.


Novo apoio
No Viva a Mata 2010, evento promovido pela fundação SOS Mata Atlântica no último fim de semana, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, os surfistas da ONG Ecosurfi também levantaram a sua bandeira. Os manifestantes levaram ao estande da instituição o abaixo-assinado em tecido, além de distribuírem folders sobre o movimento e orientarem os presentes a contribuírem com a assinatura online no site do WWF-Brasil. Segundo João Malavolta, dirigente da ONG, essa foi a maneira encontrada pelos praticantes de surf de apoiar a criação da unidade de conservação.

A Ecosurfi também foi convidada a participar da reunião na Prefeitura na próxima segunda-feira. O movimento é pela preservação de uma das mais importantes áreas de Mata Atlântica no estado, e deve reforçar a proteção de parte da restinga paulista, ecossistema que abriga rica biodiversidade e está vulnerável à pressão imobiliária e turística.

O congelamento da área é um primeiro passo para o estabelecimento da UC, e significa que ela fica bloqueada para atividades que impliquem em degradação ambiental, corte raso de floresta ou vegetação nativa e implantação de áreas de reflorestamento para fins comerciais.

Você pode apoiar a criação de área protegida em Bertioga e manter-se informado sobre os desdobramentos dessa ação. Ainda está em tempo. Participe! Clique no link abaixo:
Participe e divulgue para seus amigos!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Usina Hidrelétrica de Belo Monte

Belo Monte é uma usina hidrelétrica projetada a ser construída no Rio Xingu, no estado brasileiro do Pará. Sua potência instalada será de 11,233 GW, o que fará com que seja a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira, visto que a Usina Hidrelétrica de Itaipu está localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai.
De acordo com o site governamental Agência Brasil, Belo Monte será a única usina hidrelétrica do Rio Xingu. O lago da usina terá uma área de 516 km², mostradas no mapa de localização para o Google Earth. A usina terá três casas de força.
A previsão é que, se concluída, a usina será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas de a chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu, com 11,2 mil MW de potência instalada. Seu custo é estimado hoje em R$ 19 bilhões. A energia assegurada pela usina terá a capacidade de abastecimento de uma região de 26 milhões de habitantes, com perfil de consumo elevado como a Região Metropolitana de São Paulo.
O projeto
O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada 40 km abaixo da cidade de Altamira, no Sítio Pimentel, o Reservatório do Xingu. A partir deste reservatório, a água será desviada por canais que formarão o reservatório dos canais, que será localizado a 50 km de Altamira.
O trecho do Rio Xingu entre o Reservatório do Xingu e a casa de força principal, correspondente a um comprimento de 100 km, terá a vazão reduzida devido ao desvio dos canais. Este trecho foi denominado pelo Relatório de Impacto Ambiental como Trecho de Vazão Reduzida. Prevê-se que este trecho deverá ser mantido com um nível mínimo de água, variável ao longo do ano. Este nível mínimo será controlado pelo Hidrograma Ecológico do Trecho de Vazão Reduzida, e tem como finalidade de assegurar a navegabilidade do rio e condições para a vida aquática.
Serão construídas duas casas de força, a principal e a complementar. A primeira será construída no Sítio Belo Monte e terá uma potência instalda de 11 mil MW. A complementar será construída junto ao Reservatório do Xingu, com potência instalada de 233,1 MW.
A área inundada pertence a terras dos municípios de Vitória do Xingu (248 km2), Brasil Novo (0,5 km2) e Altamira (267 km2).
Cronologia
1975
Iniciado os Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
1980
A Eletronorte começa a fazer estudos de viabilidade técnica e econômica do chamado Complexo Hidrelétrico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Kararaô
1989
Durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em fevereiro em Altamira (PA), a índia Tuíra, em sinal de protesto, levanta-se da plateia e encosta a lâmina de seu facão no rosto do presidente da Eletronorte, José Antonio Muniz, que fala sobre a construção da usina Kararaô (atual Belo Monte). A cena é reproduzida em jornais e torna-se histórica. O encontro teve a presença do cantor Sting. O nome Kararaô foi alterado para Belo Monte em sinal de respeito aos índios
1994
O projeto é remodelado para tentar agradar ambientalistas e investidores estrangeiros. Uma das mudanças preserva a Área Indígena Paquiçamba de inundação
2001
Divulgado um plano de emergência de US$ 30 bilhões para aumentar a oferta de energia no país, o que inclui a construção de 15 usinas hidrelétricas, entre elas Belo Monte. A Justiça Federal determina a suspensão dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) da usina
2002
Contratada uma consultoria para definir a forma de venda do projeto de Belo Monte. O presidente Fernando Henrique Cardoso critica ambientalistas e diz que a oposição à construção de usinas hidrelétricas atrapalha o País. O candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva lança um documento intitulado "O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do Brasil", que cita Belo Monte e especifica que "a matriz energética brasileira, que se apoia basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a Bacia Amazônica".
2006
O processo de análise do empreendimento é suspenso e impede que os estudos sobre os impactos ambientais da hidrelétrica prossigam até que os índios afetados pela obra fossem ouvidos pelo Congresso Nacional
2007
Durante o Encontro Xingu para Sempre, índios entram em confronto com o responsável pelos estudos ambientais da hidrelétrica, Paulo Fernando Rezende, que fica ferido, com um corte no braço. Após o evento, o movimento elabora e divulga a "Carta Xingu Vivo para Sempre", que especifica as ameaças ao Rio Xingu e apresenta um projeto de desenvolvimento para a região e exige sua implementação das autoridades públicas. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, autoriza a participação das empreiteiras Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez nos estudos de impacto ambiental da usina
2009
A Justiça Federal suspende licenciamento e determina novas audiências para Belo Monte, conforme pedido do Ministério Público. O Ibama volta a analisar o projeto e o governo depende do licenciamento ambiental para poder realizar o leilão de concessão do projeto da hidrelétrica, previsto para 21 de dezembro. O secretário do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, propõe que o leilão seja adiado para janeiro de 2010
2010
A licença é publicada em 1º de fevereiro e o governo marca o leilão para 20 de abril 2010.
Cronologia
O leilão para definição do construtor da Usina de Belo Monte estava previsto para ocorrer em 21 de dezembro de 2009. Remarcado para o dia 20 de abril de 2010, houve a primeira suspensão, conforme liminar da Justiça Federal do Pará a partir de recomendação do Ministério Público Federal paraense que aponta irregularidades no empreendimento.O Ministério Público paraense também move outra ação pública, que pretende derrubar a licença ambiental concedida à obra. O diretor de licenciamento do Ibama, Pedro Alberto Bignelli, entretanto, defende que a construção de Belo Monte não atinge diretamente as terras indígenas da região, o que contraria a decisão judicial que suspendeu a realização do leilão e determina que o Ibama conceda uma nova licença prévia ao empreendimento.
No dia 16 de abril de 2010, o Tribunal Regional Federal acatou recurso da Advocacia-Geral da União - que havia recorrido um dia antes - e anulou a liminar que suspendia o leilão. Portanto, a data de 20 de abril estava mantida, e o leilão ainda corria risco.
No dia 19 de abril de 2010, houve uma nova suspensão, conforme decisão do juiz Antonio Carlos Almeida Campelo que concedeu a liminar a partir de pedido do Ministério Público Federal. O juiz também mandou cancelar a licença prévia da obra e ressalta que a falta de dados sobre o projeto fere o princípio jurídico da precaução.
No dia seguinte, o dia do leilão, a Justiça cassou a liminar da suspensão, mas o advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, disse que os processos judiciais contra a construção da usina não devem terminar com o leilão.
O leilão foi realizado em 10 minutos, em plena indefinição de uma nova liminar suspensiva, e foi vencido pelo Consórcio Norte Energia que ofereceu menor preço oferecido pela energia elétrica da futura usina.
O governo brasileiro ainda enfrentará pelo menos 15 questionamentos judiciais sobre a viabilidade econômica da obra e os impactos sociais e ambientais na região, sendo 13 deles impetrados pelo Ministério Público Federal paraense. Ainda assim, garante que, se preciso, construirá a usina sozinho.
Belo Monte deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras seguirão até 2019.
Consórcios
Dois consórcios disputaram Belo Monte. O primeiro, chamado de Norte Energia, foi formado por nove empresas (Chesf, Queiroz Galvão, Gaia Energia e Participações, Galvão Engenharia, Mendes Energia, Serveng, J Malucelli Construtora, Contern Construções e Cetenco Engenharia).
O segundo, chamado de Belo Monte Energia, contou com Furnas, Eletrosul, Andrade Gutierrez, VALE, Neoenergia e Companhia Brasileira de Alumínio. Assim, a presença estatal mostra-se forte na montagem dos consórcios, com as subsidiárias da Eletrobrás em comando dos grupos com quase 50% de participação, enquanto a fatia das empresas privadas não supera 12,75%.
Antes do último adiamento do leilão, as empresas CSN, Gerdau e Alcoa haviam anunciado o interesse de fazer parte de consórcios estabelecidos a partir de parcerias estratégicas do empreendimento, já que, entre outros detalhes, irão usufruir da energia em unidades produtivas instaladas no Pará.
As empresas Odebrecht e Camargo Corrêa desistiram do leilão por temerem não lucrar com a empreitada.
Para garantir a realização do leilão, foi determinado que o BNDES deve financiar 80% da obra em 30 anos e o custo da obra foi reavaliado em R$ 19 bilhões, mas empresas do setor privado estimam que a obra deve custar cerca de R$ 30 bilhões.


fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Belo_Monte

Usina Hidrelétrica de Belo Monte - Impacto da obra

Impacto da obra
construção da usina tem opiniões conflitantes. As organizações sociais têm convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação.
O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos, defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.
Outro argumento é a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo ciclo ecológico da região afetada, que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região.
Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna não foram esclarecidos ao não contemplar todas as espécies do Rio Xingu.
O bispo austríaco Erwin Kräutler que há 45 anos atua na região considera o empreendimento um risco para os povos indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a população duplicada com a hidrelétrica. Segundo o bispo, os problemas em Balbina e Tucuruí, que a princípio seriam considerados investimentos para as populações do entorno, não foram superados e servem de experiência para Belo Monte, já que os investimentos infraestruturais ou a exploração do ecoturismo - "no território mais indígena do Brasil" - poderiam acontecer sem a inserção e ampliação da hidrelétrica.
Em agosto de 2001, o coordenador do Movimento pela Transamazônica e do Xingu, Ademir Federicci, foi morto com um tiro na boca enquanto dormia ao lado da esposa e do filho caçula, após ter participado de um debate de resistência contra a Usina de Belo Monte. Ameaçada de morte desde 2004, a coordenadora do Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Pará e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia de Melo, também é contrária à instalação da usina e não sai mais às ruas. Ela acredita que a usina, que inicialmente seria chamada de Kararaô, é um projeto mentiroso e que afetará a população de maneira irreversível, "um crime contra a humanidade". Segundo ela, nove povos indígenas, ribeirinhos e trabalhadores da agricultura familiar, por exemplo, serão expulsos para outras regiões. A alternativa seria, segundo ela, um desenvolvimento sustentável, que não tivesse tantas implicações.
Em dezembro de 2009, o Ministério Público do Pará promoveu uma audiência pública com representantes do índios do Xingu, fato que marcaria seu posicionamento em relação à obra.
As mobilizações populares e de ambientalistas, que há décadas realizam ações de resistência contra a usina, conseguiram repercussão internacional com a proximidade do leilão. No dia 12 de abril de 2010, o diretor James Cameron e os atores Sigourney Weaver e Joel David Moore participaram de um ato público contra a obra.
No dia 20 de abril de 2010, o Greenpeace, em protesto, despejou um caminhão de esterco bovino na entrada da Aneel. Os manifestantes, com máscaras e acorrentados, empunharam bandeiras com frases como "O Brasil precisa de energia, não de Belo Monte". No mesmo dia, cerca de 500 manifestantes também manifestaram indignação com a obra e também na Transamazônica e Sítio Pimental, onde será construída a barragem de Belo Monte.
Os procuradores da República defendem que a construção da usina deveria ter sido aprovada por meio de lei federal, visto que a obra está em área indígena, especificamente em terras de Paquiçamba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da União defende que Belo Monte não será inserida em terras indígenas.
Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira há 29 anos, acredita que a usina irá melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da população das palafitas - área que será inundada - para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos, energia elétrica para a população rural (a maior parte da energia de de Altamira vem do diesel) e a pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido na região.
Os defensores da obra, formados por empresários, políticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto, estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de recursos seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e atração de indústrias. Acredita-se também que o empreendimento atrairá novos investidores para a região, considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região carente de investimentos.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que Belo Monte, um investimento equivalente a 19 vezes ao orçamento do Pará em 2010, será a salvação para a região e que as opiniões contrárias são preconceituosas, pois, segundo ele, a atual proposta envolve um terço da área original que seria alagada. O consumo de energia elétrica tende a aumentar e os investimentos com Belo Monte, segundo ele, serão necessários.
No entanto, outros defendem que estas perspectivas de demanda de desenvolvimento, geração de empregos e atração de investimentos para a região confrontam com o já existente estilo de vida viável e sustentável dos habitantes da região, baseado em sistemas agroflorestais e na exploração de recursos naturais. O deslocamento de uma comunidade de sua área de origem, cultura e meio de vida, como já observado em outros casos de deslocamento compulsório por hidrelétricas, não são indenizáveis por programas de apoio ou dinheiro.
Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de outras fontes.
O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que dependerá da sazonalidade das chuvas. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a usina deverá operar com metade capacidade mas, em tempo de seca, a geração pode ir abaixo de mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.

Relatório do Ibama
O Relatório de Impacto Ambiental do Ibama listou os impactos da hidrelétrica, no qual o Ministério de Minas e Energia refuta, corrobora e aponta possíveis intervenções:
  1. Geração de expectativas quanto ao futuro da população local e da região;
  2. Geração de expectativas na população indígena;
  3. Aumento da população e da ocupação desordenada do solo;
  4. Aumento da pressão sobre as terras e áreas indígenas;
  5. Aumento das necessidades por mercadorias e serviços, da oferta de trabalho e maior movimentação da economia;
  6. Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da população na área rural e perda de atividades produtivas;
  7. Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da População na área urbana e perda de atividades produtivas;
  8. Melhorias dos acessos;
  9. Mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras principais;
  10. Perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais;
  11. Aumento do barulho e da poeira com incômodo da população e da fauna, causado pela instalação da infraestrutura de apoio e das obras principais;
  12. Mudanças no escoamento e na qualidade da água nos igarapés do trecho do reservatório dos canais, com mudanças nos peixes;
  13. Alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental;
  14. Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;
  15. Danos ao patrimônio arqueológico;
  16. Interrupção temporária do escoamento da água no canal da margem esquerda do Xingu, no trecho entre a barragem principal e o núcleo de referência rural São Pedro durante 7 meses;
  17. Perda de postos de trabalho e renda, causada pela desmobilização de mão de obra;
  18. Retirada de vegetação, com perda de ambientes naturais e recursos extrativistas, causada pela formação dos reservatórios;
  19. Mudanças na paisagem e perda de praias e áreas de lazer, causada pela formação dos reservatórios;
  20. Inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio arqueológico, causada pela formação dos reservatórios;
  21. Perda de jazidas de argila devido à formação do reservatório do Xingu;
  22. Mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios;
  23. Alteração na qualidade das águas dos igarapés de Altamira e no reservatório dos canais, causada pela formação dos reservatórios;
  24. Interrupção de acessos viários pela formação do reservatório dos canais;
  25. Interrupção de acessos na cidade de Altamira, causada pela formação do Reservatório do Xingu;
  26. Mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos reservatórios;
  27. Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para o Sistema Interligado Nacional – SIN;
  28. Dinamização da economia regional;
  29. Interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de seca;
  30. Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e outros animais no trecho de vazão reduzida;
  31. Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
  32. Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de vazão reduzida.

Entenda como será a hidrelétrica de Belo Monte

Acesse o link, e veja como será a construção da  hidrelétrica de Belo Monte

http://g1.globo.com/economia-e-negocios/noticia/2010/04/entenda-como-sera-hidreletrica-de-belo-monte.html

A energia renovável de Belo Monte, por Paulo Costa

Para este espaço interessa olhar Belo Monte sob o ponto de vista de geração de energia elétrica, aliás a energia de fonte mais limpa possível. O projeto de Belo Monte, que  concluída sua construção vai estabelecer a terceira maior usina hidrelétrica do mundo (depois de Três Gargantas na China e Itaipu – foto ao lado), remonta à década de 1970. Desde lá foram centenas de estudos de todo tipo e diversas interrupções por conta de variadas formas de pressão, inclusive internacional. Agora que a licitação foi realizada e o resultado anunciado, em meio a liminares judiciais concedidas e suspensão delas por tribunais superiores, o projeto vai – inevitavelmente – ganhar vida como obra.
Os fatores favoráveis a Belo Monte bem como os interesses contrariados, que vão desde as comunidades indígenas que serão afetadas até ONGs ambientais passando por considerações técnicas que dizem que o projeto não tem todo o potencial anunciado, já foram debatidos e descritos em todos os meios de comunicação. O que pretendemos dizer aqui é que tudo na vida tem um custo, absolutamente tudo. Nas questões de desenvolvimento da infraestrutura de um país este custo aparece com facilidade. Seja a construção de uma rodovia, de um duto para transporte de combustíveis ou a expansão de um terminal marítimo, as considerações ambientais, ecológicas e sociais são sempre evidentes, em particular no mundo de hoje que se preocupa – corretamente – com o futuro de nosso planeta.
Mas precisamos nos mover, necessitamos consolidar as bases para acomodar o desenvolvimento de nossa economia, o bem estar da população crescente, o equilíbrio nas fontes de energia. Não se constroi uma usina hidrelétrica deste porte em qualquer lugar. Considerações técnicas de variados matizes levaram à decisão de se acomodar este projeto em uma região como Altamira em nosso histórico rio Xingu. No ponto em que estamos cria-se em todos a obrigação de sermos vigilantes para que a obra se desenvolva com os menores impactos possíveis ao ambiente e em particular às pessoas que serão afetadas. Isto feito poderemos ver uma situação em que, ao longo do tempo, o custo deste movimento desenvolvimentista seja compensado por vantagens futuras que satisfaçam a todos.
 Construída com respeito às normas impostas pelo edital e sob nossos olhares atentos poderemos não só ter um aumento importantíssimo de nossa segurança energética bem como uma obra que sirva de orgulho para o Brasil.

quarta-feira, 21 de abril de 2010 - 21:20


fonte: http://portalexame.abril.com.br/rede-de-blogs/bioagroenergia/2010/04/21/a-energia-limpa-de-belo-monte/

Links úteis

LINKS

Ambientalistas reclamam sistema multilateral poderoso
http://www.tierramerica.info/nota.php?lang=port&idnews=3414&olt=464

Quarta Assembleia do Fundo para o Meio Ambiente Mundial, em espanhol, ingles e francês
http://gefassembly.org/j2/index.php

A função dos benefícios locais e os programas ambientais mundiais, PDF em espanhol
http://gefeo.org/MonitoringandEvaluation/MEPublications/documents/signposts-localbenefits-spanish-8x11-cor.pdf

O Fundo para o Meio Ambiente Mundial e seu Estudo de Benefícios Locais - Uma crítica, PDF em espanhol
http://www.forestpeoples.org/documents/ifi_igo/gef/fpp_gef_briefing_aug06_sp..pdf

Projeto da Chengaose Foundation Trust, em inglês
http://sgp.undp.org/web/projects/14393/prevention_of_land_degradation_through_environmental_management_strategies_and_enhancement_of_commun.html

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