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quarta-feira, 2 de abril de 2014

A cidade que temos. A cidade que queremos

Professora de Geografia em uma escola de Rondônia, Telma Oliveira Medeiros incentivou os alunos a elaborarem propostas de melhoria para o município de Ariquemes, onde vivem. O trabalho escolar foi um sucesso e acabou sendo apresentado à comunidade no auditório do Ministério Público Municipal

Paula Peres/Bruna Nicolielo - Nova Escola - 11/2013

Ilustração: Melissa Lagôa/Foto: Mateus Andrade-Imagem News




 

















Refletir sobre o desenvolvimento sustentável na prática era o objetivo da professora Telma Oliveira Medeiros quando propôs ao 9º ano da EE Heitor Villa-Lobos, em Ariquemes, a 198 quilômetros de Porto Velho, que elaborasse propostas de melhoria para o município. Assim, ela trabalhou os conteúdos previstos para essa etapa, como turismo ecológico, cidades e hábitos de consumo mundializados, além dos objetivos de desenvolvimento do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) com base na geografia local. Também discutiu dois conceitos indissociáveis – economia e meio ambiente. “Fala-se muito sobre a importância de desenvolver o planeta do ponto de vista econômico, mas ao mesmo tempo colocamos na cabeça das crianças que é preciso preservá-lo. Isso cria um nó. A solução é apresentar o conceito de sustentabilidade”, explica André Mascaro Peres, professor de Geografia do Colégio Ítaca, em São Paulo.

A professora iniciou o projeto apresentando vídeos da coleção Patrimônios da Humanidade, da Unesco, que retratam iniciativas sustentáveis realizadas por algumas cidades europeias. Assim, ela pretendia mostrar possibilidades reais de mudança, fazendo com que os alunos percebessem que se trata de algo que depende de pequenas e grandes ações. Após a apresentação, eles discutiram sobre o que tinham observado. “A ideia era sair dos exemplos europeus que vimos nos vídeos e começar a pensar no nosso entorno”, diz Telma. 

Refletir sobre o desenvolvimento sustentável na prática era o objetivo da professora Telma Oliveira Medeiros quando propôs ao 9º ano da EE Heitor Villa-Lobos, em Ariquemes, a 198 quilômetros de Porto Velho, que elaborasse propostas de melhoria para o município. Assim, ela trabalhou os conteúdos previstos para essa etapa, como turismo ecológico, cidades e hábitos de consumo mundializados, além dos objetivos de desenvolvimento do milênio da Organização das Nações Unidas (ONU) com base na geografia local. Também discutiu dois conceitos indissociáveis – economia e meio ambiente. “Fala-se muito sobre a importância de desenvolver o planeta do ponto de vista econômico, mas ao mesmo tempo colocamos na cabeça das crianças que é preciso preservá-lo. Isso cria um nó. A solução é apresentar o conceito de sustentabilidade”, explica André Mascaro Peres, professor de Geografia do Colégio Ítaca, em São Paulo.

A professora iniciou o projeto apresentando vídeos da coleção Patrimônios da Humanidade, da Unesco, que retratam iniciativas sustentáveis realizadas por algumas cidades europeias. Assim, ela pretendia mostrar possibilidades reais de mudança, fazendo com que os alunos percebessem que se trata de algo que depende de pequenas e grandes ações. Após a apresentação, eles discutiram sobre o que tinham observado. “A ideia era sair dos exemplos europeus que vimos nos vídeos e começar a pensar no nosso entorno”, diz Telma. 

A princípio, os jovens não acreditavam na possibilidade de adaptar os modelos a Ariquemes. “Ela nunca vai ficar assim!” ou “Ninguém gostaria de conhecê-la”, lamentavam.

Em seguida, Telma levou os estudantes ao laboratório de informática, onde tiveram acesso a textos sobre desenvolvimento sustentável, turismo ecológico e os objetivos de desenvolvimento do milênio da ONU. Também leram trechos do livro didático. Com base nas pesquisas, todos fizeram anotações e produziram textos individuais sobre o que tinham entendido a respeito do conceito de sustentabilidade.

Na próxima etapa, a classe fez uma mesa-redonda para socializar suas descobertas. À medida que todos apresentavam as informações e discutiam, Telma estimulava paralelos entre o que tinha sido visto e a cidade, levando-os a refletir sobre os problemas locais. Ela perguntou, por exemplo, qual era a relação dos temas presentes nos textos, como coleta de lixo, tratamento da água, reciclagem e saúde, com a cidade. 

A turma concordou que os assuntos tratados tinham tudo a ver com Ariquemes. Também ficou encantada com as possibilidades do turismo ecológico. “Quando os estudantes leram um artigo a respeito, começaram a pensar em alternativas. Algumas difíceis, mas possíveis”, explica a docente.

Nesse momento, é importante problematizar a viabilidade das ideias. “É possível fazer isso?”, “Como?” e “Que recursos financiariam nossas propostas?”. Essas perguntas levam a garotada a refletir sobre suas sugestões, considerando que as soluções nem sempre são simples ou dependem apenas da boa vontade das pessoas, mas também exigem a participação de outros agentes, como o governo.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Escolas não estão preparadas para o “ensino do século 21”, diz pesquisador

por Redação do Blog da Educação

A maior parte das escolas de todo o mundo parou no tempo e ainda não se adequou aos desafios do século 21. É o que diz a pesquisa de David Albury, especialista da Global Education Leaders’ Program – Gelp. Para ele, enquanto a sociedade se desenvolve e depende cada vez mais de novas tecnologias, as instituições de ensino parecem não saber como acompanhar essas transformações e sofrem para se comunicar com os alunos. Para tal constatação, o pesquisador reuniu 10 países, entre eles o Brasil, e avaliou a implantação de um sistema educacional adequado aos conhecimentos, necessidades e habilidades requeridos para os dias atuais.

Para o estudioso, embora já existam exemplos de escolas adotando novas metodologias de ensino, ainda não é possível apontar um caminho certo a seguir, nem tampouco calcular em quanto tempo o mundo adotará a chamada “educação para o século 21″, capaz de conquistar e atrair os estudantes e de proporcionar, de fato, um ensino de qualidade aplicado à vida adulta. Como exemplo do lapso entre o que o mercado quer dos jovens recém-formados e o que eles aprendem nas escolas, Albury cita alguns dos pré-requisitos que ainda não entraram nas grades curriculares, como a capacidade de trabalhar em equipe, de solucionar problemas, de se comunicar bem, além da criatividade e do empreendedorismo.

A pesquisa reforçou a adoção de um ensino mais personalizado, com um currículo que atenda ao perfil, aos problemas, às necessidades e aos interesses dos alunos. Albury também defendeu o uso das novas tecnologias, mas com cuidado. “A tecnologia, embora fundamental, não é tudo em uma instituição de ensino”, disse. Ao apresentar uma análise dos desafios e obstáculos com os quais os educadores se deparam, o estudioso não culpou os alunos pela falta de interesse nos estudos. “Não são os alunos de hoje que são desengajados. Nós é que não soubemos engajá-los a aprender”, completou.

Para identificar soluções referentes aos inúmeros problemas que a educação, no mundo todo, enfrenta, a equipe de Albury tem percorrido diversos países em busca de instituições de ensino que tenham adotado experiências inovadoras e bem-sucedidas. A ideia é fazer com que essas experiências possam servir de exemplo tanto para países ricos quanto para países em desenvolvimento, implantando aos poucos projetos pilotos desses novos modelos de educação. Entretanto, ainda será preciso percorrer um longo caminho até que se alcance os mecanismos capazes de serem disseminados e implantados em escalas maiores. “Ainda não sabemos como testar, no modelo proposto por nós, o aprendizado dos alunos. E como vamos avaliar e capacitar os professores. O Brasil, por exemplo, levou 300 ou 200 anos para desenvolver o sistema de educação que tem hoje. Então, essa mudança não vai acontecer de uma hora para outra, vai levar anos, talvez décadas”, afirmou.

* Com informações do Portal Terra.

** Publicado originalmente no site Blog da Educação.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Sustentabilidade e escola: uma dupla de futuro

05/7/2013 - 11h30, por Edson Grandisoli


Segundo o ministério, o Programa Dinheiro Direto na Escola – Escola Sustentável apoiará projetos que promovam ações voltadas à melhoria da qualidade de ensino e a sustentabilidade socioambiental do espaço escolar. É uma tentativa de fazer com que as escolas se tornem espaços educadores sustentáveis considerando sempre intervenções dentro do tripé espaço físico–gestão­–currículo.

Há inúmeras definições sobre o que seria uma escola sustentável, mas é justamente neste tripé que reside uma explicação detalhada que as escolas aderentes ao programa deverão atentar. Primeiro, com o uso de um espaço físico que cuida e educa, em que as construções tenham um maior conforto térmico e acústico, a energia e a água sejam usadas de forma eficiente. Em seguida, com uma gestão que encoraje relações de respeito à diversidade e que seja mais democrática e participativa. Por último, a adoçam de um currículo que estimule a visão complexa da educação integral e sustentável, estimulando a responsabilidade e o engajamento individual e coletivo na transformação local e global.

O investimento ainda pode ser considerado tímido, se realmente considerarmos o número de escolas do nosso país. Mas a iniciativa é animadora. Nos últimos anos, tenho tido a chance de colaborar com diferentes instituições de ensino no desenvolvimento de projetos que têm a sustentabilidade como eixo condutor.

Junto a equipes interdisciplinares de professores dessas instituições, tenho mantido a preocupação de criar um projeto novo e personalizado para cada escola – afinal, cada instituição tem sua história e suas características próprias –, sempre valorizando práticas que aliem as esferas tradicionalmente ligadas ao conceito de sustentabilidade: a ambiental, a econômica e a social. Somente identificando os desafios que deixem claras as interligações e a interdependência entre essas três esferas, estaremos de verdade formando professores e estudantes dentro do novo paradigma da sustentabilidade.

Minha fonte primária de inspiração são as ideias e os ideais do sociólogo francês Edgar Morin. Apenas por meio da compreensão profunda da complexidade do mundo atual, colaboraremos efetivamente na formação de indivíduos críticos e capazes de propor soluções de cunho coletivo aos desafios do dia a dia. O trabalho dentro dos paradigmas da complexidade quebra as barreiras disciplinares, dando um novo significado ao que é trabalhado em sala de aula.
Costumo dizer que projetos em educação e sustentabilidade devem “trazer o mundo para a escola e inserir a escola no mundo”. De maneira geral, esses projetos devem (ou deveriam) ousar e ir além das propostas isoladas de ecoeficiência, que geralmente empobrecem e resumem a sustentabilidade ao seu componente ambiental.

Assim, para a implantação de projetos integrais em educação e sustentabilidade, tenho seguido um roteiro simples com seis etapas:

1. Formação teórica competente de professores e estudantes dentro da história e da conceituação de sustentabilidade;

2. Elaboração de um diagnóstico real da escola, caracterizando seus principais desafios e formas viáveis de solucioná-los;

3. Identificação dos principais atores envolvidos em cada desafio e que podem se tornar parceiros em ações;

4. Estabelecimento de um verdadeiro diálogo democrático entre os atores, visando compreender os vários lados da mesma questão, garantindo, dessa forma, uma visão sistêmica complexa;

5. Monitoramento participativo dos resultados alcançados;

6. Criação de parcerias com outras instituições de ensino, ONGs, entidades governamentais, etc., aumentando ainda mais a complexidade do trabalho e envolvendo de forma efetiva sua comunidade.
Um ponto fundamental de toda essa caminhada é sempre colocar os estudantes como protagonistas desde a elaboração do diagnóstico até a avaliação das ações implantadas, permitindo que conheçam melhor sua escola e sua comunidade. O professor está ali para auxiliar a caminhada, funcionando como tutor e não como aquele que detém o conhecimento e sabe o que é certo ou errado. Esse deslocamento do professor de sua posição onipotente estabelece uma relação mais saudável, o que favorece muito o diálogo e a busca conjunta por soluções.

Por sinal, considero o desenvolvimento da capacidade de propor soluções criativas para problemas coletivos por meio do diálogo democrático um dos grandes resultados positivos dos projetos de educação e sustentabilidade com que tenho colaborado.

Acredito muito nesse caminho para garantir uma educação mais integral e integrada. Espero que o investimento do MEC na criação de escolas sustentáveis valorize todo o potencial existente dentro do tema da sustentabilidade. Para isso, entretanto, boa parte desse investimento deve ser voltado à formação de professores dentro dos preceitos da sustentabilidade.

A prática da verdadeira sustentabilidade na escola é capaz formar cidadãos responsáveis, que valorizam mais o coletivo que o individual, e os prepara para construir uma sociedade mais sustentável, justa e democrática para todos.

fonte: Publicado originalmente no site O Porvir. Edson Grandisoli é professor, diretor educacional da Escola da Amazônia e consultor em Educação para a Sustentabilidade. 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Reinoud Meijer: a importância de olhar para o todo


O educador europeu Reinoud Meijer, aposta em uma educação que faça o jovem olhar para o mundo de maneira mais integral


Você defende que a educação instigue um olhar integralista. O que você entende por uma visão integral?
Se você observar a ideia que se tem em relação a quem é um profissional, vai perceber que para ser profissional é preciso saber mais sobre menos, é necessário um zoom numa área em especial. E esse zoom é essencial para conhecer mais sobre um assunto específico. O problema é quando se perde o propósito que conecta a especialidade com o todo, com a pergunta "como está nossa sociedade hoje?". Quando penso nisso, sempre me lembro do nosso olho. Por meio do olho, a gente vê. Mas, se o olho apenas "visse", ficaríamos cegos. Ele só é importante para o corpo porque, ao mesmo tempo em que desempenha a função da visão, está conectado com nosso sistema corporal, a serviço do funcionamento de um organismo incrivelmente maior.


Você poderia dar um exemplo disso?
Imagine dois trabalhadores da área de construção. Perguntamos para cada um deles: o que você está fazendo? Um responde: estou levantando tijolos. O outro, que está na mesma atividade, diz: estou construindo uma catedral. Se você conecta sua atividade com o todo, sua postura diante do mundo muda totalmente.

Seu programa de aprendizagem é voltado a jovens interessados em empreendedorismo social. Como suas ideias sobre educação se conectam com isso?
O YIP (Youth Initiative Program, ou Programa de Iniciativa Jovem) não dá respostas para os jovens. Convidamos as pessoas que estão vivendo questões específicas e ao mesmo tempo relacionadas com a realidade como um todo para dialogar com eles durante várias semanas [além de convidar gente inspiradora para conversar com os jovens, o YIP pede que desenvolvam projetos pessoais, colaborem com a comunidade e façam um intercâmbio como voluntários em um projeto social]. Encorajamos todos a ter questões e permanecer com elas. Se há uma questão, isso deixa você ativo.

fonte: André Gravatá é um dos membros do projeto Educ-ação,  Vida Simples - 11/2012


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