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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

passeio ambiental em Itu

No próximo dia 25 de outubro (sábado), das 9h às 11h, a Fundação SOS Mata Atlântica abre as porteiras do Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin, na cidade de Itu, no interior de São Paulo, para visitação. O programa Porteira Aberta é gratuito e tem como objetivo promover a interação dos visitantes com as atividades desenvolvidas pela equipe da ONG no local, que sedia pesquisas e projetos em prol da restauração e conscientização ambiental. -

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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Por que desmatar 79% da area de manaciais secou São Paulo - 10/10/2014

Artigo de Marcia Hirota*, originalmente publicado no Blog do Planeta – Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica divulgado com exclusividade pela revista Época  constatou que a cobertura florestal nativa na bacia hidrográfica e nos mananciais que compõem o Sistema Cantareira, centro da crise no abastecimento de água que assola São Paulo, está pior do que se imaginava. Hoje, restam apenas 488 km2 (21,5%) de vegetação nativa na bacia hidrográfica e nos 2.270 km2 do conjunto de seis represas que formam o Sistema Cantareira.
O levantamento avaliou também os 5.082 km de rios que formam o sistema. Desse total, apenas 23,5% (1.196 km) contam com vegetação nativa em área superior a um hectare em seu entorno. Outros 76,5% (3.886 km) estão sem matas ciliares, em áreas alteradas, ocupadas por pastagens, agricultura e  silvicultura, entre outros usos.
O estudo teve como base o último Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que avaliou a situação da vegetação nos 17 Estados com ocorrência do bioma, no período 2012-2013. O Atlas, que monitora o bioma há 28 anos, é uma iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da Arcplan.
Com base em imagens de satélite, o Atlas da Mata Atlântica utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para monitorar os remanescentes florestais acima de 3 hectares. Neste estudo sobre o Sistema Cantareira, realizado pela SOS Mata Atlântica e Arcplan, foram identificadas as áreas de até 1 hectare.
As análises foram avaliadas em nível municipal, indicando os municípios com total de áreas naturais mais preservados. As cidades observadas foram: Camanducaia (19,6% de vegetação nativa), Extrema (15,2%), Itapeva (7,9%) e Sapucaí Mirim (42%), em Minas Gerais; Bragança Paulista (3,2%), Caieiras (50,2%), Franco da Rocha (40,8%), Joanópolis (18,8%), Mairiporã (36,6%), Nazaré Paulista (24,7%), Piracaia (17,7%) e Vargem (17,9%), em São Paulo.
As florestas naturais protegem as nascentes e todo fluxo hídrico. Com esses índices de vegetação, não é de se estranhar que o Sistema Cantareira opere, atualmente, com o menor nível histórico de seus reservatórios, já que para ter água é preciso ter também florestas
E o que fazer diante deste quadro?
O primeiro desafio é proteger o que resta de Mata Atlântica e manter, com rigor, o monitoramento e a fiscalização dessas áreas para evitar a ocorrência de novos desmatamentos.
Importante lembrar que Minas Gerais, Estado que reúne não apenas as nascentes de rios que formam o Sistema Cantareira, mas também das bacias dos rios Doce, São Francisco e Paraíba do Sul, entre outros, é o recordista do desmatamento da Mata Atlântica pelo quinto ano consecutivo, de acordo com os últimos dados do Atlas da Mata Atlântica.
O segundo ponto é promover a recuperação florestal nessas regiões, incluindo-se aqui investimentos públicos e privados para restauração florestal e programas de Pagamentos Por Serviços Ambientais (PSA) voltados aos proprietários de terras, municípios e Unidades de Conservação que as preservarem.
Com o objetivo de estimular esse esforço, a Fundação SOS Mata Atlântica lançará ainda neste mês um novo edital do programa Clickarvore, com apoio do Bradesco Cartões e Bradesco Capitalização, para a doação de 1 milhão de mudas de espécies nativas para restauração na Bacia do Cantareira. Essas mudas possibilitarão a recuperação de até 400 hectares de áreas, que por sua vez podem promover a conservação de 4 milhões de litros de água por ano. A ideia é que os projetos selecionados colaborem para conservar e proteger os recursos hídricos conectando, nessas regiões, os poucos fragmentos de mata que hoje encontram-se isolados.
Pode parecer pouco, tendo em vista o tamanho do desafio, mas é um primeiro passo para trazer de volta as florestas e a água ao Sistema Cantareira. Esperamos que essa iniciativa contribua para o fortalecimento de políticas públicas efetivas e que possa marcar o início de esforços conjuntos da sociedade, iniciativa privada e do poder público para a recuperação desse importante manancial. Afinal, a grave escassez que enfrentamos neste ano reforça a necessidade do Estado promover a proteção dos mananciais e a gestão integrada e compartilhada da água.
A restauração da cobertura florestal nas áreas de mananciais é o pontapé para a recuperação das reservas de água. No entanto, para que traga resultados efetivos, essa iniciativa  precisa ser somada a uma ação urgente e firme do Governo do Estado no sentido de implementar efetivamente instrumentos econômicos como o PSA e a cobrança pelo uso da água a todos os usuários, o que garantirá a sustentabilidade do sistema e o acesso à agua em quantidade e qualidade para a sociedade.

*Marcia Hirota é diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.
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sábado, 21 de setembro de 2013

Top 10: árvores extraordinárias



Assim como os animais, as árvores precisam se alimentar, e fazem de tudo para chegar à sua principal fonte de comida: a luz. As sequoias são as maiores árvores do mundo e podem ter mais de 100 metros de altura. General Sherman, uma sequoia de aproximadamente 2.100 anos possui um peso equivalente a dez baleias-azuis.
Na tentativa de chegar ao topo, algumas espécies foram ao extremo e podem até matar. A figueira mata pau começa a crescer em cima de outras plantas. No processo acaba abraçando sua hospedeira, que não consegue mais transportar água e nutrientes, e acaba morrendo.
Algumas delas estão na Terra há tanto tempo que presenciaram o nascer do sol mais de um milhão de vezes. As bristocne pines têm mais de 4.600 anos, e já estavam aqui quando as pirâmides do Egito foram erguidas ou quando Cristóvão Colombo chegou à América. Outras, como as cerejeiras e os ipês, não vivem tanto, mas possuem flores vistosas que embelezam os campos e as cidades pelo mundo.
Infelizmente a maior ameaça a esses seres vivos é o desmatamento. Mas, na luta pela sobrevivência, as árvores desenvolveram estratégias extraordinárias e farão qualquer coisa para continuar existindo.

Confira a galeria especial para o dia da árvore (21 de setembro) que A NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL ON LINE preparou para você.
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br/materias/arvores-pelo-mundo

21 de Setembro - Dia da Arvore


Dia da Arvore - 21 de Setembro

OXIGÊNIO
Mesmo com a fumaça, dá para ver 
A incessante sinfonia da floresta 
Respirando pelo mundo
Vendo tudo acontecer.
Rogério Flausino



Você já deve ter ouvido falar que a Amazônia é o pulmão do mundo, por ser ela a responsável por manter os níveis de oxigênio no ar. Mas saiba que, há algum tempo, essa afirmativa foi questionada.
Apesar de as plantas produzirem oxigênio como resultado da fotossíntese, elas também respiram dia e noite, consumindo oxigênio. 
Sabemos hoje que  as grandes florestas, como a Amazônia, consomem quase todo o oxigênio que produzem na fotossíntese. Isso acontece porque as árvores da Amazônia são árvores velhas, em estágio de desenvolvimento avançado. Por causa  disso, a quantidade de carbono que elas assimilam, durante a fotossíntese, é muito baixa, liberando praticamente todo esse carbono de volta para a atmosfera no seu processo de respiração.
Os responsáveis pela produção de oxigênio são as algas - seres aquáticos  que podem ser microscópicos ou macroscópicos – e que, juntos, formam o  chamado fitoplâncton. Acredita-se que o fitoplâncton produza cerca de 98%  do oxigênio atmosférico. Porém, a importância desses seres vai além da  fotossíntese: eles formam a base da cadeia alimentar dos ambientes  aquáticos, servindo de alimento para organismos maiores.
Mas é claro que isso não anula a importância ecológica das florestas! A Amazônia é a grande responsável pelo equilíbrio climático do mundo. As plantas nela encontradas fazem muita fotossíntese. Como resultado, elas liberam moléculas de água na atmosfera, possibilitando a formação de grandes nuvens de chuva na região. Se, um dia, a Floresta Amazônica acabar, a temperatura global irá subir muito. Além disso, grandes secas poderão acontecer.
Tanto as florestas como as águas de nosso planeta estão sofrendo com nosso consumismo. E se, um dia, tudo isso que a natureza nos oferece se extinguir e literalmente virar fumaça, nós também faremos parte 
dessa fumaça.

Texto originalmente escrito por Hugo Huth para o programa Ritmos da Ciência da Rádio UFMG
Educativa FM 104,5 e adaptado por Joyce Padilha de Melo.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Desmatamento na Amazônia: Avanços em conceitos e recuos nas práticas

por Washington Novaes*

Embora não surpreendam – havia indícios -, são inquietantes as informações sobre aumento do desmatamento na Amazônia. Foram 2.007 quilômetros quadrados na Amazônia Legal em um ano, segundo o Imazon (20/8), ou quase 92% mais que em igual período anterior. Aos quais se devem acrescentar 1.155 quilômetros quadrados de florestas degradadas no período. E tudo se traduzindo em 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) equivalentes emitidas em 12 meses.

Mais complicado ainda porque um balanço oficial de cinco anos (2005-2010) dizia que o desmatamento era o único setor no País em que se haviam reduzido (em 65%) as emissões de poluentes que contribuem para o aumento da temperatura planetária, quando as emissões no setor energia haviam subido 21,4%, no tratamento de resíduos, 16,4%, na indústria, 5,3% e na agropecuária, 5,2%. Nesse quadro, as emissões totais do Brasil ficavam em 1,25 bilhões de toneladas de CO2 equivalentes (2,03 bilhões em 2005), que se traduziam em cerca de 7 toneladas por brasileiro (outras fontes apontam até 10 toneladas por pessoa).

Pode ser ainda mais inquietante saber que terminou em Bonn, na Alemanha, uma reunião preparatória para a Convenção do Clima, que será realizada em novembro em Varsóvia (Polônia). E a maioria dos analistas saiu convencida de que é muito improvável, este ano ou no próximo, chegar a um acordo que defina metas obrigatórias de redução de emissões em todos os países, a serem incluídas em 2015 num convênio global para vigorarem em 2020 e possibilitarem que se contenha o aumento de temperatura na Terra em 2 graus Celsius até 2050. Também empacaram as discussões sobre contribuições financeiras dos países industrializados para “mitigação de emissões” e “adaptação às mudanças”, com os “países em desenvolvimento” exigindo recursos para compensar danos que poderiam ser de US$ 1 trilhão por ano.

Pode parecer repetitivo tratar com tanta frequência neste espaço desse tema das mudanças climáticas, mas as notícias são a cada dia mais graves. Uma boa informação, entretanto – ainda não anunciada oficialmente -, é a de que o Brasil voltará, na reunião da convenção, à proposta que fez em 1997, quando se discutia o Protocolo de Kyoto: passariam a ser obrigatórios compromissos de todos os países para reduzir as emissões de poluentes, proporcionalmente à contribuição que tenham dado para a concentração de gases na atmosfera e às suas emissões atuais (em Kyoto decidiu-se apenas que os 37 industrializados baixariam suas emissões em 5,2%, calculados sobre as de 1990; mas o protocolo não teve as adesões necessárias). Até aqui, o Brasil só tem aceitado “compromissos voluntários” de baixar entre 36,1% e 38,9% suas emissões, calculadas sobre o total a que chegaríamos em 2020.

É um assunto vital, quando cenários traçados para este século por 345 cientistas para o Painel do Clima da convenção dizem que a temperatura no Brasil pode subir até 3 graus Celsius. E a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) prevê (20/8) que as culturas de milho, arroz e mandioca serão as mais afetadas, com perdas, hoje em mais de R$ 7 bilhões, que serão o dobro em mais algumas décadas.

Há visões mais otimistas, como as de cientistas que apontam a intenção da China e dos Estados Unidos de reduzirem em 40% as suas emissões na fabricação de cada produto. Mas a China também está deixando cientistas de cabelos em pé com a criação de uma rota de navegação para a Europa atravessando o Ártico (reduz de 48 para 33 dias o tempo gasto) – e contribuindo para mais degelo. Os Estados Unidos conseguiram baixar suas emissões intensificando a exploração de gás de xisto, com um método baseado em fratura de rochas e injeção de água e produtos químicos – que implica, no retorno deles à superfície, a mistura da água superficial com poluentes altamente danosos e em grande quantidade (o Brasil também vai entrar por esse caminho).

Acrescem-se as informações da Global Footprint Network de que no dia 20 último se completou o prazo (menos de oito meses) em que o mundo consumiu os recursos naturais que deveriam bastar para um ano todo – ou seja, a “pegada ambiental” global indica que precisamos de 50% mais de recursos que os disponíveis. E com isso se vai agravando o quadro planetário (Folha de S.Paulo, 20/8). O Japão já consome 7,1 vezes mais que os recursos disponíveis em seu território, a Grã-Bretanha, 3,5 vezes e os Estados Unidos, 1,9. O Brasil, embora use menos recursos que sua disponibilidade interna, consome mais que a média global disponível. Em 2050, afirma o estudo da Global Footprint Network, o mundo precisará de recursos equivalentes ao dobro dos disponíveis na Terra.

Não é diferente do que pensa a Convenção da Biodiversidade, que, preocupada, já em 2010 pediu que se adotassem metas de pelo menos 17% das áreas terrestres no mundo protegidas, assim como 10% de áreas oceânicas.

São visões como essa que levaram o escritor (austríaco radicado nos Estados Unidos) Fritjof Capra – autor de O Tao da Física e A Teia da Vida – a dizer no X Congresso Brasileiro de Direito Socioambiental (Instituto Carbono Brasil, 9/8), que nosso país é um dos “possíveis líderes para o desenvolvimento qualitativo sustentável” – desde que “os negócios, a economia, as tecnologias, as estruturas físicas não interfiram na capacidade da natureza de sustentar a vida”.

Porque “o crescimento infinito é ilusão”. Bem na linha que se propaga entre economistas de que já vivemos uma “crise de finitude de recursos”, com o consumo global maior que a reposição. E crescerá ainda mais, com a população mundial – hoje pouco acima de 7 bilhões de pessoas e um acréscimo de 80 milhões por ano – chegando a mais de 9 bilhões em 2050.

* Washington Novaes é jornalista.

** Publicado originalmente no site O Estado de S. Paulo.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Novo Código florestal: para o STJ vale a Lei da época do desmatamento ilegal

por Andre Lima *

Decisão do Superior Tribunal de Justiça publicada em 19/12/2012 fortalece a tese de que os Programas de Regularização Ambiental sob a responsabilidade dos Estados devem ser monitorados de perto pela sociedade que deve exigir transparência e rigor totais.
Proprietário rural do Paraná alegou perante o STJ que, de acordo com o novo código florestal, seus atos (desmatamento ilegal) perpetrados antes de julho de 2008 contra uma área de preservação permanente ciliar (Rio Santo Antônio) não mais constituem crime, tampouco infração ambiental de sorte que as multas do Ibama e a obrigação em reparar o dano devem ser anuladas.
Em decisão relatada pelo Ministro Herman Benjamin, acolhida por unanimidade pela 2a Turma, o acórdão do STJ determina que as multas e a obrigação em reparar os danos ambientais florestais não devem ser canceladas ou anuladas até que sejam definidas as medidas de regularização que serão exigidas pelo Programa de Regularização Ambiental (PRA’s) que deve ser aprovado até maio deste ano pelo respectivo Órgão Estadual de Meio Ambiente.
A decisão lastreia-se juridicamente em alguns pressupostos constitucionais. O primeiro deles é que a multa e os termos de ajustamento de conduta devidamente conduzidos nos termos da legislação vigente constituem atos jurídicos perfeitos que não podem ser atingidos por lei superveniente. De acordo com a Constituição Federal (art. 5º, XXXVI) a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Se foi segurança jurídica que o legislador quis alcançar ao aprovar o Novo Código florestal, a nova Lei não pode desconstituir todos os atos jurídicos perfeitos realizados regularmente até a entrada em vigor da Lei. Dentre estes atos estão as multas, os termos de ajustamento de conduta, os embargos administrativos ou mesmo a averbação de reserva legal.
Há inclusive precedente do STJ que faz valer, no campo ambiental-urbanístico, a norma mais rigorosa vigente à época dos fatos, e não a contemporânea ao julgamento da causa, menos protetora da Natureza. Neste caso a Lei n. 6.766/79, art. 4º, III, que determinava, em sua redação original, a 'faixa non aedificandi de 15 (quinze) metros de cada lado' do arroio" foi alterada para 5 metros mas a decisão judicial foi a de que deve ser considerada a metragem definida por lei quando da ocupação (REsp 980.709/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 2.12.2008).
Ainda de acordo com o voto do Ministro Herman, “ao contrário, o art. 59 mostra-se claríssimo no sentido de que a recuperação do meio ambiente degradado nas chamadas áreas rurais consolidadas continua de rigor. Para tanto, ordena que essa prescrição se realize por meio de procedimento administrativo no âmbito de Programa de Regularização Ambiental – PRA, após a inscrição do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR (§ 2°) e a assinatura de Termo de Compromisso (TC), valendo este como título extrajudicial (§3°). Apenas a partir daí "serão suspensas " as sanções aplicadas ou aplicáveis (§ 5°, grifo acrescentado). Por ocasião do cumprimento integral das obrigações previstas no PRA ou no TC, "as multas" (e só elas), resultado da repristinação ecológica da área e das medidas de mitigação e compensação exigidas, "serão consideradas convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente".
Para o Ministro Herman e todos os demais ministros da 2ª Turma que o acompanharam em seus votos, “...a regra geral é que os autos de infração lavrados continuam plenamente válidos, intangíveis e blindados, como ato jurídico perfeito que são - apenas sua exigibilidade monetária fica suspensa na esfera administrativa , no aguardo do cumprimento integral das obrigações estabelecidas no PRA ou no TC. Tal basta para bem demonstrar que se mantém incólume o interesse de agir nas demandas judiciais em curso, não ocorrendo perda de objeto e extinção do processo sem resolução de mérito (CPC, art. 267, VI).”
Continua o voto: “Note-se que, conforme a Lei 12.651/2012, a regularização ambiental (“ambiental”, e não simplesmente “florestal”, o que implica o diálogo das fontes entre o novo Código, a Constituição Federal, a Constituição Estadual, e as demais leis que regem a proteção do meio ambiente) deve ocorrer na esfera administrativa , denotando inconveniência, para não dizer despropósito, pretender que o Poder Judiciário substitua a autoridade ambiental e passe a verificar, em cada processo, e a acompanhar por anos a fio (no lapso temporal do cumprimento das medidas de repristinamento ecológico, mitigação e compensação) a plena recuperação dos ecossistemas degradados e o cumprimento das obrigações instituídas no PRA. Aí estão providências intrincadas que devem ser técnica e previamente avaliadas e avalizadas, e depois fiscalizadas, pelo órgão ambiental, e não pelo juiz de demanda em curso. Saliente-se, em acréscimo, que no presente caso inexiste comprovação de adesão a tais programas, condição sine qua non para o requerente obter eventuais benefícios previstos na lei, muito embora, como já frisado, isso não seja capaz de mudar o julgamento dos autos.
Essa primeira decisão judicial mostra que é fundamental que o CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente como instância democrática e participativa máxima do Sistema Nacional de Meio Ambiente e os Conselhos Estaduais devem monitorar de perto e imprimir a maior transparência possível aos Programas de Regularização Ambiental nos Estados como forma de garantir que tais programas não consistam em meras peças burocráticas a confirmar na prática a tese da anistia.
Os PRA’s devem se constituir na salvaguarda da sociedade de que o que deve ser recuperado será recuperado e que a regularização ambiental dos imóveis rurais deve acontecer dentro dos princípios do interesse público, da precaução, da sustentabilidade ecológica e da função social da propriedade rural.
Neste sentido foi encaminhado pelo IPAM e pelo Instituto O Direito por um Planeta Verde proposta de criação de um Grupo Assessor no CONAMA para monitorar, integrar e dar visibilidade nacional e controle social aos Planos de Regularização Ambiental em curso nos Estados.
O Ministério de Meio Ambiente ainda não deu resposta oficial à demanda já apresentada e negociada na ultima reunião plenária do CONAMA, em novembro de 2012. A próxima Plenária do CONAMA quando o assunto deverá voltar à pauta está agendada para os dias 21 e 22 de março.

* Em 31/01/2013, por André Lima, advogado, Assessor de Políticas Públicas do IPAM, Sócio-fundador do Instituto Democracia e Sustentabilidade, Diretor de Assuntos Legislativos do Instituto O Direito por um Planeta Verde e membro do Conselho Nacional de Meio Ambiente.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Aprenda a Purificar o Ar de Casa de Forma Ecológica


Você sabia que é possível purificar o ar que você respira? Isso em casa ou no seu trabalho. Sim é possível. Nada de filtros mirabolantes e grandes aspiradores de ar. Mas sim, pequenas plantas que ajudam e muito a melhorar a qualidade do ar que você respira.  Se você mora em São Paulo, fique preocupado, pois a qualidade do ar a cada dia só piora, e com a chegada do inverno muitas pessoas adquirem ou pioram sua saúde devido a qualidade do ar. 
Desta forma vamos mostrar algumas plantas que ajudarão a filtrar as toxinas presentes do ar.


1. Palmeira de Bambu : Ajuda a eliminar o formaldeído e também há quem diga que ele atua como um umidificador natural.

2. A famosa Espada de São Jorge: Serve para absorver os óxidos de nitrogênio e  o  formaldeído. Mas tome cuidado com as crianças. Esta planta é altamente tóxica se ingerida.
3. Palmeira: Uma das melhores plantas para a purificacão do ar. Ela ajuda na  limpeza do ar em geral, além de ficar muito bem com peça decorativa.

4. Planta aranha: Grande planta de interior para eliminar o monóxido de carbono e outras toxinas e impurezas. A Planta-aranha é uma das melhores plantas para a  eliminação de formaldeído do ar.

5. Lírio de paz: Esta poderíamos chamar de a mais limpa de todas.” Os lrios são frequentemente colocados no banheiro ou lavanderia. Uma vez que elas são conhecidas na remoção de esporos de fungos. Também conhecido para eliminar formaldeído e o tricloroetileno (é um hidrocarboneto clorado comumente usado como um solvente industrial ).

6. Gérbera: Esta maravilhosa flor elimina o benzeno no ar, são conhecidos para melhorar o sono ao absorver dióxido de carbono e emitem mais oxigênio durante a noite.
Estas pequenas dicas ajudam e muito a melhorar a qualidade de vida de muita gente, mas também é sempre bom lembrar que para melhorarmos a cada dia é sempre bom fazermos nosso papel de casa, tal como andar de bicicleta, andar de coletivo e andar a pé que além de bom para o bolso, faz muito bem ao coração, para as estrias e rugas. 



Fonte:
http://www.dicasverdes.com/2013/01/como-purificar-o-ar-de-casa-com-plantas/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+DicasVerdescom+%28Dicas+Verdes%29
Via > Engenharia Ambiental – Via Face

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

CORREDOR DA FLORESTA

CORREDOR DA FLORESTA Nas plantações em larga escala, como as de cana e soja, é comum serem utilizadas técnicas intensivas de manejo, como agroquímicos, que são capazes de esterilizar o solo e impedir a colonização por outras plantas e animais. Mesmo assim, esses desertos ainda podem funcionar como corredores entre florestas, permitindo o intercâmbio das espécies que nelas vivem 

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TEMPO PARA REGENERAR Os desertos de pínus e eucaliptos (foto acima), criados, principalmente, pela indústria de papel e celulose, possuem um ciclo de vida extenso. Depois de plantados, têm de sete a 20 anos de vida até serem cortados, o que, de acordo com Vera Lex Engel, professora do Departamento de Recursos Naturais da Unesp, é tempo suficiente para a regeneração de espécies nativas e até a colonização por animais 

CONSULTORIA Vera Lex Engel, professora do Departamento de Recursos Naturais da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Botucatu)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Fórum Mundial de Sustentabiliade publica "A Carta do Amazonas"

http://www.forumdesustentabilidade.com.br/

CARTA DO AMAZONAS
 Neste ano de 2012, em que a atenção do planeta está focada no Brasil devido à Rio+20, o LIDE firma o compromisso de mobilizar a sociedade brasileira pela aprovação de uma legislação nacional de pagamentos por serviços ambientais, reconhecendo este mecanismo como fundamental para garantir o desenvolvimento sustentável. Destacamos também, através do FÓRUM MUNDIAL DE SUSTENTABILIDADE, outros temas que merecem especial atenção da sociedade brasileira e mundial. São eles:

<!--[if !supportLists]-->1 <!--[endif]-->A aprovação de um acordo internacional para implementar o REDD+ como mecanismo de conservação das florestas nativas.

<!--[if !supportLists]-->2 <!--[endif]-->Estabelecimento de metas para a universalização do acesso à energia limpa até o ano de 2030.

<!--[if !supportLists]-->3 <!--[endif]-->O apoio à maior cooperação Sul-Sul, na base de benefícios mútuos que não repitam os erros cometidos no passado.

<!--[if !supportLists]-->4 <!--[endif]-->A importância de repensar as estruturas atuais da ONU para aumentar a eficácia dos processos de governança internacional.

<!--[if !supportLists]-->5 <!--[endif]-->A formulação de um programa de governança dos oceanos, que permita a conservação e recuperação dos ecossistemas marinhos e estoques pesqueiros, incluindo a criação de áreas marinhas protegidas em águas territoriais nacionais e internacionais.

<!--[if !supportLists]-->6 <!--[endif]-->O reconhecimento de que a atmosfera é um bem comum, compartilhado por todos, e cuja contaminação por gases do efeito estufa e outros poluentes precisa ser drasticamente reduzida, através de um cronograma mundial de metas firmes e compatíveis com a ciência.

<!--[if !supportLists]-->7 <!--[endif]-->O desenvolvimento de uma plataforma ambiental a nível municipal como prioridade, que explicite compromissos a serem assumidos por governantes locais, com especial atenção à universalização do saneamento básico, ao incentivo à construção sustentável e à promoção da educação ambiental e do consumo consciente.

<!--[if !supportLists]-->8 <!--[endif]-->A regulamentação e efetivo cumprimento do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, dando atenção à possibilidade de geração de empregos, através da valorização da cadeia de reciclagem do PET.

<!--[if !supportLists]-->9 <!--[endif]-->O uso das cadeias de valor de produtos da floresta para promover o comércio justo e o desenvolvimento sustentável na base da economia.

<!--[if !supportLists]-->10 <!--[endif]-->A incorporação clara e explícita nas metas de desenvolvimento e respeito aos direitos de futuras gerações a um meio ambiente mais limpo e sadio.


Manaus, 24 de Março de 2012

segunda-feira, 4 de abril de 2011

As dez florestas mais ameaçadas do mundo

No Ano Internacional das Florestas – lançado pela ONU, a Conservação Internacional chama a atenção o para a necessidade de se proteger as florestas

Arlington, VA - EUA, 02 de fevereiro de 2011 —

Para marcar o início do Ano Internacional das Florestas, a Conservação Internacional (CI) lança hoje a lista dos dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo. Os chamados ”hotspots de biodiversidade” são áreas de extrema riqueza biológica, com elevado índice de espécies únicas de animais e plantas, e que se encontram altamente degradados e sob risco de extinção.

No caso dos dez hotspots florestais mais críticos, todos já perderam 90% ou mais de sua cobertura original e cada um abriga pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas, ou seja, que só existem ali. Eles incluem florestas no sudeste asiático, na Nova Zelândia, nas montanhas do sudoeste da China, na região costeira da África Oriental e na ilha de Madagascar. O Brasil aparece na lista com a Mata Atlântica, da qual restam apenas 8% da cobertura original, e que abriga cerca de 20 mil espécies de plantas, 40% das quais endêmicas. (Veja no quadro abaixo a localização e detalhes de cada uma das florestas).

“O Ano Internacional de Florestas deve chamar a atenção do mundo para a necessidade do aumento de proteção das florestas, pela sua vital importância para a conservação da biodiversidade, a estabilização do clima e o desenvolvimento econômico”, afirma Olivier Langrand, diretor de política internacional da CI.

As florestas cobrem apenas 30% da área de nosso planeta e ainda assim abrigam 80% da biodiversidade terrestre do mundo. Elas também garantem o sustento de 1,6 bilhão de pessoas, que dependem diretamente de florestas saudáveis para sobreviver. As interações entre as espécies e os ecossistemas fornecem muitas das necessidades mais básicas para a sobrevivência humana na Terra, tal como ar puro, solos saudáveis, remédios, polinização de safras agrícolas e água doce.

A função das florestas na estabilização do clima também deve ser reconhecida, visto que emissões resultantes da destruição de florestas representam aproximadamente 15% das emissões totais de gases do efeito estufa. Os dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo armazenam mais de 25 gigatons de carbono, auxiliando na mitigação dos efeitos da mudança climática.

“As florestas estão sendo destruídas a uma taxa alarmante para dar lugar a pastagens, plantações, mineração e expansão de áreas urbanas. Com isso, estamos destruindo nossa própria capacidade de sobreviver,” aponta Langrand. “As florestas não podem ser vistas apenas como um grupo de árvores, mas como fornecedores de benefícios vitais. Elas são importante fator econômico no desenvolvimento de diversas cidades, fornecendo madeira, alimento, abrigo e recreação, e possuem um potencial ainda maior que precisa ser percebido em termos de provisão de água, prevenção de erosão e remoção de carbono”.

Em adição a sua relevância para a biodiversidade e a estabilização do clima, as florestas são os mais importantes reservatórios de água doce do planeta. Cerca de três quartos da água doce acessível do mundo vêm de vertentes florestais e dois terços de todas as maiores cidades em países em desenvolvimento dependem das florestas em suas cercanias para seu suprimento de água limpa.

 “Visto que a população global está projetada para atingir o total de até 9 bilhões de pessoas nos próximos 30 anos, o acesso à água ficará mais difícil se milhões de hectares de florestas tropicais continuarem a ser queimados todos os anos”, explica Tracy Farrell, diretora do Programa de Conservação de Água Doce da Conservação Internacional. “Excetuando-se as instalações de dessalinização, que são economicamente muito caras, ainda não encontramos outra forma de manter nosso suprimento de água doce a não ser protegendo as florestas remanescentes ao redor do mundo”.

“Durante este Ano Internacional das Florestas, encorajamos fortemente os países a realizar uma nova abordagem na proteção e preservação de suas florestas, que são ativos importantes globalmente,” adiciona Langrand. “Florestas saudáveis são uma parte importante do capital natural e nos oferecem os melhores meios econômicos para enfrentar os diversos desafios ambientais da mudança climática e a crescente demanda por produtos florestais”.

Veja abaixo a classificação e os detalhes sobre os 10 Hotsposts Florestais Mais Ameaçados do Mundo, por percentual de hábitat original remanescente:

1 - Regiões da Indo-Birmânia (Ásia-Pacífico)

Os rios e pântanos desse hotspot são extremamente importantes para a conservação de aves, tartarugas e peixes de água doce, incluindo alguns dos maiores peixes de água doce do mundo. O Lago Tonle Sap e o Rio Mekong são hábitats para a lampreia gigante Mekong (Pangasianodon gigas) e a carpa dourada de Jullien (Probarbus jullieni). Seus ecossistemas aquáticos estão sob intensa pressão em diversas áreas, e muitas áreas alagáveis de suas planícies aluviais de água doce foram destruídas pelo cultivo de arroz. Os rios foram represados para gerar eletricidade, resultando no alagamento de bancos de areia e outros hábitats que normalmente seriam expostos durante a estação seca, com impactos severos sobre ninhos de aves e espécies de tartarugas. A conversão de mangues em reservatórios de aquicultura de camarão, a pesca excessiva e o uso de técnicas de pesca destrutiva são também problemas graves para os ecossistemas costeiros e de água doce. Hoje subsistem apenas 5% do hábitat original.

2 – Nova Caledônia (Oceania)

Um arquipélago montanhoso uma vez dominado pelas florestas temperadas, a Nova Zelândia é uma terra de paisagens variadas e abriga extraordinários índices de espécies endêmicas, incluindo seu representante mais famoso, o kiwi. Nenhum de seus mamíferos, anfíbios ou répteis é encontrado em outro lugar do mundo. Curiosamente, as duas espécies registradas de mamíferos terrestres endêmicos são morcegos. Hoje, espécies invasoras representam uma séria ameaça à flora e à fauna das ilhas da Nova Zelândia. Com a chegada dos europeus no início do século 19, foram levadas ao arquipélago 34 espécies exóticas de mamíferos (incluindo gambás, coelhos, gatos, cabras e furões) e centenas de espécies de ervas daninhas invasoras. Somando-se o impacto da caça e da destruição de hábitats, os últimos duzentos anos testemunharam a extinção de inúmeras espécies de aves, invertebrados, plantas e de um morcego e um peixe endêmicos. Diversas outras espécies sobrevivem apenas em pequenas populações nas ilhas. A destruição de hábitats, de florestas e a drenagem de pântanos são também problemas-chave. Há apenas 5% de remanescentes do hábitat original do arquipélago.

3 - Sunda (Indonésia, Malásia e Brunei – Ásia-Pacífico)

O hotspot de Sunda cobre a metade ocidental do arquipélago Indo-Maláio, um arco de cerca de 17 mil ilhas equatoriais, dominado pelas duas maiores ilhas do mundo: Boréo e Sumatra. Suas espetaculares flora e fauna estão sucumbindo devido ao crescimento explosivo da indústria florestal e do comércio internacional de animais que consome tigres, macacos e espécies de tartarugas para alimentos e remédios em outros países. Populações de orangotangos, encontradas apenas nessas florestas, estão em dramático declínio. Alguns dos maiores refúgios de espécies de rinocerontes do sudeste asiático são também encontrados nas ilhas de Java e Sumatra. Assim como ocorre na maioria das áreas tropicais, suas florestas estão sendo dizimadas para usos comerciais. A produção de borracha, óleo de dendê e celulose são os três principais fatores que levam à degradação e destruição da biodiversidade de Sunda. Em Sumatra, o corte e extração insustentável e ilegal de madeira e outros produtos florestais são generalizados para abastecer a alta demanda da China, América do Norte, Europa e Japão. Hoje, apenas cerca de 7% da extensão original da floresta permanecem mais ou menos intactos.

4 – Filipinas (Ásia-Pacífico)

Mais de 7.100 ilhas estão dentro das fronteiras do hotspot das Filipinas, identificado como um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. Diversas espécies endêmicas estão confinadas a fragmentos de florestas que cobrem apenas 7% da extensão original do hotspot. Isso inclui cerca de 6 mil espécies de plantas e diversas espécies de aves tais como a águia das Filipinas (Pithecophaga jefferyi), a segunda maior águia do mundo. Anfíbios endêmicos são também extraordinariamente grandes e ostentam espécies únicas tais como o sapo voador pantera (Rhacophorus pardalis), que passou por diversas adaptações para planar, incluindo abas extras na pele e membranas entre os dedos para gerar elevação ao planar. As florestas filipinas são também uma das áreas em maior perigo de destruição. Historicamente devastadas pela atividade madeireira, os hoje poucos remanescentes estão sendo dizimados pela agricultura e para acomodar as necessidades da alta taxa de crescimento populacional e severa pobreza rural do país. O sustento de cerca de 80 milhões de pessoas depende principalmente de recursos naturais provenientes das florestas.

5 – Mata Atlântica (América do Sul)

A Mata Atlântica se estende por toda a costa atlântica brasileira, alongando-se para partes do Paraguai, Argentina e Uruguai, incluindo também ilhas oceânicas e o arquipélago de Fernando de Noronha. A Mata Atlântica abriga 20 mil espécies de plantas, sendo 40% delas endêmicas. Ainda assim, menos de 10% da floresta permanece de pé. Mais de duas dúzias de espécies de vertebrados ameaçadas de extinção – listadas na categoria “Criticamente em Perigo” - estão lutando para sobreviver na região, incluindo micos-leões-dourados e seis espécies de aves que habitam uma pequena faixa da floresta no Nordeste. Começando com o ciclo da cana-de-açúcar, seguido das plantações de café, a região vem sendo desmatada há centenas de anos. Agora, a Mata Atlântica está enfrentando pressão por conta da crescente urbanização e industrialização do Rio de Janeiro e São Paulo. Mais de 100 milhões de pessoas, além da indústria têxtil, agricultura, fazendas de gado e atividade madeireira da região dependem do suprimento de água doce desse remanescente florestal.

6 – Montanhas do Centro-Sul da China (Ásia)

As Montanhas do Centro-Sul da China apresentam uma ampla gama de hábitats incluindo a flora temperada com a maior taxa de endemismo no mundo. O ameaçado panda gigante (Ailuropoda melanoleuca), que é quase totalmente restrito a essas pequenas florestas, é a bandeira da conservação da região. Essas montanhas também alimentam a maioria dos sistemas hídricos da Ásia, incluindo diversas ramificações do rio Yangtze. O Rio Mekong corta a província de Yunnan e o Laos, o Camboja e o Vietnã em seu curso até o mar do sul da China. O Nujiang atinge o Oceano Índico pela província de Yunnan e Burma. As atividades ilegais de caça, coleta de lenha e pastagem são algumas das principais ameaças à biodiversidade da região. A construção da maior barragem do mundo, a de Três Gargantas, no rio Yangtze, já ameaçou e continua ameaçando fortemente a biodiversidade da área. A construção de barragens está sendo planejada em todos os rios principais da floresta, o que deve afetar os ecossistemas e a subsistência de milhões de pessoas. Ao todo, apenas cerca de 8% da extensão original do hotspot permanecem em condições inalteradas.

7 – Província Florística da Califórnia (América do Norte)

A Província Florística da Califórnia é uma zona de clima do tipo mediterrâneo, que possui altos índices de plantas endêmicas. É o lar da sequoia gigante, o maior organismo vivo do planeta, e alguns dos últimos condores da Califórnia, a maior ave da América do Norte. É o local de maior reprodução de aves dos Estados Unidos. Diversas espécies de grandes mamíferos antes encontrados nesse local estão extintas, incluindo o urso cinzento (Ursus arctos), que aparece na bandeira da Califórnia e tem sido símbolo do estado há mais de 150 anos. A vasta destruição causada pela agricultura comercial é uma grande ameaça para a região, que gera metade de todos os produtos agrícolas utilizados pelos consumidores dos EUA. O hotspot é também fortemente ameaçado pela expansão de áreas urbanas, poluição e construção de estradas, o que tornou a Califórnia um dos quatro estados mais ambientalmente degradados do país. Hoje, apenas cerca de 10% da vegetação original permanecem mais ou menos intacta.

8 – Florestas Costeiras da África Oriental (África)

Apesar de pequenos e fragmentados, os remanescentes que formam as Florestas Costeiras da África Oriental contêm níveis extraordinários de biodiversidade. As 40 mil variedades cultivadas da violeta africana, que forma a base de um comércio global de folhagens que movimenta US$100 milhões anualmente, são todas derivadas de um punhado de espécies encontradas nas florestas costeiras da Tanzânia e do Quênia. Cerca de 200 mamíferos são encontrados no hotspot, sendo 11 endêmicos, incluindo o musaranho-elefante (Rhynchocyon chrysopygus). Os primatas são espécies-símbolo para esse hotspot, incluindo três espécies de macacos endêmicos, duas das quais podem ser encontradas ao longo do rio Tana, que corta o Quênia Central. A expansão agrícola continua sendo a maior ameaça para as Florestas Costeiras da África Oriental. Devido à pobre qualidade do solo e a uma tendência de crescimento populacional, a agricultura de subsistência, assim como as fazendas comerciais, continua a consumir mais e mais dos recursos naturais da região, com apenas 10% restante das florestas originais.

9 - Madagascar e ilhas do Oceano Índico (África)

Este hotspot é um exemplo vivo da evolução de espécies em isolamento. Apesar da proximidade com a África, as ilhas não compartilham quaisquer dos grupos típicos de animais do continente vizinho. Ao invés disso, elas contêm uma exuberante coleção única de espécies, com altos níveis de endemismo. Madagascar e o grupo de ilhas vizinhas possuem um total impressionante de oito famílias de plantas, quatro famílias de aves e cinco famílias de primatas que não existem em nenhum outro lugar da Terra. As mais de 50 espécies de lêmures de Madagascar são os carismáticos embaixadores para a conservação da ilha, embora diversas espécies já tenham entrado em extinção. Em uma área que é das mais prejudicadas economicamente no mundo, a alta taxa de crescimento populacional está colocando uma enorme pressão sobre o ambiente natural. A agricultura, a caça e a extração não sustentável de madeira, além da mineração em grande e pequena escalas, são ameaças crescentes. Estima-se que restam apenas 10% do hábitat original. A proteção desses remanescentes é de suma importância já que metade da população não tem acesso adequado à água doce.

10 – Florestas de Afromontane (África Oriental)

As montanhas do hotspot de Afromontane Oriental são dispersas ao longo da extremidade oriental da África, desde a Arábia Saudita ao norte até o Zimbábue ao sul. Embora geograficamente dispersas, as montanhas que compreendem esse hotspot possuem flora extraordinariamente similar. O gênero de árvore mais frequente é o Podocarpus, embora o Juniperus seja encontrado em florestas mais secas da África nordeste e oriental. Uma zona de bambu é normalmente encontrada entre as altitudes de 2 e 3 mil metros, acima da qual existe uma zona de floresta Hagenia, até uma altitude de 3.600 metros. O Vale do Rift abriga mais mamíferos, aves e anfíbios endêmicos do que qualquer outra região da África. O evento geográfico que criou as montanhas desse hotspot também gerou alguns dos mais extraordinários lagos do mundo. Devido aos grandes lagos, um grande montante de diversidade de peixes de água doce pode ser encontrado na região, que é o hábitat de 617 espécies endêmicas. Assim como na maioria das áreas tropicais, a principal ameaça a essas florestas é a expansão da agricultura, especialmente com grandes plantações de banana, feijão e chá. Outra ameaça relativamente nova, que coincide com o aumento da população, é o crescente mercado de carne. Hoje, apenas 11% de seu hábitat original permanecem intacto.

Imagens (foto e vídeo) estão disponíveis na Conservação Internacional mediante solicitação.
Para saber mais sobre os hotspots acesse http://www.conservacao.org/noticias/noticia.php?id=71

Para mais informações:

Gabriela Michelotti, gerente de comunicação da Conservação Internacional (CI-Brasil)
g.michelotti@conservation.org escritório: +61 3226 2491; celular: +31 8407 7125

Kim McCabe, Diretora, assessoria de imprensa internacional, Conservação Internacional (CI EUA)
kmccabe@conservation.org ; escritório: +1 703-341-2546;  celular: +1 202-203-9927

Patricia Yakabe Malentaqui, Gerente, assessoria de imprensa internacional, Conservação Internacional (CI EUA)
pmalentaqui@conservation.org ; escritório: +1 703-341-2471; celular: + 1 571 225 8345

Kelsey Rosenbaum, Coordenadora, assessoria de imprensa internacional, Conservação Internacional (CI EUA)krosenbaum@conservation.org;  escritório: 703-341-2853

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia 21 de março - Dia Mundial da Floresta

O Dia Mundial da Floresta tem sua origem no ano de 1872. A escolha da data se justifica pelo início da primavera no hemisfério norte, mas também por um acontecimento especial no estado de Nebraska, ao norte dos Estados Unidos. Foi lá que o jornalista e agricultor Julius Sterling Morton mobilizou a população local para dedicarem um dia... em homenagem à árvore, e cada pessoa foi instruída a plantar uma muda para diminuir a escassez de algumas espécies (que já acontecia naquela época, em pleno século XIX).

Desde aquela época, portanto, o Dia Mundial da Floresta serve para mobilizar as populações sobre a importância de se manter as florestas em seus estados naturais, conservando-as para garantir a manutenção da vida na Terra. A partir de 1972, a Organização para a Agricultura e Alimentação, ligada à ONU, aprovou o projeto de Julius, tornando a data oficial.
Morton was born in Adams, Jefferson County, New York. He was raised in Detroit and graduated from the University of Michigan. He was a member of Chi Psi Fraternity at Michigan. After receiving his diploma in 1854, he moved with his bride, Caroline Joy French, to Nebraska, which was not yet organized as a territory, and staked a claim in Nebraska City. Soon after arriving at Nebraska City, Morton became the editor of the local newspaper, the Nebraska City News. Morton served in the Nebraska Territorial House of Representatives in 1855-1856. He was then appointed Secretary of Nebraska Territory by President James Buchanan on July 12, 1858, which he served as until 1861. He also served as Acting Governor from December 5, 1858, to May 2, 1859.
Respected as an agriculturalist, Morton sought to instruct people in the modern techniques of farming and forestry. Among his most significant achievements was the founding of Arbor Day(from the Latin arbor, meaning tree) is a holiday in which individuals and groups are encouraged to plant and care for trees. It originated in Nebraska City, Neb., in the United States in 1872. J. Sterling Morton is the founder of Arbor Day. The first Arbor Day was held on April 10, 1872, and an estimated 1 million trees were planted that day.). He became well known in Nebraska for his political, agricultural, and literary activities and from there was appointed as Secretary of Agriculture by President Cleveland. He is credited with helping change that department into a coordinated service to farmers, and he supported Cleveland in setting up national forest reservations.
In 1897 Morton planned and began to edit the multivolume Illustrated History of Nebraska. He also published a weekly periodical, The Conservative. He died on April 27, 1902, in Lake Forest, Illinois, where he was seeking health treatment. Morton's wife Caroline died in June of 1881. The Morton home in Nebraska City is now a state park, the Arbor Lodge State Historical Park and Arboretum.
In 1937, the state of Nebraska donated a bronze statue of Morton to the National Statuary Hall Collection at the United States Capitol. Morton is a member of the Nebraska Hall of Fame. The J. Sterling Morton Beltway, a highway near Nebraska City, Nebraska, which is made up from U.S. Route 75 and Nebraska Highway 2, is named for him. J. Sterling Morton Magnet Middle School in Omaha, Nebraska also bears his name.
The house in Monroe, Michigan where J. Sterling Morton lived from 1834–1854[2]
His son Joy Morton was the founder of the Morton Salt Company in Chicago, Illinois, and created The Morton Arboretum in Lisle, Illinois, in 1922. Joy Morton's original 400-acre (1.6 km2) Thornhill Estate, began in 1910, has been transformed into a 1,700-acre (6.9 km2) living history museum of over 4,000 different types of trees, shrubs and other woody plants, with the mission to encourage the planting of trees as well as promoting nature as a source of inspiration, wonder and joy, especially for children.
Though Morton was a "Bourbon" (i.e. conservative) Democrat, his son, Paul Morton, served as Secretary of the Navy under President Theodore Roosevelt from 1904 to 1905 as a Progressive Republican. It is worth noting that this shift is paralleled by that of Henry Cantwell Wallace, who served as a Progressive Republican Secretary of Agriculture under Harding and Coolidge, and his son Henry A. Wallace who served in the same office as a Democrat under Roosevelt.
 

sábado, 26 de fevereiro de 2011

2º Conexões Sustentáveis flagra outros elos entre Amazônia e São Paulo


25/02/2011 - 03h02-Por Ana Carolina Amaral, da Envolverde 

A Amazônia se conecta a São Paulo de forma pouco sustentável, a convite de soja, madeira e gado. Investigar as cadeias produtivas dessas matérias-primas até sua chegada ao varejo foi o objetivo do 2º. estudo Conexões Sustentáveis: São Paulo-Amazônia, realizado pela ONG Repórter Brasil e pela Papel Social Comunicação e apresentado nesta quarta-feira, 23, no SESC Vila Mariana, em São Paulo.

Os coordenadores do projeto, Leonardo Sakamoto e Marques Casara, explicaram que o primeiro estudo focou o escoamento de madeira para a indústria, principalmente para o setor siderúrgico; dessa vez, no entanto, o estudo foi mais longe e pôde chegar à cadeia do varejo. A investigação focou a madeira destinada à construção civil e à indústria moveleira e chegou até empresas bem conhecidas pelos paulistanos - das construtoras Tecnisa e SKR até a Tramontina, gigante das pequenas utilidades domésticas, passando ainda pelas Casas Bahia. No Brasil, 30% da extração de madeira ainda é ilegal.

A sondagem da cadeia da soja detectou casos como trabalho escravo e uso de terra indígena, mostrando a Bunge na ponta paulistana da cadeia. Outro grande detectado foi o frigorífico JBS Friboi (Bertin). Ele não só aparece nas sondas da pecuária bovina, como também nas da madeira, usada na caldeira dos frigoríficos. As respostas das empresas estão na página do relatório na Internet: http://www.conexoessustentaveis.org.br/ .

Para Sakamoto o estudo não poderia mais ser relatado em centenas de páginas – “só a mãe de quem escreveu aguenta ler um relatório assim”, brincou. Multimídia e animado, o relatório organiza a informação por setores e busca interessar ao consumidor final. Sakamoto lembrou que “o desafio é envolver camadas sociais que só agora estão tendo acesso ao consumo, que também precisa ser feito com consciência.”

Esse mesmo consumo consciente foi solicitado às empresas identificadas no estudo como financiadoras de crimes sociais e ambientais. Marques Casara alertou que no estudo anterior a madeireira Sulmap já havia sido flagrada na cadeia criminosa. “As construtoras que compram da Sulmap sabem que estão comprando madeira ilegal”, conclui.

“Se você compra de um produtor que pratica crimes ambientais, mesmo que a madeira seja de área legal, você está financiando a prática. A conta bancária é a mesma”, alega Sakamoto. Por isso, ele explica, as empresas que aderem ao pacto do Conexões Sustentáveis não barram áreas; barram fontes.
“Boi anda”, alertaram os coordenadores do estudo durante a apresentação. A obviedade da frase na verdade detona a premissa de que a origem do produto é garantida pela área onde foi produzido. O problema é que uma mesma fonte pode produzir em áreas legais e ilegais: antes da comercialização, o produto das áreas ilegais são transferidos para as permitidas. É aí que a fria do desmatamento vira “madeira esquentada”. E o boi, anda – dessa vez rastreado pelo estudo.

“Eu excluo os passivos da minha cadeia” é um conceito ilusório, argumentou o diretor da ONG Amigos da Terra Roberto Smeraldi, durante o debate que se seguiu à apresentação do relatório. Uma prova da ilusão, segundo ele, é que a maioria das empresas que respondeu ao relatório explicou suas compras como “uma falha, ora operacional, ora humana.” Para Smeraldi as compras não podem ser chamadas de falha enquanto não houver meios claros para conhecimento da origem dos produtos amazônicos.

Da platéia, o advogado ambientalista André Lima pediu por aprimoramentos nas listas do Ibama e do trabalho escravo, que ainda não representam a realidade. Para Casara, a dificuldade de chegada das informações à outra ponta da cadeia produtiva não é apenas metodológica. “A Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará tem uma quadrilha que frauda os esquemas de licenciamento e já foi flagrada no primeiro estudo”, denuncia ele, acrescentando que nenhuma atitude foi tomada até agora. “Precisamos mobilizar os governos do Pará e do Mato Grosso para que abram as caixas-preta da SEMA”, insistiu.

Mas há por que ter esperança, conforme o diretor da Conservação Internacional Brasil, Valmir Ortega. “Antes as investigações da Polícia Federal se referiam a crimes de quatro anos atrás. Hoje elas se concluem em três meses, graças à informatização”, argumenta. Para Ortega, o fato de o Conexões Sustentáveis ter conquistado os pactos da madeira, soja e carne - cujos signatários se comprometem a exigir de seus fornecedores a certificação dos produtos -  é uma prova de que temos o que comemorar.(Envolverde)

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