quarta-feira, 27 de outubro de 2010

curso de Educação Ambiental em São Paulo

Fundação SOS MATA ATLANTICA promove curso de Educação Ambiental em São Paulo

Os interessados em ampliar seus conhecimentos em educação ambiental têm até esta quinta-feira (28 de outubro) para se inscrever no curso “Educação Ambiental: um caminho que construímos coletivamente”. A capacitação, promovida pela Fundação SOS Mata Atlântica, visa apresentar e discutir as diversas teorias para a construção do campo da Educação Ambiental e analisar propostas, projetos, experiências e práticas educativas que tematizam a relação entre educação, sustentabilidade, meio ambiente e cidadania. A facilitadora é Samia Nascimento Sulaiman, Mestra em Educação Ambiental pela Universidade de São Paulo-USP, com larga experiência em assessoria profissional e coordenação de projetos acadêmicos na área. O curso ocorre às segundas e quartas do mês de novembro (nos dias 03, 08, 10, 17, 22, 24 e 29/11), sempre das 19 às 22h, na sede da Fundação (Rua Manoel da Nóbrega, 456, Paraíso, São Paulo-SP). Estão sendo oferecidas 25 vagas e o valor é 250 reais para não-filiados da Fundação e 225 reais para filiados. Incrições no portal e informações no email agenda@sosma.org.br ou telefone 11-3055-7894.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"Ecological communities can be thought of as superorganisms which function more smoothly and predictably as biodiversity increases. As soon as species in a given place being to web themselves together, the whole community becomes a superorganism, with powerful emergent properties. The member species work together to create an emergent self-regulating network, in which the whole is greater than the sum of the parts. In order to fully understand, rather than explain, the profound animate quality of Gaian ecological communities, we need to compliment reason with knowledge given to us by our sensing bodies... as indigenous traditions have done here for centuries." - Stephan Harding, Animate Earth

Educacao Ambiental e Sustentabilidade

Num artigo publicado na revista Sustentabilidade, Walter Gonçalves de Souza diz algo claro; mas que, todavia, ainda parece estar distante da nossa realidade nos dias de hoje: “Para pensar em sustentabilidade, devemos primeiro pensar em uma educação ambiental voltada para a sustentabilidade”.
Uma frase simples e que encerra todo um conhecimento e uma constatação muito simples: Muitas pessoas ouvem constantemente falar sobre sustentabilidade; mas na verdade muito poucas sabem como levar uma vida mais sustentável ou o que isso significa. Desta forma, a criação de uma mentalidade sustentável nas pessoas e nas empresas passa, a princípio, pela criação de uma rede que seja capaz de fornecer a educação ambiental necessária para o correto entendimento e a criação de uma cultura de sustentabilidade que se espalhe por todas as camadas da sociedade.
Iniciar a formação de uma mentalidade sustentável e fornecer os conhecimentos necessários para isso deve se iniciar desde a mais tenra infância e assim que as crianças consigam compreender os conceitos existentes por trás deste tema importantíssimo. Isso permitirá que num futuro próximo, essas crianças se transformem em multiplicadores e, em um tempo mais distante, em adultos conscientes e competentes para buscar métodos e modelos de vida que garantam a sustentabilidade de suas casas e a sustentabilidade de suas cidades. Exercendo o seu poder de pressão e de decisão sobre as empresas e sobre toda a sociedade em que vivem.
Essa educação ambiental e os conceitos de sustentabilidade devidamente arraigados e cultivados nos corações e nas mentes das futuras gerações; proporcionarão o poder necessário as massas para que exerçam a capacidade de regular o mercado e garantir que os aproveitadores e espertalhões de plantão sejam severamente banidos; garantindo uma sobrevida apenas para as empresas que sigam os preceitos da sustentabilidade na fabricação de seus produtos ou no fornecimento de seus serviços, ou seja, uma empresa sustentável. Assim, o poder do indivíduo transbordará para toda a sociedade e ganhará força, cada vez maior, pressionando as corporações a cuidar melhor e proteger o meio ambiente em que se inserem.
Esta é, sem sombra de dúvidas, a característica mais essencial e mais positiva e que, evidentemente, mais garantirá a continuidade de uma boa condição de vida para as gerações futuras. Uma correta educação ambiental eliminará a idéia errônea e egoísta de que “estamos sós”. E provará, até para os mais céticos, que tudo está interligado e que cada ação, negativa ou positiva, tem seus reflexos no meio ambiente que nos cerca. Quando o ser humano entender isso e todas as sociedades voltarem-se para a importância que representa levar uma vida mais sustentável; o mundo deixará de correr o grave risco que hoje corre de uma aniquilação pelo esgotamento de sua capacidade de manter nossas vidas no ritmo atual de exigências e de consumo que imprimimos, e quem sabe conseguiremos ter um planeta sustentável.
Desde que o homem está sobre a terra, nós estamos consumindo e destruindo o ambiente que nos cerca e nos provém a vida. No entanto, nos dias atuais, já somos capazes de criar um entendimento e perceber que esse comportamento acabará por exterminar nossa sociedade e nossa raça. Temos, portanto, o dever de prover as gerações que se apresentam e as futuras, os meios necessários para compreender os desafios e os problemas e contribuir de forma decisiva para a solução e para a busca de novos horizontes quando o assunto é sustentabilidade ambiental.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

“Água em pó” existe. E pode reduzir o aquecimento global


Feliz Dia dos Professores

"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
(Cora Coralina)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Rede Mundo Verde lança campanha planeta saudável em parceria com a ONU

Pela primeira vez no Brasil uma rede de varejo se une a entidade para uma ação em prol da sustentabilidade.

No dia 1º de outubro (sexta-feira), a Rede Mundo verde em parceria com a Organização Não-Governamental Movimento Brasileiro em Defesa da Vida MBDV lança a “Campanha Planeta Saudável”, em prol da divulgação do Ano Internacional da Biodiversidade. O lançamento da campanha coincide com a inauguração da nova sede da Mundo Verde em Petrópolis e contará com a presença do diretor do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (Unic-Rio), Giancarlo Summa, entidade parceira do Movimento Brasileiro em Defesa da Vida, autora da iniciativa.
A Campanha Planeta Saudável tem por finalidade somar esforços em benefício da salvaguarda da vida na Terra. Empresas que investem em saúde, bem-estar e qualidade de vida, homenagearão o Ano Internacional da Biodiversidade, declarado para este ano pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa está sendo coordenada pelo Movimento Brasileiro em Defesa da Vida – MBDV.
O Ano Internacional da Biodiversidade – 2010 é uma Campanha Global instituída pela ONU com o propósito de mobilizar os povos do mundo para a importância da manutenção e preservação da diversidade biológica no planeta. Ao defender a preservação do meio ambiente e das inúmeras espécies de animais e vegetais que nele vivem; frequentemente ameaçadas de extinção pela ação devastadora do homem e por uma visão destruidora do desenvolvimento.
A Campanha deverá mobilizar internautas preocupados com o estado do planeta, pois a doença planetária que exige cuidados, afeta a todos nós indistintamente, afinal a “saúde do planeta é a nossa saúde também”.
Serão priorizados, três temas no site até o final do ano: Água (outubro), Vida (novembro), Energia (dezembro), onde juntos formam a sigla AVE, interligando os saberes disciplinares. Curiosidades e informações serão apresentadas em comentários didáticos e ensaios a serem publicados virtualmente. A estratégia consiste em compartilhar idéias e sugestões que possam sensibilizar e contribuir para a difusão do conhecimento sobre a biodiversidade na atualidade.
O objetivo da campanha é que a comunidade global trabalhe em conjunto para garantir um futuro sustentável. Para aumentar a visibilidade da campanha, a Rede Mundo Verde desenvolveu sacolas em tecido de algodão, exclusivamente criadas para fortalecer a base do chamado “consumo inteligente”. As ecobags serão vendidas como produto ecológico e retornável, que se tornaram úteis no dia-a-dia, além de educativas ao agregarem conceitos, como economia sustentável, combate ao desperdício, gerenciamento do lixo, preservação do meio ambiente e respeito às gerações futuras.
As Ecobags terão estampadas a chancela da ONU e a logomarca do Ano Internacional da Biodiversidade – 2010. Parte dos recursos arrecadados com sua comercialização será revertida em projetos socioambientais e culturais.
Centro de Informação das Nações Unidas do Brasil (UNIC-Rio) - Em 13 de fevereiro de 1946, a Assembleia Geral da ONU decidiu que fossem estabelecidos escritórios para que os povos de todo o mundo conhecessem, o mais detalhadamente possível, as atividades das Nações Unidas. Para isso, foram criados os Centros de Informação das Nações Unidas (United Nations Information Centres, ou, na sigla em inglês, UNICs), que estão presentes hoje em mais de sessenta países em todo o planeta. Elo ativo entre os meios de comunicação, as instituições educacionais, as organizações não-governamentais, o meio empresarial, a sociedade civil em geral e a ONU, os UNICs são uma rede de escritórios a nível mundial, cujo propósito é “garantir que todos os povos, em todas as partes do mundo, recebam informação a mais completa e exata possível sobre as Nações Unidas”.
Esta rede de informação é a voz da Organização e um meio importante para despertar o interesse local pelas questões mundiais. Os UNICs fazem parte do Secretariado das Nações Unidas, e respondem ao Departamento de Informação Pública da ONU. O Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC-Rio) se estabeleceu no Rio de Janeiro em 1947, sendo o primeiro escritório desse tipo criado pela ONU na América Latina. Sua missão é informar a população brasileira sobre os grandes temas da ONU, seus objetivos, seu trabalho e propostas.
Movimento Brasileiro em Defesa da Vida – MBDV: o Movimento Brasileiro em Defesa da Vida – MBDV é uma Organização Não-Governamental (ONG) criada em 1985, na cidade do Rio de Janeiro – RJ. Em seus vinte e cinco anos de existência, tem atuado nas mais diversas e controvertidas frentes de luta, priorizando atualmente a realização de eventos culturais e de caráter técnico-científico para a difusão da Ecologia através da Educação Ambiental.
Sua presidente, Sonia Pereira, recebeu o título “Renomada Cidadã do Mundo” (Distinguished World Citizen), conferido em 1992 pela Universidade da Paz Mundial (World Peace University), sediada em Eugene, Oregon, Estados Unidos (EUA). Em 1996, recebeu o Prêmio Máximo de Meio Ambiente da ONU (Global 500), em Istambul, na Turquia, mesma láurea com que foram agraciados eminentes ambientalistas, como o líder seringueiro Chico Mendes, o oceanógrafo Jacques Costeau, entre outros.
Mundo Verde - O segredo de sucesso da Mundo Verde não está simplesmente na grande diversidade de produtos, mas em oferecer um conceito completo de alimentação e vida saudável.
Em 23 anos de existência, a marca consolidou-se como pioneira e líder na proposta de desenvolver o conceito de vida saudável no varejo brasileiro, tornando-se a maior franquia do segmento na América Latina, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Hoje, a rede Mundo Verde recebe diariamente mais de 120 mil pessoas em suas cerca de 162 lojas espalhadas pelo Brasil, incluindo uma franquia em Portugal. Aos adeptos da filosofia “verde”, a rede oferece cerca de 30 mil itens; o mix de produtos inclui desde alimentos (diet, light, integrais, orgânicos, sem glúten, sem lactose e dieta Kosher), complementos alimentares e suplementos para atletas, até livros, CDs de música clássica, new age e étnica, incensos, cosméticos naturais, presentes conscientes e outros produtos voltados para a saúde do corpo, da mente e do planeta.

Fonte: Revista Fator
Blog: http://blog.supereco.org.br/2010/09/30/rede-mundo-verde-lanca-campanha-planeta-saudavel-em-parceria-com-a-onu/

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Polícia da Hungria abre investigações para apurar causas de vazamento tóxico

06/10/2010 - 15h21

A Hungria abriu uma investigação nesta quarta-feira para determinar as causas do vazamento de lama tóxica que já causou ao menos quatro mortes e ameaça contaminar o rio Danúbio, motivando alerta da União Europeia (UE) para a possibilidade de alastramento por outros países.
Ainda não se sabe por que motivo parte do reservatório em que se encontrava o lixo tóxico, em uma refinaria na cidade de Ajka (160 km a oeste de Budapeste), se rompeu.
A decisão da Hungria de colocar a Polícia Nacional à frente das investigações revela a importância e a complexidade da tragédia.
O premiê Viktor Orban disse que as autoridades foram pegas de surpresa pelo desastre, uma vez que há duas semanas o local havia sido inspecionado, e, afirmou, nenhuma irregularidade foi encontrada.
O governo húngaro estima que serão necessários pelo um ano e milhões de dólares para limpar as cidades atingidas pelo desastre ambiental, que levou à decretação de estado de emergência em três cidades do sudoeste do país.
Equipes de socorro concentram esforços no momento em evitar que a lama chegue ao rio Danúbio, que corta o país a atravessa Croácia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Ucrânia e Moldova antes de desaguar no mar Negro.
Estima-se em cinco dias o tempo para que a lama chegue até o rio.
"Esperamos conseguir conter isso", disse o ministro do Interior, Sandor Pinter. "Até este momento, nós conseguimos conter a lama no rio Marcal, antes do rio Raba [que deságua no Danúbio]."
Segundo Pinter, o governo húngaro examina com a UE a possibilidade de receber assistência para enfrentar o desastre ambiental.
Desde o rompimento do reservatório em Ajka, na segunda-feira, cerca de 1 milhão metros cúbicos de resíduos tóxicos foram espalhados pela região de Kolontar e outras duas vilas.
O vazamento carregou carros nas ruas, danificou casas e pontes, e levou cerca de 400 moradores a deixarem a região. Entre os quatro mortos está ao menos uma criança, de 3 anos. Seis pessoas estão desaparecidas e 120 ficaram feridas --duas em estado grave--, a maioria com queimaduras e irritação nos olhos causada por chumbo e outros elementos corrosivos presentes na lama vermelha. Muitos animais também morreram.
Para o secretário de Estado do Ministério do Meio Ambiente, Zoltan Illés, este é o acidente químico mais grave da história da Hungria. 'O vazamento de lama vermelha é uma catástrofe ecológica.'
A lama vermelha é um resíduo do processo de transformação da bauxita em alumina, matéria-prima para a fabricação do alumínio. A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três toneladas de lama vermelha.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/810703-policia-da-hungria-abre-investigacoes-para-apurar-causas-de-vazamento-toxico.shtml

Os desafios das mudanças climáticas

fonte: ENSP, publicada em 13/09/2010

"A vulnerabilidade da saúde diante das mudanças climáticas deve implicar necessariamente em um reforço de investimentos em hospitais, no atendimento ambulatorial e, em especial, no combate ao mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue". A afirmativa é do pesquisador do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde (PMAGS/ENSP/Fiocruz) Ulisses Confalonieri, em entrevista ao portal de notícias 24 Horas News, de Cuiabá, Mato Grosso. A reportagem destacou as alterações no clima e as adaptações que vão ter de ocorrer em diversas áreas em decorrência das mudanças climáticas.

Bacia do Rio Paraguai aumentará temperatura e haverá grandes inundações
Redação 24 Horas News

Pesquisadores do Brasil, da Bolívia, da Argentina e do Paraguai concluiram que a temperatura média na região da Bacia do Rio Paraguai deve aumentar em pelo menos 2 graus até o fim deste século. Haverá períodos de chuva com maior possibilidade de grandes inundações e os períodos de seca com cada vez menos água. As alterações no clima e as adaptações que vão ter que ocorrer em todas as áreas foram um dos principais temas debatidos no Adaptclim - Os desafios da mudança climática e da adaptação em bacias tropicais, realizado esta semana em Assunção, no Paraguai.
De acordo com os pesquisadores, os efeitos já são visíveis. Na Argentina, o rio Bermejo, um dos alimentadores do rio Paraguai, já é considerado o segundo no mundo em produção de sedimentos que vem da erosão. Pela vulnerabilidade da situação o rio já possui treze estações de monitoramento ao longo dos cerca de 1.300 Km, montadas por meio de um projeto bi-nacional, já que a nascente fica na Bolívia.
Outra área que deve sofrer com as alterações climáticas é a agricultura. Os pesquisadores apontam para a necessidade de intensificar os estudos para a descoberta de novas variedades de plantas que sejam mais resistentes as estas variações. Na Argentina, o professor e pesquisador do IRD - Instituto francês de pesquisa para o desenvolvimento, Jean Philippe Boulanger, coordena um trabalho investigação de culturas nativas que envolve os próprios agricultores. "São eles que conhecem as plantas e essa troca de informações entre o conhecimento popular e a ciência vai permitir que possamos avançar na identificação e classificação das espécies que vão garantir a produção de alimentos no futuro."
Projeto semelhante foi implantado em Santa Catarina, pela pesquisadora Michelle Bonatti. Com o apoio dos agricultores foi possível identificar, classificar e difundir a semente de milho crioulo, que é muito mais resistente e adaptada à região. "Hoje os agricultores promovem até a festa do Milho crioulo na região onde eles trocam as sementes que eles mesmos produzem, então tem um processo de autonomia, de participação, de construção social e de estratégia muito importante."
A saúde é um segmento que também exige maior atenção das autoridades, segundo os pesquisadores. Um estudo apresentado pela pesquisadora do Centro de Desenvolvimento da Ciência, Antonieta Rojas, mostra a relação do aumento da temperatura e da precipitação pluviométrica com doenças como a dengue e a malária. Há uma tendência constatada pelos números dos últimos dez anos, de aumento destas doenças nos períodos em que o verão foi mais intenso e choveu mais no Paraguai. "Isto é um alerta significativo que deve ser levado em conta na hora de traçar políticas públicas", afirma Rojas.
A situação no Brasil não é diferente. O pesquisador da Fiocruz, Ulisses Confalonieri, disse que essa vulnerabilidade da saúde diante das mudanças climáticas deve implicar necessariamente num reforço dos investimentos em hospitais, no atendimento ambulatorial e principalmente no combate ao mosquito aedes aegypti, o transmissor da dengue. E ele vai além, "não adianta também só investir nesta área, é fundamental melhorar o saneamento básico na periferia dos grandes centros para prevenir as doenças.
"A construção civil também deve se adaptar às mudanças climáticas". A afirmação é da arquiteta Beatriz Franco Paats da Universidade Columbia del Paraguai. De acordo com ela, estas mudanças devem começar pelas áreas ribeirinhas. Em vez de transferir as famílias atingidas pelas cheias, o que significa mais custo para o Estado, é preciso começar a pensar numa elevação das casas com uma estrutura sólida, para suportar o período de cheias sem o transtorno de deslocamento.
A arquiteta também sugere a edificação de casas mais arejadas com maior circulação de ar e aproveitamento da luminosidade natural para os períodos de calor intenso.
Outra sugestão é o aproveitamento de matéria prima local para reduzir o gasto com combustível e energia para o deslocamento.
Beatriz, que também coordena um Centro de Análise para o desenvolvimento Ambiental Urbano, está implantando um projeto inovador em Assunção: o uso de baterias usadas na construção civil.
Divididos em grupos os pesquisadores também participaram de várias oficinas. Uma delas usou a técnica do RPG para desenvolver a criatividade das pessoas em situações críticas.
No jogo foram simuladas situações hipotéticas como uma grande inundação, epidemias e secas extremas. Os participantes tinham poucas informações sobre a dimensão do problema. A tarefa era criar estratégias de ações imediatas para socorrer a população e minimizar os impactos sociais, econômicos e sobre a saúde das pessoas. Para Erlon Bispo, do ICV - Jardim Vitória de Cuiabá, é fundamental se preparar para situações de emergência. "Gostei muito, este tipo de atividade nos permite dar uma resposta mais rápida quando houver necessidade".
O Adaptclim foi promovido pelo projeto Sinergia, financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e coordenado pelo Centro de Pesquisas do Pantanal com sede em Cuiabá.
Para o coordenador do projeto, professor da UFMT, Pierre Girard, esta etapa do trabalho foi muito proveitosa, não só pela qualidade dos trabalhos apresentados, mas também pelo envolvimento dos países que fazem parte da bacia do rio Paraguai e pelo nível dos debates.
Também foi possível perceber o empenho dos pesquisadores em mostrar para a sociedade que, mais importante do que antecipar o que vai acontecer no futuro, que mudanças climáticas vão ocorrer, é promover uma mudança de comportamento hoje. "A imprensa nos mostra todo dia o quanto avançam o desmatamento, a devastação provocada pelas queimadas e o uso indevido do solo e da água. O futuro é agora, temos que começar já a tentar mudar este cenário," alerta Girard.

Lama vermelha na Hungria corre para o rio Danúbio e ameaça causar catástrofe ecológica

05/10/2010 - 20h14
Uma onda de lama vermelha tóxica que vazou de uma refinaria cobriu cidades na Hungria nesta terça-feira, matando ao menos quatro pessoas e ameaçando provocar uma catástrofe ecológica ao correr em direção ao rio Danúbio, um dos principais da Europa.
Ontem, um depósito de uma refinaria em Ajka (160 km a oeste de Budapeste) se rompeu por razões ainda desconhecidas, e cerca de 700 mil metros cúbicos de resíduos tóxicos foram espalhados pela região de Kolontar e outras duas vilas.
O vazamento carregou carros nas ruas, danificou casas e pontes, e levou cerca de 400 moradores a deixarem a região. Entre os quatro mortos está ao menos uma criança, de 3 anos. Seis pessoas estão desaparecidas e 120 ficaram feridas --duas em estado grave--, a maioria com queimaduras e irritação nos olhos causada por chumbo e outros elementos corrosivos presentes na lama vermelha. Muitos animais também morreram.
Este é o acidente químico mais grave da história da Hungria, afirmou o secretário de Estado do ministério do Meio Ambiente, Zoltan Illés, que visitou Kolontar, uma das cidades afetadas. "O vazamento de lama vermelha é uma catástrofe ecológica."
O governo decretou estado de emergência em três Departamentos (Estados) --Veszprém, Gyor-Moson-Sopron e Vas. Testes mostraram que não há perigo de radiação na área atingida, disse o premiê húngaro em entrevista coletiva.
A lama vermelha é um resíduo do processo de transformação da bauxita em alumina, matéria-prima para a fabricação do alumínio. A produção de uma tonelada de alumínio gera quase três toneladas de lama vermelha.
"A substância espessa e altamente alcalina tem um efeito cáustico na pele. A lama contém metais pesados, como chumbo, e é levemente radioativa. Inalar sua poeira pode causa câncer de pulmão", informa a Unidade de Desastres Naturais da Hungria em seu site. A unidade recomendou às pessoas limpar a lama com água para neutralizar a substância.
O incidente desta semana ameaça ultrapassar os estragos ambientais causados há dez anos, quando enormes quantidades de cianureto vazaram de um reservatório de uma mina de ouro, em uma cidade romena perto da fronteira com a Hungria, e caíram no rio Danúbio e em outros quatro rios menores, matando animais e plantas. A Romênia, a então Iugoslávia e a Ucrânia também foram afetados.
CULPADOS
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse nesta terça-feira que o vazamento pode ter sido causado por falha humana, já que não há sinais de causas naturais.
"Não sabemos de nenhum sinal de indique que o desastre tenha causas naturais", disse Orban. "E se um desastre não tem causas naturais, então pode ser considerado um desastre causado por pessoas. Suspeitamos que esse possa ser o caso."
Segundo o premiê, a refinaria foi inspecionada duas semanas antes e nenhuma irregularidade foi encontrada.
Representantes de organizações industriais em Londres e nos EUA não souberam explicar como as vítimas na Hungria foram queimadas com o material, alegando que, se apropriadamente armazenado, ele não é perigoso.
É comum estocar o resíduo em tanques onde a água, aos poucos, evapora, deixando para trás um resíduo vermelho como terra, disseram autoridades. Porém, o ambientalista húngaro Gergely Simon disse que o resíduo envolvido no desastre estava se acumulando no reservatório por décadas e estava extremamente alcalino, com um pH em torno de 13 --quase o mesmo que a soda cáustica-- e isso causou as queimaduras.
Como queimaduras químicas podem levar dias para aparecer, ferimentos aparentemente superficiais podem vir a ser letais conforme penetram em tecidos mais profundos da pele, explicou o médico Peter Jakabor, do hospital Gyor, à TV estatal.
A empresa MAL Rt, dona da refinaria de Ajka, disse que a lama vermelha não é considerada um resíduo perigoso segundo os padrões da União Europeia. A empresa também negou que deveria ter sido mais cautelosa com o reservatório.
Claramente irritado com o comentário da empresa, o ministro do Interior, Sandor Pinter, respondeu: "Eles deveriam nadar nele e então veriam."
DESASTRE
Equipes de emergência vestindo máscaras e equipamentos de proteção se apressaram para jogar mil toneladas de argamassa no rio Marcal, numa tentativa de conter o mar de lama vermelha e evitar que ela chegue até o Danúbio, a cerca de 70 km.
No local, moradores desesperados tentavam salvar seus pertences protegendo-se no máximo com luvas de borracha.
O rio Danúbio passa por alguns dos lugares mais preservados do continente, desde sua nascente na Floresta Negra, na Alemanha, até desaguar no Mar Negro.
Agora de um verde turvo --não mais azul como imortalizado na valsa de Strauss-- o rio passa por quatro ex-nações comunistas.
PERDAS
Em Kolontar, a cidade mais perto da refinaria, Erzsebet Veingartner estava na cozinha de casa quando a onda de 3,5 metros estourou, varrendo tudo em seu caminho.
"Eu olhei para fora e tudo que vi foi uma grande onda", disse a viúva de 61 anos, observando os estragos em seu quintal.
"Perdi todas as minhas galinhas, meus patos, meu Rottweiler, e minha plantação de batatas. Todas as ferramentas e máquinas do meu falecido marido estavam no galpão e se foram", lamentou a mulher, que sobrevive com uma pensão mensal de US$ 350. "Eu tenho lenha para um inverno inteiro no porão, e agora está tudo inutilizável."

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O doce negócio das abelhas


Produção brasileira de mel tem forte potencial de crescimento
MIGUEL NÍTOLO


A notícia levava jeito de enredo de filmes hollywoodianos, daqueles dirigidos por Alfred Hitchcock, o mestre do suspense. Os enxames estão desaparecendo, alertava a imprensa entre 2006 e 2007, informando que apicultores americanos e europeus já haviam perdido parte das colmeias em decorrência de inexplicável sumiço das abelhas. Como se tratava de algo que, naquela oportunidade, fugia à lógica dos entendidos, o problema foi logo batizado de Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC). É sabido que esses insetos são acometidos de um grande número de patologias, mas, naquele caso específico, ocorria um fato ainda mais desorientador: não havia corpos. As abelhas simplesmente desapareciam, um mistério que levou muitas pessoas a temer pela sorte da humanidade. Sim, porque 80% dos alimentos são produzidos graças às abelhas, que carregam os grãos de pólen e fertilizam as plantas. Sem a polinização não há sementes, e sem as sementes não há frutos, e assim a sobrevivência dos seres vivos poderia estar correndo sério risco.
Alterações do clima, disseminação de antenas de celulares, excesso de agrotóxicos, infecção por vírus, deslocamento do eixo da Terra provocado pelo tsunami devastador na Indonésia em 2004? As suspeitas recaíram logo sobre vários agentes e ainda hoje se discute o assunto. Mesmo no Brasil, que não sentiu com a mesma intensidade o problema (aqui a redução do número de enxames resume-se ao registro de ocorrências pontuais), o DCC tem sido motivo de estudos. “Somos levados a dizer que as perdas estão mais centradas no hemisfério norte, certamente porque, abaixo da linha do equador, as pesquisas sobre essa temática andam devagar”, diz a professora Cristina Lorenzon, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Ela pondera que o desaparecimento se relacionou, essencialmente, à espécie Apis mellifera (a abelha do mel), a mais monitorada, explorada e fácil de estudar, mas é permitido supor que o sumiço tenha afetado outros tipos. “Porém, como não sabemos tanto sobre as outras espécies, é temerário afirmar categoricamente que elas padeceram do mesmo mal”, assinala Cristina.
Já se passaram quatro anos desde então e as notícias sobre o colapso das colônias de abelhas, curiosamente, escassearam. “Foi um surto e, como tal, passou”, adianta-se o professor Ricardo de Oliveira Orsi, da Área de Apicultura do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Botucatu, no interior de São Paulo. Ele destaca que o Brasil passou aparentemente incólume por aquele fenômeno porque “nossas abelhas, resultantes do cruzamento natural de espécies europeias e africanas, têm maior resistência”, o que se explica, segundo a bióloga Esther Margarida Bastos, pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias, de Minas Gerais, pelo fato de as abelhas brasileiras africanizadas terem, em relação a outras espécies, a qualidade de produzir própolis em maior quantidade, substância resinosa coletada em várias plantas e que confere à colmeia proteção contra diversos micro-organismos. Essa resistência, contudo, “não faz frente ao uso indiscriminado de agrotóxicos e à ação de agentes poluidores da atmosfera, como os metais pesados”, ressalva a pesquisadora.

Seleção natural

Breno Magalhães Freitas, professor da Universidade Federal do Ceará, enaltece as virtudes da abelha africanizada com o argumento de que “se várias raças europeias e uma africana foram trazidas e soltas em território brasileiro e nenhuma se consolidou, apenas o produto dos cruzamentos delas, não há o que discutir”. Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ph.D. em abelhas e polinização, ele sustenta que “a natureza selecionou para nós o que de melhor há para as condições do país”.
Essa vantagem da apicultura brasileira perde importância, porém, devido às deficiências do país no tocante à produção, em contraste com outras partes do mundo, onde o mel é tratado efetivamente como negócio. Apesar de vir apresentando notável crescimento nas atividades relacionadas à terra, com a adoção de técnicas modernas, o Brasil não figura na lista dos maiores do setor melífero. “Estima-se que o país esteja produzindo, anualmente, 40 mil toneladas de mel”, informa Constantino Zara Filho, presidente executivo da Associação Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíficas Europeias (Apacame). Esse número, utilizado por parcela considerável das pessoas que labutam na área, coloca os apicultores brasileiros em sexto lugar na classificação mundial.
Ainda assim, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) trabalha com outros valores. De acordo com estatísticas referentes a 2008 e divulgadas por aquela entidade, o Brasil teria respondido, naquele ano, pela produção de 38 mil toneladas, ficando em 11º lugar no ranking global – longe, portanto, dos grandes do ramo, como a China, com 367,2 mil toneladas, a Turquia, com 81,3 mil e a Argentina, com 81 mil. E atrás até da sofrida Etiópia, que produz 44 mil toneladas e ocupa o nono posto, entre os maiores produtores de mel, assim como do Irã, na décima posição, com 36 mil toneladas.
A distância que separa a apicultura do Brasil da indústria melífera de outros países pode ser medida, ainda, pela quantidade de enxames. “Nesse quesito, ocupamos o 21º lugar, com 850 mil colmeias”, relata Orsi. Baseado no mesmo levantamento publicado dois anos atrás pela FAO, ele destaca que a China tem 8,8 milhões de colmeias, a Turquia, 4,9 milhões, a Etiópia, 4,8 milhões, o Irã, 3,5 milhões, a Rússia, 3,1 milhões e a Argentina, 3 milhões, apenas para citar os seis primeiros desse ranking. “Perdemos até para a Tanzânia (2,7 milhões) e o Quênia (2,5 milhões)”, destaca o professor da Unesp.

Pequenos produtores

Existem alguns pontos, porém, que precisam ser esclarecidos. Até recentemente, esse ramo empresarial resumia-se, em boa dose, a um tipo de investida sem compromisso, em que a maior parcela dos donos de colmeias, em especial pequenos ruralistas e mesmo pessoas desprovidas de terra, apenas viam no negócio com o mel um jeitinho de engordar seus ganhos. O professor Darcet Costa Souza, do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), lembra que os apicultores ainda são, na maioria dos casos, produtores com menos de cem colmeias. Apesar disso, ainda que a situação não tenha mudado radicalmente, é inegável que nos últimos anos o setor vem experimentando mudanças nunca antes observadas.
“Podemos mesmo afirmar que, a despeito de todos os senões, a apicultura brasileira está atravessando uma boa fase”, ressalta Souza. Ele relata que o preço do mel está atraente, pois há um déficit do produto no mercado mundial e os grandes fornecedores internacionais estão amargando dificuldades em razão do DCC. “O segmento tem crescido e ainda tem muito a se expandir devido, também, ao grande potencial da flora apícola disponível no país”, destaca Paula Ornellas Belo Fagnani, analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP). Essas afirmações são confirmadas por Zara Filho, da Apacame, segundo o qual o avanço da apicultura, embora lento, ocorre em todo o território brasileiro. “O comparecimento de mais de 2,4 mil produtores ao 18º Congresso Brasileiro de Apicultura e ao 4º Congresso Brasileiro de Meliponicultura, realizados em Cuiabá em maio passado, não deixa dúvidas quanto a isso”, acentua.
É notório que, de uns anos para cá, a produção de mel começou a animar as pessoas envolvidas com a atividade e, ao mesmo tempo, a despertar o interesse de gente de fora do segmento. Porém, foi somente a partir de 2001, quando a produção anual era de pouco mais de 20 mil toneladas, que a apicultura brasileira ganhou maior expressão. “Naquela oportunidade, a China desandou a perder mercado por conta de problemas relacionados com a qualidade do mel que exportava”, explica Orsi. “Diante disso, os grandes centros consumidores abriram os braços para outros fornecedores. Era a brecha que faltava ao Brasil. Então, começamos a notar maior empenho por parte do apicultor brasileiro.”
O professor da Unesp recorda que graças a esses eventos o preço da lata de mel de 25 quilos, que vinha sendo comercializada a R$ 80, saltou para R$ 250, aproximadamente, cotação que se manteve por algum tempo e depois recuou, mas teve o mérito de funcionar como um tônico para o setor. “Em 2000, o Brasil importou 290 toneladas de mel, volume que caiu para somente 2 toneladas três anos mais tarde”, esclarece Orsi, acrescentando que, nove anos atrás, os apicultores brasileiros exportaram 270 toneladas, total que cravou em 20 mil toneladas dois anos depois. Hoje, segundo a Apacame, são 350 mil as pessoas envolvidas nessa atividade no país. Vale frisar que, mesmo perdendo mercado, a China vendeu ao exterior, em 2001, perto de 88 mil toneladas.
“O Brasil tem potencial para produzir mais de 200 mil toneladas anuais de mel e, assim, encostar na China”, diz Zara Filho. Ele afirma que, se os empresários do ramo investissem no aprimoramento do manejo, “poderíamos dobrar a oferta sem grandes esforços com o mesmo número de apicultores”. Há porém uma série de problemas que, segundo o professor Darcet Souza, da UFPI, está no próprio campo, e se relaciona à gestão das atividades nos apiários. “Embora nossa produção tenha crescido muito nos últimos anos, essa expansão aconteceu mais em função do aumento da base produtiva. O número de colmeias e de apicultores se elevou, mas a produtividade, não”, alerta. Jerri Zanusso, professor adjunto do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), complementa: “A média nacional gira ao redor de 15 quilos de mel por colmeia ao ano, o que é muito pouco”.
É de espantar, assim, que a prática e os meios de produção de mel amplamente difundidos mundo afora não tenham, ainda, sensibilizado o apicultor brasileiro. Felizmente, as exceções a esse quadro são cada vez mais numerosas, já que tem crescido o número de produtores que tocam seus negócios em consonância com modernos padrões técnicos. Os especialistas ressaltam que se o apicultor deseja realmente obter algum resultado econômico terá, antes, de aprofundar os estudos na área e buscar capacitação profissional. “É essencial preparar o enxame para o início da florada, trabalhar com rainhas melhoradas geneticamente e evitar a saturação de áreas com o excesso de colmeias”, alerta Orsi, da Unesp. Da mesma forma, em regiões de condições climáticas rigorosas, com frio ou seca prolongados, os apicultores devem dar atenção à alimentação artificial, que ajuda o enxame a poupar energia e a manter a rainha com postura, não enfraquecendo a família.
Outra exigência da atividade, afirma o professor Zanusso, é aplicar em equipamentos. Segundo ele, o apicultor investe pouco, ficando apenas com o básico. Além disso, muitos apicultores só extraem o mel. “Eles poderiam”, lembra Zanusso, “explorar comercialmente o pólen, a própolis, a cera, a geleia real e outros produtos transformados.” E, na maior parte dos casos, diz, “trabalham isolados, longe de associações e cooperativas”. Dejair Message, professor de apicultura aposentado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), completa o raciocínio com o argumento de que tais modelos organizacionais seriam o meio mais indicado para dar retorno superior aos negócios. “Falta ao setor essa visão de cultura associativa e cooperativista”, sustenta.
Paula Ornellas, do Sebrae paulista, observa que, de maneira geral, os produtores investem pouco porque não têm na apicultura sua atividade principal de renda, “mas quando eles se organizam em grupos é notória a mudança de comportamento”. Segundo ela, “eles precisam se unir para acessar o mercado, pois sozinhos não conseguirão obter volumes suficientes para atender aos clientes”. Além disso, salienta ela, os agricultores formalmente organizados por meio de associações e cooperativas podem, hoje, tirar proveito de políticas públicas favoráveis, tais como “compras governamentais, fornecimento da produção à merenda escolar, facilidade de captação de recursos e participação em projetos do Ministério do Desenvolvimento Agrário, por exemplo”.
A distribuição de mel na merenda escolar começa, mesmo que vagarosamente, a se transformar num interessante filão para os apicultores, e os exemplos surgem de todos os lados. Agora mesmo se noticia que os municípios sergipanos de Canindé de São Francisco, Lagarto, Poço Redondo, Poço Verde e Porto da Folha estão distribuindo o produto aos estudantes de suas escolas na hora do lanche.

Demanda fraca

Há um fato que não pode ser omitido porque, certamente, tem sua cota de responsabilidade na fragilidade do setor: a baixa demanda nacional de mel. O consumo per capita no Brasil é de somente 120 gramas do produto ao ano, praticamente o mesmo da Argentina, da China e do Uruguai (números de 2001), volume que contrasta com os 3,4 quilos da República Centro-Africana, 1,8 quilo da Nova Zelândia, 1,7 quilo de Angola, 1,5 quilo da Grécia, 1,4 quilo da Áustria, 1,3 quilo da Suíça, 1,1 quilo da Alemanha e 1 quilo da Turquia e da Espanha.
As pessoas não se deram conta, ainda, das qualidades do mel como alimento rico, por exemplo, em glicose e frutose, que são fontes de energia, nem de que ele propicia o equilíbrio do organismo. Parte da população não tem o costume de consumi-lo e habituou-se a considerá-lo dispensável. Outros têm informações erradas sobre suas propriedades, segundo as quais o produto é calórico, eleva a taxa de colesterol e engorda. “E há aquela parcela que não vê no mel um alimento, mas um remédio e, como tal, recomendado apenas para o combate à tosse, rouquidão e irritação da garganta, nada mais”, lastima o professor Orsi.
É evidente, assim, que alguma coisa terá de ser feita para esclarecer a população. “Os apicultores não investem quase nada na imagem do mel, e isso diz respeito, essencialmente, à embalagem e ao rótulo”, lembra o professor Jerri Zanusso, da UFPel. “Na realidade, o setor em si aplica pouco em propaganda. Raros são os casos em que o mel aparece em catálogos de produtos das redes de supermercados e mais incomuns ainda os exemplos de degustação ou a distribuição de material informativo em pontos de venda.”
Isso pode estar começando a mudar. Durante a realização do congresso de apicultura na capital de Mato Grosso, que reuniu 2.217 congressistas e 24 mil visitantes, foi feito o lançamento de uma campanha de incentivo ao consumo do mel com a chamada “Meu dia pede mel”, peça elaborada pela Confederação Brasileira de Apicultura em parceria com o Sebrae e a Fundação Banco do Brasil. A ideia é elevar em 10% a demanda no primeiro ano de campanha e em 15% no segundo. Na oportunidade, o presidente do Sebrae nacional, Paulo Okamotto, informou que a instituição está investindo R$ 16 milhões em 79 projetos relacionados à apicultura em todo o Brasil.
Iniciativas como essa certamente ajudarão a mudar a face do setor, especialmente agora que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em conformidade com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, passou a exigir dos apicultores a construção de uma “casa do mel”, instalação equipada e edificada de maneira a permitir a boa prática na produção melífera. É uma espécie de salvo-conduto para que o produtor de mel saia da informalidade. Há, porém, um senão: segundo a Apacame, uma instalação dessa natureza não sai por menos de R$ 60 mil, um valor elevado para a maioria dos apicultores, mas, em contrapartida, uma boa deixa para que eles se sintam motivados a aderir ao cooperativismo para, assim, dispor de meios para diluir os custos desse e de outros investimentos.

The Vanishing of the Bees

http://www.youtube.com/watch?v=XL-A8Apn1_s

Synopsis

Honeybees have been mysteriously disappearing across the planet, literally vanishing from their hives.
Known as Colony Collapse Disorder, this phenomenon has brought beekeepers to crisis in an industry responsible for producing apples, broccoli, watermelon, onions, cherries and a hundred other fruits and vegetables. Commercial honeybee operations pollinate crops that make up one out of every three bites of food on our tables.
Vanishing of the Bees follows commercial beekeepers David Hackenberg and Dave Mendes as they strive to keep their bees healthy and fulfill pollination contracts across the U.S. The film explores the struggles they face as the two friends plead their case on Capital Hill and travel across the Pacific Ocean in the quest to protect their honeybees.
Filming across the US, in Europe, Australia and Asia, this documentary examines the alarming disappearance of honeybees and the greater meaning it holds about the relationship between mankind and mother earth. As scientists puzzle over the cause, organic beekeepers indicate alternative reasons for this tragic loss. Conflicting options abound and after years of research, a definitive answer has not been found to this harrowing mystery.
Bee Friendly Gardening
Brighten up your garden with some bee-friendly flower seeds – Plant wildflower seeds in your garden, patio pots or window boxes to provide essential nutrition for bees. Examples of wildflowers that bees find attractive. (*denotes native to UK) allow a patch of grass to grow long and densely plant an area of your flowerbed to provide bees with shelter from the rain or a sudden drop in temperature provide water for bees to drink – this can be as simple as a shallow edged dish of water with pebbles in it to help bees climb in and out do not keep unwashed honey jars outside the back door. Honeybees may feed on the remaining honey and overseas honey can contain bacteria and spores that are harmful to the bees, which they may then take back to the rest of the colony protect swarms – if you see a swarm of bees, contact the local authority or the police, who will contact a local beekeeper to collect the swarm and give it a new home.

Reduce pesticide use in your garden by:

  • introducing natural predators – by encouraging natural predators of any specific pest into the area, the pest in question will be controlled. Ladybirds, lacewings, frogs, hedgehogs and birds are all great at limiting numbers of garden pests such as aphids and slugs.

  • hand-picking – although time consuming and intensive, removing areas of infestation by hand may be beneficial to the rest of the plot.

  • water spraying – spraying with water or with a light soap solution has been used for some time to remove aphids and similar species from plants.

  • companion planting – by planting close together with species that attract predatory insects or disguise vulnerable plants, the impact on crop species can be reduced, as pests are less likely to find their food plants.

  • deterrents and barriers – many potential garden pests are sensitive to specific features. Slugs, for example, do not like copper piping or the sharp edges of eggshells, so surrounding plants with such materials may keep many species away. Other methods to keep pests away are plastic bottles and straw around the base of plants.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Ainda há tempo



















Mundo dobra o uso de água subterrânea em quatro

FOLHA DE S.PAULO - 27/09/2010
 
Exploração é tanta que faz com que o líquido do lençol freático corresponda a 25% do aumento do nível do mar
Reservas totais do globo não são conhecidas, mas estima-se que 30% da água doce da Terra provenha do subsolo
REINALDO JOSÉ LOPES - EDITOR INTERINO DE CIÊNCIA

A humanidade se tornou uma usuária tão sedenta das águas subterrâneas do planeta que essa exploração pode ser responsável por um quarto do aumento anual do nível dos oceanos.
O dado vem de um artigo aceito para publicação na revista científica "Geophysical Research Letters". Nele, uma equipe liderada por Marc Bierkens, da Universidade de Utrecht (Holanda), traça um mapa não muito animador do estado das reservas subterrâneas mundo afora.
Usando estatísticas e simulações de computador sobre a entrada e saída de água dos lençóis freáticos, Bierkens e companhia estimam que a exploração de água doce subterrânea mais do que dobrou dos anos 1960 para cá, passando de 126 km3 para 283 km3 por ano, em média.
A questão, lembram os pesquisadores, é que ainda não dá para saber o preço exato da brincadeira, porque ninguém tem dados precisos sobre a quantidade de água subterrânea no mundo.
Mas, a esse ritmo, se tais reservas fossem equivalentes aos célebres Grandes Lagos dos EUA e Canadá, essa fonte de água seria esgotada em 80 anos. De qualquer maneira, a preocupação se justifica porque, de acordo com estimativas, 30% da água doce da Terra está no subsolo (veja o quadro acima, à direita).
Com exceção das calotas polares -as quais ninguém em sã consciência gostaria de derreter, já que os efeitos sobre os mares e o clima seriam imensos-, trata-se da principal fonte de água potável do mundo. Rios e lagos na superfície são só 1% do total.

BEBERRÕES
Algumas regiões são especialmente beberronas, mostra a pesquisa. Não por acaso, são centros de grande produção agrícola em áreas naturalmente já não muito chuvosas: noroeste da Índia, nordeste da China e do Paquistão, Califórnia e Meio-Oeste americano.
A exploração desenfreada afeta principalmente, como seria de esperar, os agricultores mais pobres. Segundo Bierkens, a água que sobrar "vai acabar ficando num nível tão baixo que um fazendeiro comum, com sua tecnologia normal, não vai mais conseguir alcançá-la".
Ao trazer para a superfície quantidades portentosas do líquido, a exploração sem muito controle aumenta a evaporação e, consequentemente, a precipitação em forma de chuva, o que acaba favorecendo o aumento do nível dos mares ligado ao uso dos aquíferos do subsolo.
Embora a pesquisa não aborde diretamente a situação brasileira, o país tem razões de sobra para se preocupar com a situação dos aquíferos subterrâneos. O interior brasileiro abriga, por exemplo, a maior fração do aquífero Guarani, gigantesca reserva com 1,2 milhão de km2.
Hoje, 75% dos municípios do interior paulista precisam usar as águas do aquífero para seu abastecimento. No caso de Ribeirão Preto, uma das principais cidades do Estado, essa dependência é total.

FORMAÇÃO DE ECOVILAS - TERRA UNA 2010

(Agradecemos aos que puderem colaborar na divulgação repassando este email e os anexos aos seus contatos.)

 
Ecovilas são respostas conscientes aos atuais desafios da sociedade humana, atuando como laboratórios que buscam promover maior integração com o ambiente, entre as pessoas e consigo mesmo.
Em uma abordagem sistêmica e transdisciplinar, o curso FORMAÇÃO DE ECOVILAS de Terra Una objetiva introduzir conceitos e tecnologias nas diversas áreas da sustentabilidade a serem considerados para uma bem sucedida implantação de assentamentos humanos rurais ou peri-urbanos. A programação de uma semana inteira imersiva na Ecovila, oferece a oportunidade de vivência comunitária e aplicação prática das 4 dimensões estudadas.
Atuando desde 2004, Terra Una é uma ONG e uma ecovila em fase de estruturação, fundada e mantida por um grupo de 20 membros. Inspirado no programa internacional do Educação Gaia - que Terra Una é a realizadora no RJ -, este curso irá partilhar nossa experiência em iniciar e gerir um grupo e uma terra comprometidos com a sustentabilidade.

de 31 de outubro a 06 de novembro de 2010
(Feriado de 2 de novembro)
Chegada no dia 30/sáb e partida no dia 7/dom

PROGRAMAÇÃO
em 4 dimensões principais
SOCIAL
Paradigma das Ecovilas
Documentos Comunitários
Comunicação e Integração Social
Governança Circular
ECONÔMICO
Economia Social Solidária e Estratégias Comunitárias
Consumo Consciente e Simplicidade Voluntária
Visão Sistêmica das Organizações
Planejamento Estratégico e Gestão Integrada
ECOLÓGICO
Permacultura e Design Integrado
Agroecologia e Sistemas Agroflorestais
Bioconstrução, Água e Energias
Planejamento Territorial da Ecovila
VISÃO DE MUNDO
Visão Holística e Redes
Ecologia Profunda e Reconexão a Natureza
Saúde Física, Mental e Espiritual
Educação e Cultura em Ecovilas
INVESTIMENTO
R$ 640 em camping
R$ 690 em quarto coletivo
Consulte sobre opção de acomodação privativa.
Valores incluem material digital, hospedagem, alimentação ovo-lacto-vegetariana por 9 dias (sugestão de chegada um dia antes e saída um dia após as datas do curso).
Buscaremos facilitar o transporte solidário entre os inscritos.
Carga Horária de 45h
Equipe docente composta por 10 educadores de Terra Una
20 VAGAS
Vaga assegurada somente após envio da ficha de inscrição (em anexo) e depósito antecipado de 10% do valor do módulo.
ECOVILA TERRA UNA
APA da Serra da Mantiqueira, Liberdade/MG


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