Um estudo elaborado pela Fundação Espaço Eco  recentemente, conclui que sacolas descartáveis podem ser ecologicamente  vantajosas em determinadas situações. A análise foi feita com oito  diferentes tipos de sacolas. Das plásticas tradicionais às fabricadas  com o chamado plástico verde – produzido com cana-de-açúcar –  e as  oxi-biodegradáveis, todas descartáveis, até as de pano e de plástico  duráveis, as de TNT (tecido não tecido) e de papel.
Uma das conclusões do estudo é a de que  as sacolas descartáveis são mais ecoeficientes  em relação às duráveis  quando usadas por consumidores que vão ao supermercado apenas uma ou  duas vezes por semana.
Diz o estudo que para quem faz compras  mais de três vezes por semana as  duráveis são a melhor opção, a não ser  que esses consumidores utilizem as descartáveis para colocar o  lixo   na rua também três vezes por semana.
Diga-se de passagem que o conceito de  ecoeficiência – palavra ainda ausente dos dicionários, mas criada para  classificar produtos com maior valor agregado de utilidade e menor  impacto socioambiental – é relativo e questionável. Depende do resultado  que se quer alcançar. Na minha modesta opinião, daqui para frente, o  que é supérfluo e descartável é  antiecológico.
Por isso não vejo ecoeficiência em  produtos feitos para virar lixo em poucos minutos, a menos que sejam  extremamente úteis, como material hospitalar, por exemplo. E sacolas  distribuídas gratuitamente a torto e a direito no comércio, além de  desperdiçar recursos naturais são também o combustível de um  desastre  ambiental  já em andamento nas ruas das cidades e principalmente nos   oceanos, com as toneladas de saquinhos plásticos invadindo cada vez mais  as águas.
Contra esse fato não há argumento  plausível de ecoeficiência. Governantes de vários países sabem disso e  estão agindo. Basta ver outro estudo, chamado “A sacola plástica na América Latina e no mundo”, publicado no site da Associação Latinoamericana de Supermercados (Alas).
O presidente do Instituto Akatu de Consumo Consciente,  Hélio Mattar, fez o resumo da ópera em uma declaração à Agência Estado,  quando falou das sacolas descartáveis: “Não dá para gastar água,  energia e matérias-primas em um produto que depois será jogado no lixo.  Esses recursos são limitados e o ideal é investir em bens mais  duráveis”.
Na pior das hipóteses,  cobrar pelas  sacolas descartáveis é uma forma de fazer o consumidor pensar nisso  antes de gastar dinheiro com elas. Porque infelizmente, para nós seres  humanos, o que vem de graça não tem valor. Nem bons conselhos.
Fonte: Planeta Sustentável

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