quinta-feira, 6 de setembro de 2012

TRATAMENTO DE EFLUENTES DOMÉSTICOS: ALTERNATIVAS TÉCNICAS E EDUCACIONAIS PARA MELHOR USO DA ÁGUA


por:

Isabel Cristina Lopes Dia - Bióloga, Médica Veterinária, Pós-Graduanda em Saúde e Ambiente, Universidade Federal do Maranhão – MA, Brasil. E-mail: ilopesdias@gmail.com

José Ronilmar de Andrade - Biólogo, Pós-Graduando em Sustentabilidade de Ecossistemas, Universidade Federal do Maranhão – MA, Brasil. E-mail: ronilmar_andrade@hotmail.com

Rosângela Borges Almeida - Bióloga, Pós-Graduanda em Engenharia Ambiental – Centro Universitário do Maranhão – MA, Brasil. E-mail: almeida_rb@hotmail.com

Conceição de Maria Carvalho - Geógrafa, Pós-Graduanda em Engenharia Ambiental – Centro Universitário do Maranhão – MA, Brasil. E-mail: con_shmg@hotmail.com



Resumo

A limitação de reservas de água doce no planeta, o aumento da demanda de água para atender, principalmente, o consumo humano, agrícola e industrial, a prioridade de utilização dos recursos hídricos disponíveis para abastecimento público e as restrições que vêm sendo impostas em relação ao lançamento de efluentes no meio ambiente, torna necessária a adoção de estratégias que visem racionalizar a utilização dos recursos hídricos e mitigar os impactos negativos relativos à geração de efluentes. Nesse sentido, a busca de alternativas e atitudes que visem à minimização da geração de efluentes devem ser constantes e, uma vez implementadas, devem ser contínuas e duradouras. No emprego de alternativas e atitudes que minimizem a geração de efluentes e, consequentemente, preservem o meio, além das questões tecnológicas existem as questões comportamentais. Há a urgente necessidade de conscientização da população, para que uma responsabilidade integral e contínua com o meio ambiente seja externalizada quando do uso da água e de outros recursos. Deste cenário, surge a necessidade imediata e urgente de iniciarmos um processo de educação ambiental voltado para o uso responsável e para a sustentabilidade no manejo dos recursos hídricos.

Introdução

A ocupação urbana e o adensamento populacional desordenado tem intensificado a demanda e a poluição dos recursos hídricos disponíveis. Uma das principais preocupações nos grandes centros urbanos está relacionada aos efluentes domésticos que na maioria das cidades brasileiras não são tratados da maneira adequada.

Dados sobre o acesso da população brasileira ao saneamento básico mostram que em 2008, 58,9% da população das cidades tinha acesso à rede coletora de esgoto e que apenas 28,5% dos municípios brasileiros trataram de seus efluentes (IBGE, 2010). Essas informações alarmantes revelam a vulnerabilidade da maioria da população brasileira e a falta de empenho de muitos governantes com a promoção da saúde, pois as condições de moradia e do meio ambiente determinam nossa qualidade de saúde.

O processo acelerado de deterioração do ambiente possui uma série de implicações na disponibilidade de recursos naturais. A disposição do esgoto doméstico sanitário sem o devido tratamento pode provocar a proliferação de organismos patogênicos e doenças, devido à poluição do solo e dos corpos de água; o excesso de substância como o fósforo (P) e o nitrogênio (N) podem provocar o processo de eutrofização dos recursos hídricos ao impactar, de maneira direta, nos parâmetros físicos, químicos e biológicos das águas, impossibilitando seu uso para consumo e lazer (PHILIPPI JR., 2005). 

A atividade humana tem provocado alterações nos recursos ambientais e a gravidade dessa situação ressalta a necessidade de que o homem modifique sua forma de agir, procurando compatibilizar as alterações provocadas com a capacidade de recuperação da natureza (BRAGA et al., 2002).

Do exposto, torna-se, portanto, evidente a importância de se estudar o papel dos esgotos sanitários na transmissão de diversos organismos patogênicos, via contaminação de águas utilizadas para recreação, fontes de abastecimentos para o consumo humano, irrigação, etc, ressaltando os diversos tipos de tratamento e formas de melhor uso da água através das novas tecnologias e conceitos de Educação Ambiental.

Importância do tratamento de efluentes domésticos

A água possui diversas utilizações das quais uma média de 80% resulta em esgoto (DIAS et al., 1999), seja ele de origem doméstica, hospitalar ou industrial. O esgoto doméstico ou efluente sanitário contém cerca de 99,9% de água e 0,1% de sólidos orgânicos e inorgânicos, sendo comum a presença de microrganismos patogênicos, responsáveis por algumas doenças de veiculação hídrica.

A poluição dos recursos hídricos pelo lançamento de esgoto doméstico pode impactar os indicadores de agravo ao bem estar humano, aumentando a demanda por serviços de saúde e absentismo da força de trabalho, os custos dos sistemas de tratamento de águas para o abastecimento com fins residenciais e industriais, e ainda, conforme o grau de poluição, inviabiliza o uso para fins de agricultura e processos industriais, com reflexos negativos para o desenvolvimento da região (PHILIPPI JR, 2005).

A qualidade e o acesso aos serviços de saneamento estão diretamente relacionados à saúde publica; a água encanada e tratada é considerada um grande benefício para as comunidades, mas se esse serviço não vier acompanhado de um sistema de tratamento de esgoto adequado poderá não acabar com os problemas de saúde relacionados à veiculação hídrica. A Fundação Nacional de Saúde destaca que, a cada R$ 1,00 investido no setor de saneamento, cerca de R$ 4,00 é economizado com a saúde (FUNASA, 1994).

A disposição adequada dos efluentes deve atender aos objetivos sanitário, estético e socioeconômico, sendo indispensável para a melhoria da saúde da população e redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças; impacta ainda na diminuição dos custos de tratamento da água para abastecimento (que seriam ocasionados pela poluição dos mananciais), eliminação da poluição estética/visual e desenvolvimento do turismo, e na conservação ambiental.

Alternativas técnicas para o tratamento de efluentes domésticos e melhor uso da água

O tratamento de despejos é constituído de três etapas: físico, para eliminação dos sólidos grosseiros; químico, para correção do pH e eliminação de agentes patogênicos; e biológico. A função de um processo de tratamento biológico é remover a matéria orgânica do efluente industrial, através do metabolismo de oxidação e de síntese de células (VON SPERLING, 2002). Este tipo de tratamento é normalmente usado em virtude da grande quantidade de matéria orgânica biodegradável presente em sua composição. 

Os métodos para tratamento de efluentes geralmente envolvem custos altos, o que dificulta a instalação em municípios com baixa renda. Dentre as alternativas técnicas para o tratamento de efluentes estão as fossas sépticas, os sumidouros, as lagoas de estabilização e o tratamento por lodos ativados.

Fossas Sépticas

É uma alternativa biológica sanitária a ser utilizada em áreas desprovidas de serviço público de coleta de esgotos. Essas estruturas podem estar associadas a outras instalações complementares, devendo ser, no entanto, consideradas como uma solução provisória. A utilização do adubo gerado deve obedecer a um período de maturação que garanta segurança para a saúde.

Sumidouros

São unidades capazes de receber a parte líquida proveniente das fossas sépticas e têm a função de permitir sua infiltração no solo. A norma regulamentadora NB-41/81 determina as condições de construção dos sumidouros de forma a evitar a contaminação das águas superficiais e subterrâneas e a ocorrência de efluentes correndo a céu aberto.

Lagoas de Estabilização

As lagoas de estabilização são bacias terrestres utilizadas para tratar águas residuárias brutas ou efluentes pré-tratados. (MIDDLEBROOKS, 1987). Os resíduos são submetidos à degradação biológica natural, envolvendo principalmente bactérias e algas (SILVA e MARA, 1979). Esses sistemas são considerados entre os métodos de tratamento de águas residuárias e industriais como sendo mais fáceis, econômicos e eficientes (MORENO et al., 1988; MENDONÇA, 1990). São bastante indicadas para as condições brasileiras em razão dos aspectos de disponibilidade de área, clima favorável, fácil operação e manutenção, necessidade de pouco ou nenhum equipamento (VON SPERLING, 1996).

Tratamento por Lodos Ativados

No processo biológico por lodos ativados o esgoto afluente e o lodo ativado são intimamente misturados, agitados e aerados, para se separarem em decantadores (RICH, 1980). Esse processo pode ser associado a outros métodos de tratamento, como as lagoas anaeróbias.

Utilização eficiente da água: otimização de procedimentos e oportunidades

Dentre as principais medidas que visam à utilização eficiente da água destinada aos usos urbanos, incluem-se aquelas dos sistemas públicos e prediais de abastecimento, dos dispositivos em instalações residenciais - coletivas e similares, e usos exteriores. Algumas podem também ser utilizadas ao nível industrial. A aplicação de determinadas medidas requer a investigação e desenvolvimento tecnológico para melhorar a aplicabilidade, eficácia ou viabilidade.

Para desenvolver tais intervenções são necessários dados e informações obtidas através de atividades de medição e registro de consumos de água e de monitorização da sua qualidade, ao nível do abastecimento global ou ao nível dos consumos parciais em cada processo. Estes dados podem servir para fomentar o planejamento do uso mais racional da água e também para avaliar a eficácia das medidas de economia adotadas.

Estratégias para redução do consumo de água podem envolver soluções tecnológicas como a melhoria de equipamentos e de instalações atuais ou a substituição por novos equipamentos; no entanto, uma revisão de práticas diárias no domicílio ou dos procedimentos operacionais, no caso de empresas, tanto de limpeza e higienização como de produção, podem representar ganhos e benefícios significativos (MIERZWA, 2005).

A medição confiável do consumo de água no âmbito industrial precisa ser implementada de forma efetiva e consolidada. Deve-se medir o consumo total e o consumo em alguns pontos do processo onde o uso de água é significativo. Mierzwa (2005) mostra como tal medição é influenciada por aspectos de seleção e aquisição de medidores adequados e de boa qualidade, instalação correta, garantia de aferição periódica dos medidores por entidades capacitadas e reconhecidas, rotina efetiva de leitura e registro e análise dos dados de consumo de água gerados pelos medidores.

Redução de pressões no sistema público de abastecimento

A pressão hidráulica existente nos sistemas públicos de abastecimento de água influencia positivamente o consumo e as perdas de água. Em termos de uso eficiente da água é, portanto, conveniente que tais pressões não sejam excessivas limitando-se a valores que permitam uma utilização confortável. Esta medida consiste num controle, pelas entidades gestoras de sistemas públicos de abastecimento de água, das pressões nos sistemas de distribuição, o que passa por aspectos não só de concepção do sistema, mas também da operação corrente. Esse controle deve permitir garantir a permanência de pressões acima dos mínimos regulamentares, mas evitar valores excessivos e desnecessários que contribuem para um maior consumo quer quando da utilização de qualquer dispositivo, quer através de rupturas existentes no sistema.

Utilização de sistema tarifário adequado

A utilização do mecanismo tarifário pelas entidades gestoras de sistemas públicos condiciona a procura de água pelos consumidores. Através da aplicação de custos reais e de escalões progressivos, em que os maiores consumidores pagam sensivelmente mais por cada metro cúbico de água, é possível sensibilizá-los a reduzirem os consumos de forma a caírem nos escalões inferiores.

Utilização de águas residuais urbanas tratadas

Utilizar as águas residuais urbanas tratadas provenientes de estações de tratamento de águas residuais urbanas resulta em benefícios potenciais essencialmente pela redução da água captada, apresentando também impacto positivo na gestão das águas residuais e, se aplicada em irrigação, obtém-se ainda alguma recuperação de nutrientes. Os usos que se consideram mais viáveis atualmente são os associados a atividades ligadas à agricultura – irrigação de produtos que não são consumidos crus e a de espaços verdes, sendo também utilizadas para regar espaços de lazer e ajardinados, indústria e recarga de aquíferos.

Redução de perdas de água no sistema público de abastecimento

Para se reduzir as perdas de água no sistema público de abastecimento faz-se necessária a implementação pelas entidades gestoras de programas de detecção, localização e eliminação de perdas resultantes de fugas, rupturas e extravasamentos do sistema, nomeadamente ao nível das tubagens e das respectivas juntas que constituem a rede pública de distribuição.

Isolamento térmico do sistema de distribuição de água quente

O isolamento térmico das tubagens da rede de distribuição de água quente quando se adotarem materiais metálicos, bons condutores de temperatura, resultam na redução do desperdício de água corrente enquanto os utilizadores esperam que a temperatura seja adequada ao uso em questão (duchas, banhos, lavagens de louça, entre outros). Nas instalações prediais em que se utilize a recirculação de água quente, para garantir em permanência da temperatura desejada no dispositivo de utilização, o isolamento térmico é essencial. A aplicação desta medida deve ser preferencialmente feita nas fases de construção ou renovação das construções.

Reutilização ou uso de água de qualidade inferior

O reuso da água pra fins não-potáveis tem sido impulsionado em todo o mundo em razão da crescente dificuldade de atendimento a uma demanda cada vez maior de água para o abastecimento público doméstico e da escassez cada vez maior de mananciais próximos ou de qualidade adequada para abastecimento após o tratamento convencional da água (PHILIPPI JR et al., 2004).

No Brasil, o reuso tem sido incentivado como forma de minimizar a escassez de água potável e a degradação de mananciais causada pelo despejo direto de esgotos e resíduos (Bertoncini, 2008).

A utilização de água não proveniente da rede pública de abastecimento, como as águas cinzentas, provenientes de banheiras, chuveiros ou lavatórios, e o aproveitamento de água da chuva são as fontes mais comuns da reutilização/uso de água de qualidade inferior; essas águas são alternativas viáveis para descargas, lavagem de pátios e carros, e jardins. Em geral, é necessário tratamento adequado (filtração e desinfecção) consistente com a qualidade da água e o uso a que se destina.

Adequação da utilização, substituição ou adaptação de torneiras, chuveiros e descargas

Buscando cada vez mais a redução do consumo e descarga de água, torna-se cada vez mais importante sensibilizar a população para a alteração dos hábitos de uso através da adaptação ou substituição de equipamentos convencionais por outros com volume de descarga inferior. Os potenciais beneficiários são os próprios consumidores, dentre os quais se incluem os proprietários de instalações residenciais, coletivas ou industriais, e os inquilinos de instalações.

Propostas para minimização dos efluentes gerados e conservação ambiental

O gerenciamento do uso da água, a partir da medição efetiva e rotineira das quantidades consumidas de efluentes líquidos gerados (efluentes brutos) e de efluentes finais emitidos, é importante para a minimização dos efluentes gerados e preservação ambiental; considerando-se ainda o reuso da água.

Sob a ótica do meio ambiente, o reuso de água contribui para a preservação dos recursos hídricos, favorecendo o desenvolvimento sustentável; quanto à questão social, provoca um aumento da disponibilidade hídrica à população por meio da redução das captações de água dos mananciais, e ainda, no aspecto econômico, reduz os custos com energia e produtos químicos - no caso de indústrias, além de racionalizar custos operacionais e de manutenção (FIESP, 2004).

É importante que se tenha informações precisas sobre as concentrações dos principais parâmetros que caracterizam os efluentes para monitorar e avaliar as várias cargas de poluentes geradas e emitidas, principalmente, a nível industrial.

Algumas outras medidas podem ser utilizadas como forma de conservação do meio, tanto a nível domiciliar como industrial, dentre elas a construção de drenagem de águas pluviais, a reutilização de materiais e resíduos, o gerenciamento integrado dos recursos hídricos, a recuperação e preservação de nascentes e pequenos cursos de água.

Outra forma de preservar o ambiente é gerenciar os efluentes gerados através de métodos menos onerosos que visem não somente o tratamento como também a própria reutilização, sendo necessário para isso o investimento em pesquisa e tecnologia adequada. Um mecanismo que vem sendo alvo de estudos é a utilização de algas, comumente encontradas em lagoas de maturação, como uma alternativa financeiramente viável para o tratamento dos despejos de pequenos municípios; essa técnica vem sendo testada e tem revelado bons resultados com o efluente de suinocultura (OLIVEIRA et al. 1993). Com a utilização de algas tem-se conseguido atingir taxas de remoção na faixa de 70% para os principais causadores da eutrofização em corpos de água. Outro aspecto positivo é o baixo índice de produção de lodo, um grande problema enfrentado nas estações de tratamento de esgotos convencionais. Estas pesquisas possibilitam o uso de algas como mecanismo depurador de efluentes domésticos de pequenas comunidades.

Em se tratando de reutilização de efluentes, a atividade florestal, por suas peculiaridades, apresenta-se como uma alternativa promissora, principalmente por não envolver produção de alimentos para consumo humano e nem riscos à saúde (CROMER, 1980). Além disto, é realizada em larga escala e tem a potencialidade de consumir um grande volume de efluentes.

O lodo de esgoto ou biossólido, embora ainda não tenha sido amplamente testado no Brasil, já apresenta alguns resultados promissores, seja na fase de produção de mudas de espécies florestais (MORAIS et al., 1997) ou de implantação de reflorestamento (GONÇALVES et al., 2000; POGGIANI et al., 2000). Esses estudos já estão avançados em outros países, inclusive com aplicações comerciais em empresas florestais (COLE et al., 1986; HARRISON et al., 1993; HENRY et al., 1994). 

Outra técnica que pode ser adotada para a minimização de efluentes e conservação ambiental, além da possibilidade de reutilização da água, consiste na utilização de plantas macrófitas - enraizadas em ambiente aquático – que constituem, em sua grande maioria, vegetais superiores, com grande capacidade de adaptação a diferentes tipos de ambientes aquáticos. Essas espécies requerem altas concentrações de nutrientes, e podem ser utilizadas na despoluição de lagos e rios, através da remoção de macronutrientes como o nitrogênio e o fósforo, provenientes de despejo industrial e doméstico, utilizando-se do substrato e de biofilmes de bactérias. 

O conjunto forma um sistema físico-biológico com uma intensa vida microbiana na rizosfera (região ao redor das raízes) e nos rizomas da planta (NAIME; GARCIA, 2005).

No emprego de alternativas e atitudes que minimizem a geração de efluentes e, consequentemente, preservem o meio, além das questões tecnológicas existem as questões comportamentais. Há a urgente necessidade de conscientização da população, para que uma responsabilidade integral e contínua com o meio ambiente seja externalizada quando do uso da água e de outros recursos.

Alternativas educacionais

As atividades de educação ambiental relacionadas à geração de efluentes domésticos e seu tratamento devem ser melhoradas em qualidade, mas também em quantidade de informações. A socialização das informações precisa ser mais vasta, para que um maior número de pessoas seja atingido.

O foco deve ser a população como um todo, no entanto, alguns grupos particulares como as crianças, jovens, agricultores e empresários de todos os ramos devem ser trabalhados de modo mais intenso.

Ainda há desafios a serem vencidos para que formas de gestão participativas e compartilhadas consigam estabelecer-se, mas esse caminho levará a uma nova qualidade de cidadania. E para que seja alcançada a participação dos diversos atores nas políticas é necessária a utilização de instrumentos educacionais e pedagógicos (RIBEIRO, 2009).

Reigota (1998) aponta que a educação e áreas afins das ciências relacionadas com a ecologia e recursos naturais, elaboram os fundamentos básicos da proposta pedagógica que se convencionou chamar de Educação Ambiental, que são: conscientização, mudanças de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação. As práticas pedagógicas voltadas a uma educação ambiental devem incentivar não somente a conscientização teórica, mas promover visitas a campo e trabalhos dinâmicos que busquem trabalhar parâmetros para uma nova conduta como cidadãos.

Faz-se necessário superar a concepção de ambiente como mera externalidade onde comparecem apenas florestas, rios, solo e diversidade biológica, e venha a se conceber ambiente como espaço que é igualmente processo e no qual atuam relações de poder, ou seja, onde tudo isso tem implicações sociais, econômicas, culturais, simbólicas e ecológicas. Em outras palavras, ambiente assim concebido, não é redutível ao mero nível ecológico, embora este último seja um aspecto importante do primeiro (AYRES e FILHO, 2007). Assevera-se que a Educação Ambiental também requer atitudes éticas com relação à nossa inserção no mundo em que vivemos.

Considerações finais

As experiências positivas mais recentes apontam que os problemas ambientais só serão sanados ou amenizados mediante a articulação do coletivo. Os problemas relacionados aos efluentes não fogem a essa concepção, sendo necessário ser bem definido ou encarado com mais responsabilidade o papel Estado, sociedade, empresários e outros envolvidos.

Nesse cenário, os investimentos no tratamento de efluentes são socialmente indispensáveis e ambientalmente necessários, assim como uma política de gerenciamento de efluentes e a conscientização ambiental se fazem imprescindíveis na busca por opções para preservar, minimizar os impactos e usar os recursos de forma sustentada.

fonte: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1339&class=02

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