Atualizado: 
22/3/2012 7:07
Análise feita em 49 rios de 11 Estados brasileiros traz uma má 
notícia para o Dia Mundial da Água, comemorado hoje: nenhum deles apresentava 
uma situação considerada boa ou ótima. Em termos de contaminação, 75,5% foram 
classificados como 'regular' e 24,5% com nível 'ruim', de acordo com 
levantamento conduzido pela SOS Mata Atlântica em localidades que, no passado, 
foram cobertas pela floresta.
As avaliações foram feitas entre janeiro de 2011 e o início de 
março deste ano durante visitas da expedição itinerante A Mata Atlântica é Aqui, 
que busca a interação com as populações para alertá-las sobre o problema de 
contaminação dos rios, riachos, córregos, lagos, etc.
No evento, as pessoas são convidadas a investigar as condições 
de um ou mais corpos d'água por meio de um kit de análise da água. 'É feita 
assim uma avaliação pontual, um retrato da situação naquele dia. E o resultado é 
bastante preocupante. Não encontramos nenhum rio em situação satisfatória', 
afirma Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS.
O kit classifica a qualidade das águas em cinco níveis de 
pontuação: péssimo (de 14 a 20 pontos), ruim (de 21 a 26 pontos), regular (de 27 
a 35 pontos), bom (de 36 a 40 pontos) e ótimo (acima de 40 pontos). Malu explica 
que os níveis de pontuação são compostos pelo Índice de Qualidade da Água (IQA), 
padrão definido no Brasil por resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente 
(Conama), obtido pela soma da pontuação de 14 parâmetros físico-químicos, 
biológicos (como temperatura, vermes, coliformes fecais e oxigênio dissolvido) e 
de percepção, como odor, turbidez e presença de espumas, de lixo, de peixes.
Segundo a pesquisadora, os dois principais responsáveis pela 
contaminação são a agricultura irrigada - que, segundo ela, 'capta grande volume 
de água e devolve agrotóxicos e erosão' - e a falta de saneamento básico, que 
permite que o esgoto doméstico seja jogado nos corpos d'água.
'Nossa campanha visa a população porque só com mobilização da 
sociedade esse quadro vai mudar. Mas esse ainda não é visto como um problema 
prioritário. Na última eleição presidencial, falta de saneamento era só a oitava 
preocupação das pessoas', diz a pesquisadora.
Ao longo desse período foram avaliadas amostras nos Estados do 
Ceará, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, 
Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Muitos dos rios 
já tinham sido analisados na primeira expedição, entre maio de 2009 e dezembro 
de 2010. Em geral, o quadro não melhorou.
No primeiro levantamento foram feitas 70 análises: 69% dos rios 
ficaram no nível regular, 27% ruim e 4% péssimo. Alguns passaram de ruim a 
regular, como o Rio Tietê, em Itu. Já outros caíram um degrau, como o Rio 
Criciúma, na cidade catarinense do mesmo nome, que perdeu cinco pontos e ficou 
ruim.

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