Em todas as regiões do país, governos,  empresas, pessoas e organizações ajudaram a marcar um recorde de  participação na edição de 2011 do movimento global. Agora, é preciso  avançar para além da hora.
Com  a participação de 20 capitais em um conjunto de 123 cidades, os estados  do Acre e do Espírito Santo, além de mais de 1.948 empresas e  organizações, a Hora do Planeta 2011 bateu um recorde de participação  desde que o evento global é realizado no Brasil, há três anos. Em 2009,  foram 113 cidades, e, em 2010, 98 cidades. Atrelado ao maior movimento  global contra o aquecimento planetário, milhões de brasileiros puderam  apagar as luzes de suas residências e conferir monumentos, prédios  públicos, empresas e outras edificações sem iluminação por uma hora.  Pode parecer pouco, mas o gesto chama para uma grande reflexão e ações  sobre os desafios impostos pelas mudanças climáticas e questões  ambientais em geral.
"A participação de pessoas, organizações e  governos na Hora do Planeta é um gesto concreto em direção à  sustentabilidade. Significa que todos estão preocupados e atentos ao  aquecimento global e que queremos fazer a nossa parte pelo direito de  nossos filhos e netos herdarem um planeta habitável", afirmou Denise  Hamú, secretária-geral do WWF-Brasil.
E como não podia deixar de  ser, capitais e demais cidades brasileiras proporcionaram momentos  emocionantes e de grande mobilização pública. 
 Hora de samba - Nos  Arcos da Lapa, um dos monumentos que teve as luzes apagadas durante a  Hora do Planeta na cidade do Rio de Janeiro (RJ), cerca de 3,5 mil  pessoas sambaram ao som das escolas de samba Mangueira, Portela, União  da Ilha e Grande Rio. Afinal, pelo terceiro ano consecutivo, a capital  carioca foi a sede oficial da Hora do Planeta no Brasil. Este ano, o  movimento foi ainda mais especial, pois a população participou pela  primeira vez de um evento público com muita música e alegria. Antes  mesmo das luzes se apagarem, o músico Toni Garrido já animava a multidão  no evento promovido pelo WWF-Brasil.  
Pontualmente às 20h30, a  ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o prefeito do Rio de  Janeiro, Eduardo Paes, e o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos  Minc, desligaram um "grande interruptor", cortando a iluminação do  Cristo Redentor, da orla de Copacabana, do Arpoador, do Pão de Açúcar,  da Igreja da Penha, do Castelinho da Fiocruz, do Monumento aos  Pracinhas, do Jockey Clube e, é claro, dos Arcos da Lapa.  
A  convite do WWF-Brasil, antes das luzes se apagarem, todos se uniram num  emocionante minuto de silêncio em homenagem às vitimas das enchentes no  Brasil no início do ano, que afetaram severamente o estado do Rio de  Janeiro, e ao recente terremoto e tsunami no Japão. 
"Hoje, o  Brasil está se juntando a mais de cem países no mundo para mostrar a  necessidade de cuidar do planeta. A proteção do meio ambiente é vida e o  povo brasileiro pode modificar a realidade atual de degradação. Depende  de vocês e de todos nós", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella  Teixeira.   
Capital federal -  Em Brasília, o evento oficial aconteceu no Museu da República. De lá, o  governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o superintendente de  Conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti, desligaram um interruptor,  simbolizando o apagar das luzes da cidade. O movimento desligou a  iluminação da Esplanada dos Ministérios, assim como a de monumentos como  o Palácio do Buriti e Anexo, Memorial JK, Teatro Nacional, Catedral,  Museu do Índio, Complexo Cultural da República e Ponte JK. "Nossa cidade  tem que ser o símbolo de sustentabilidade e tomar parte na luta pela  defesa do clima, da preservação da água e das nossas riquezas naturais",  ressaltou o governador. 
Já o Superintendente de Conservação do  WWf-Brasil, Cláudio Maretti, fez questão de lembrar as recentes  tragédias ambientais que o mundo vem presenciando,  como a que ocorreu  no Brasil no início deste ano no Rio de Janeiro, matando milhares de  pessoas. "As catástrofes estão aí para mostrar que não podemos mais  continuar do jeito que estamos. Por isso nos reunimos hoje para lembrar  que precisamos mudar nosso jeito de agir", disse. E de acordo com  Maretti, Brasília precisa assumir o seu papel de "Capital do Cerrado".   "Além de preservar o seu patrimônio arquitetônico, a capital precisa  assumir o compromisso com a conservação do Cerrado,  com a preservação  das nascentes e implementar uma política de tratamento de resíduos  sólidos, ainda mais porque a cidade será uma das sedes da Copa do  Mundo", ressaltou. Após o apagar das luzes, houve uma apresentação de  percussão do grupo Batukenjé, criado em 2006, na Finlândia.
Terra de Chico Mendes - Quatro  cidades acreanas*, a capital Rio Branco, Xapuri, Santa Rosa do Purus e  Sena Madureira, apagaram luzes por uma hora neste sábado. Na capital  aconteceram a maioria das atividades, como uma concentração em frente ao  Palácio Rio Branco para acompanhar o apagar das luzes na sede do  Governo Estadual e na Assembléia Legislativa. Em seguida, a população  saiu em "bicicleata" até a ponte JK, onde a iluminação também foi  apagada. A prefeitura de Rio Branco, o calçadão da Gameleira e a  passarela Joaquim Macedo, além das casas de milhares de acreanos pelo  estado também abraçaram a Hora do Planeta. Em Xapuri, além de prédios  públicos, serão apagadas as luzes da casa onde viveu e foi assassinado o  líder seringueiro Chico Mendes, um dos ícones do socioambientalismo  brasileiro. 
Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente,  Edgard de Deus, a participação do Acre na Hora do Planeta reflete uma  verdadeira preocupação do estado sobre as questões ambientais. "Não é  uma questão de economizar energia, mas de refletirmos sobre o que  estamos fazendo com o mundo", avalia. Elenira Mendes, filha de Chico  Mendes, alegra-se pela referência à luta de seu pai em um movimento de  escala mundial. "É de um simbolismo sem tamanho, uma coisa grandiosa.  Meu pai, que foi uma das pessoas que mais levaram para o mundo o nome da  Amazônia e a importância da floresta, estaria muito feliz se soubesse  que nossa casa fará parte dessa mobilização", ressaltou.  
Estrelas em Juazeiro - Juazeiro  do Norte (CE) participou apagando as luzes de seu monumento mais  famoso: a estátua do Padre Cícero, fundador do município, que este ano  completa cem anos de emancipação política. A estátua, construída em 1969  com 27 metros de altura, atrai milhões de religiosos e turistas todos  os anos para a cidade, um dos maiores centros religiosos da América  Latina. Enquanto o monumento esteve sem iluminação, a população foi  convidada a observar o céu através de três telescópios. "O planeta  Saturno e seus anéis, estrelas e nebulosas estiveram ao alcance da visão  de todos", escreveu o responsável pela estação astronômica PieGise,  Valmir Martins de Morais. Durante o evento, foram sorteados livros e  DVDs sobre astronomia. A estação também organizou uma exposição de  painéis com imagens captadas por telescópios e sondas espaciais.
Boi-bumbá, música e poesia -  Pela terceira vez consecutiva, o Teatro Amazonas, um dos maiores ícones  da cidade de Manaus (AM), apagou suas luzes por uma hora. Vários outros  "símbolos manauaras" apagaram suas luzes manifestando adesão à campanha  promovida pelo WWF, como a Praça da Saudade, o Amazonas Shopping e o  prédio da Procuradoria da República do Amazonas. No centro da capital,  produtores culturais declamaram poesias, leram contos e realizaram  performances musicais. Conforme a produtora cultural Michelle Andrews  disse que o objetivo da mobilização foi resgatar antigos hábitos  amazonenses. "Como conversar à porta de casa, trocar idéias nas calçadas  à luz de velas", disse.
No interior do Teatro Amazonas, a  secretaria Estadual da Cultura organizou uma apresentação da Orquestra  de Câmara do Amazonas e dos Bumbás de Parintins, Garantido e Caprichoso.  Na Praça da Saudade, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente distribuiu  material sobre as mudanças climáticas e mudas do Horto Municipal. O  Amazonas Shopping apagou as luzes de sua fachada e de corredores. A TV  AmazonSat desligou lâmpadas e aparelhos de ar condicionado, além de ter  veiculado, na última semana, vídeos da campanha.
Momento pantaneiro - Na  borda do Pantanal, um dos mais importantes biomas brasileiros, a  capital Campo Grande (MS) participou pela terceira vez da Hora do  Planeta apagando luzes de monumentos como o prédio histórico Morada dos  Baís, a Central de Atendimento ao Cidadão e o Obelisco, e promovendo um  evento público na Praça do Rádio, com apresentações de rodas de  capoeira, da bateria de uma escola de samba e da Banda Municipal, com a  praça municipal iluminada por tochas e fogueiras. Também foram  desligadas as luzes do Horto Florestal, dos parques Jacques da Luz,  Tarsila do Amaral, Belmar Fidalgo e Elias Gadia. 
De acordo a  prefeitura de Campo Grande, a participação dos órgãos municipais é  fundamental para despertar a consciência dos cidadãos campo-grandenses  sobre os impactos do aquecimento global e suas conseqüências ao meio  ambiente e à vida das pessoas.
Além da Hora -  De forma inédita, a Hora do Planeta 2011 conclama cidadãos, governos,  empresas e demais organizações do Brasil e de todo o mundo para manterem  o movimento aceso e adotarem medidas concretas contra o aquecimento  global e pela restauração e conservação dos ambientes naturais, pela  economia de água, de energia e recursos naturais em geral, contra o  desmatamento, pelo reforço da legislação ambiental e pelo combate à  pobreza com sustentabilidade. 
Logo, o WWF-Brasil incentiva todos  os participantes da Hora do Planeta a se comprometerem com a  conservação da natureza e a desenvolverem projetos que visem sua  sustentabilidade ambiental no longo prazo. São ações, por exemplo, que  promovam o uso de meios de transporte menos poluentes e a coleta de lixo  seletiva, a criação de unidades de conservação, a proteção das  nascentes de água e o cumprimento da legislação ambiental são exemplos  do que pode ser feito. Você pode obter mais dicas em 
www.beyondthehour.org/?lang=pt
E no hotsite 
www.horadoplaneta.org.br  é possível conferir histórias da Hora do Planeta, além de "baixar"  materiais como banners, filmes, cartazes, imagens, papéis de parede,  protetores de tela e twibbons para Twitter e Facebook. 
A Hora do  Planeta no Brasil teve o patrocínio da Coca Cola Brasil, TIM, Banco do  Brasil, Rossi e HSBC e apoio institucional da Frente Nacional de  Prefeitos e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.
Eles participaram da Hora do Planeta nos Arcos da Lapa (RJ)
Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente de conservação do WWF-Brasil:  "Eu não gostaria de viver em um mundo sem natureza, sem água limpa, sem  árvores... Por isso, convidamos vocês a repensarem seus atos e se  juntarem a nós na busca por um mundo com mais natureza". 
Sérgio Besserman, conselheiro do WWF-Brasil:  "A Hora do Planeta é um momento mágico que reúne duas das dimensões  mais fundamentais da civilização contemporânea: as mudanças climáticas e  a conexão global por liberdade". 
Robson Rocha, vice-presidente de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil: "Às  vezes esquecemos de cuidar da nossa casa e somos chamados a refletir  sobre isso. Esse é um momento de refletir e fazer certo para deixar um  Brasil melhor para nossos filhos e netos"
João Domenech Oneto, diretor de Comunicação Corporativa da Coca-Cola Brasil:  "A Hora do Planeta é um ato simbólico e que enfatiza a necessidade do  agir de cada um no dia a dia. A Coca-Cola fica muito satisfeita de  participar desse evento" 
Maurício Bacellar, Comunicação e Sustentabilidade da TIM: "Ver  essa multidão participante da Hora do Planeta faz todo o esforço de  mobilização que o WWF-Brasil, a TIM e os outros patrocinadores fazem  valer à pena. Preservar nosso maior patrimônio, que é a Terra, depende  de mobilização e é isso que a Hora do Planeta faz"
Carlos Minc, Secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro: "O  Brasil já deu grandes exemplos de que pode fazer muito por um planeta  melhor com a redução do desmatamento e outras ações. Agora todos devem  fazer sua parte reciclando, andando de bicicleta, apagando as luzes e  apagando o desperdício"
Toni Garrido, músico e ator:  "É muito legal participar dessa luta para fazer com que o meio ambiente  salve nossas vidas. Não se enganem: sem o meio ambiente, nós não  sobreviveremos"
Cristiane Noronha, coordenadora educacional, que foi ao Arco da Lapa para participar da Hora do Planeta:  "O evento está muito bonito e emocionante. Trabalho com educação em  Minas Gerais e com certeza vou levar essa mensagem da Hora do Planeta  aos meus alunos. 
Nilo Sérgio, mestre de bateria da Portela:  "Para a Portela é uma grande honra participar da Hora do Planeta e  ajudar o Brasil a ter consciência que o planeta precisa de ajuda. Lá em  Madureira (bairro onde fica a sede da escola) está tudo apagado,  inclusive o shopping Madureira". 
Leila da Lapa, feirante da Feira Noturna da Lapa Legal :  "Para gente é muito legal poder fazer a nossa parte. A Lapa ficou muito  legal assim e é bom que as pessoas mais novas já começam a pensar que  tem que cuidar do planeta". 
Foto: WWF-Brasil / Cristina Lacerda