sexta-feira, 4 de março de 2011

Projeto ensina crianças a respeitarem as diferenças

Postado em 23/02/2011 ás 11h39
 
É normal termos curiosidade por algo que não conhecemos e que nos chama a atenção. E as crianças então, que sabem tão pouco da vida, têm mais pelo que sentir curiosidade do que os adultos. Claro que quando veem pela primeira vez alguém em cadeira de rodas, ou muito obeso, ou de cabelos verdes, elas podem não se conter e fazer um comentário indiscreto, sem maldade, expressando sua “descoberta”.
O importante é mostrar a elas que existe um limite entre a curiosidade e a chacota. “É preciso fazê-los entender que a diferença não pode ser motivo de piada”, afirma a psicóloga Ana Cássia Maturano. Afinal, ninguém é igual a ninguém e, portanto, convivemos diariamente com as diferenças, sejam ela sutis ou evidentes.
Sotaque, óculos, aparelhos ortodônticos, raça, altura... São muitos os fatores que podem virar piadas. Algumas vezes, as crianças são influenciadas pelos preconceitos dos pais que, mesmo que não digam diretamente aos filhos, acabam fazendo comentários ou brincadeiras jocosas perto deles. O suficiente para dar às crianças subsídio para fazer gozações.
“Ser diferente não inferioriza ninguém”, diz Ana Cássia. “Desde cedo é preciso aprender que cada um tem suas características particulares, e nem por isso um é melhor do que o outro”.
Para a especialista, a melhor maneira de mostrar isso é através do convívio com outras pessoas sob o mesmo tratamento. Uma sala de aula, por exemplo. “Não é preciso fazer apologia nem forçar o convívio como tentativas de ensinar o respeito às diferenças”, exemplifica Ana Cássia. “Mas é interessante que os educadores aproveitem as oportunidades que surgirem para mostrar a importância da tolerância”.
Maria Rocha, coordenadora pedagógica do Colégio Ápice, no Morumbi, corrobora a opinião de Ana Cássia. Na escola, o assunto é tratado com sutileza. Em vez de destacar as diferenças, as professoras buscam valorizar as particularidades. “A professora deve tratar, através da linguagem, as características de cada aluno”, ensina Maria. Dessa maneira, a identidade e o respeito às diferenças são desenvolvidos desde cedo.
Conforme as crianças crescem, a abordagem muda. A partir dos quatro anos de idade, quando a criança começa a perceber o ambiente a seu redor e fazer comparações, é hora de desenvolver o respeito à opinião alheia. O Colégio Ápice desenvolve um projeto chamado “Preferências”, no qual cada aluno expõe sua opinião, que é devidamente registrada pela professora e exposta aos colegas. Maria explica que “a intenção é fazer o aluno perceber que nem todo mundo pensa igual”.
Apesar dos esforços, às vezes a criança mantém uma postura de desrespeito às diferenças físicas e de opinião. Nestes casos, afirma Maria, é preciso uma abordagem direta do assunto. A partir dos seis anos de idade, uma sugestão de Maria é fazer uma roda filosófica, ilustrando o caso de discriminação com uma história similar à que tem ocorrido na escola. A educadora alerta que os nomes não podem remeter a nenhum dos envolvidos no episódio de preconceito. “Sem o envolvimento emocional, a criança consegue se distanciar e perceber que seu comportamento é inadequado”.

fonte: http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/2077

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