segunda-feira, 7 de março de 2011

Com “carnaval sustentável”, São Luiz do Paraitinga busca preservação

Uma cidade que me orgulha de ser brasileira..... exemplo de superação após uma grande enchente

Postado em 07/03/2011 ás 08h00
São Luiz do Paraitinga volta a receber foliões no Carnaval 2011 (Imagem: VNews / G1)
 
Um dos mais conhecidos do estado de São Paulo - passou por modificações neste ano para se tornar mais sustentável. A festa mudou de local e foi redimensionada para que não ameaçasse os prédios do centro histórico parcialmente destruídos por uma enchente no ano passado.
Neste ano, o carnaval foi levado para uma praça ao lado da rodoviária, onde foram montados o palco e quiosques e instalados dezenas de banheiros químicos.
O público da festa também foi reduzido para facilitar a segurança das pessoas e do patrimônio arquitetônico da cidade. Tradicionalmente, cerca de 50 mil turistas participavam dos quatro dias de folia em São Luiz do Paraitinga, a 182 quilômetros (km) de São Paulo. Isso é quase cinco vezes o número de habitantes do município. Já neste ano, são esperados na cidade 10 mil foliões.
“A proposta é fazer um carnaval sustentável, compatível com uma cidade que está em reconstrução”, disse a assessora de Planejamento de São Luiz do Paraitinga, Cristiane Bittencourt, uma das responsáveis pela revitalização da cidade após a enchente de 2010.
Segundo ela, neste ano a chuva, mesmo indesejada, acabou ajudando a reduzir o número de foliões na cidade. Nesta semana, o nível do Rio Paraitinga subiu novamente, encobriu ruas e acabou assustando alguns turistas que planejavam passar o carnaval em São Luiz.
No entanto, nem a chuva nem as mudanças diminuíram a animação dos foliões que compareceram ao retorno do carnaval luizense. No último sábado (5), segundo dia da festa, milhares de pessoas lotaram à avenida em frente à rodoviária, que faz parte do novo percurso dos blocos da cidade.
“Para mim, o carnaval está até melhor assim”, afirmou a atriz Francine Lobato. “Não tem tanta falta de respeito quanto tinha antes.”
Nas ruas do centro histórico, o cenário é de desolação para os visitantes que frequentam há anos o carnaval de Paraitinga. “Dá um dó olhar para estes casarões históricos todos destruídos. Este ano está fraco o público. Só quem vinha para cá sempre voltou neste ano de novo. Muita gente nem sabe que tem carnaval”, afirmou o estudante Sérgio Caninello, de 24 anos.
A prefeita de São Luiz do Paraitinga, Ana Lúcia Bilard, disse hoje que espera que no ano que vem, após as obras de revitalização dos prédios da cidade, o carnaval volte ao centro histórico. O projeto dela, porém, é manter a festa com menos pessoas para garantir a preservação do município.
O carnaval de São Luiz do Paraitinga deste anoestá sendo definido pelo público como “uma festa de família"- “Me lembro do carnaval de Paraitinga há 25 anos, quando eu encontrava alguém caído bêbado na sarjeta, sabia quem ele era e levava-o até a sua casa. Agora está assim de novo. Todo mundo se conhece, se cumprimenta. Um carnaval de família”, disse ao G1 o comerciante Carlos Alberto de Andrade, de 44 anos, que nasceu na cidade e perdeu a casa na inundação do ano passado.
Comerciantes reclamam de pouca procura
Quem não gostou do “carnaval familiar” de 2011 foram os comerciantes, que reclamam que a prefeitura limitou a divulgação do primeiro carnaval após a enchente para impedir a invasão dos turistas e não atrapalhar a reconstrução. Isso porque, nos bares e restaurantes, havia cadeiras vazias e pouca procura.
“Moro há 65 anos em Paraitinga e nunca vi um carnaval tão fraco. A preocupação da prefeitura é com a segurança da estrutura da cidade, mas deixa de lado o turismo, que não lucra com o pouco público da festa”, reclamava Santo Lobo, proprietário de um bar no centro histórico.
Entre as medidas tomadas pela prefeitura está a criação de um pedágio na entrada de Paraitinga que limita a 1.500 o número de carros que entram na festa. Quem fica de fora tem que entrar a pé. A assessoria de imprensa da prefeitura diz que as medidas são para que não haja uma invasão de turistas à cidade em um momento delicado de reconstrução.
Fonte: Agência Brasil e G1

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